Alexandre Borges
Henrique Monteiro e Ricardo
Costa têm andado entretidos a discutir o 1º de Dezembro no site do
Expresso. Bonitas crónicas, sólidas
demonstrações, à vez, das habilidades argumentativas de cada um, mas, na
prática, passam tão ao lado do essencial como todos os outros de cada vez que o
calendário se cruza com um feriado extinto e lá volta o concurso das
indignações.

Ninguém decretou a extinção
das datas ou das comemorações; apenas que voltassem a ser dias de trabalho
comuns. O
13 de Maio é certamente a maior celebração religiosa em Portugal e
não consta que seja feriado nacional. O ano inteiro não faltam dias da árvore e
da criança e da poesia e do teatro e do combate a todas as doenças e malefícios
do mundo, devidamente assinalados, comemorados e discutidos, mesmo - pasme-se -
sendo dias de trabalho. O 5 de Outubro festejava a implantação da República e
não a fundação de Portugal. Aljubarrota diz ainda mais sobre a independência
nacional do que o 1º de Dezembro e não tinha direito a feriado. E, no entanto,
o país conhece certamente melhor Afonso Henriques e Nuno Álvares Pereira do que
os revoltosos da rotunda ou os restauradores de 1640.
Se se quer comemorar uma data,
comemore-se; não é preciso, para isso, que seja feriado.
Aliás, não me lembro, em dias
de minha vida, de ter ouvido falar tanto sobre os acontecimentos do 1º de
Dezembro de 1640 como este ano.
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