segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Roubos nos cemitérios municipais de São Paulo

Prejuízo com atos de vandalismo em cemitério de São Paulo pode chegar a R$ 300 mil
Local foi invadido por grupo há uma semana. Túmulos, banheiros e até a capela foram destruídos
Domingo Espetacular
Enquanto ainda busca explicações sobre o que motivaria um grupo a depredar o cemitério do Araçá, na zona oeste de São Paulo, a administração do local já estima que o prejuízo com os danos chegue a R$ 300 mil. Além de furtar peças de bronze, os criminosos quebraram túmulos, bancos, banheiros, carrinhos elétricos e a capela, na madrugada de domingo (5).

O administrador do cemitério, Wilton Olivar de Assis, afirma que foi a primeira vez que depredações desse porte aconteceram.
— Nunca na história do cemitério do Araçá houve uma profanação desta dimensão. Eu fiquei quase sem ação. Fiquei estarrecido, seria o termo. 
Essa foi a segunda vez em dois meses que o Araçá foi alvo de vândalos. Em novembro do ano passado, foi depredado o ossuário com os restos de 1.046 pessoas enterradas clandestinamente no cemitério de Perus durante o regime militar.

No caso do último fim de semana, a polícia tem imagens de uma câmera de segurança que mostram cerca de 30 jovens, vestidos normalmente, em um ponto próximo ao cemitério. Uma testemunha relatou aos investigadores ter visto o mesmo grupo pulando a grade do cemitério.
Na sexta-feira (10), três homens e uma mulher foram presos pela polícia, suspeitos de furto. Em um carro apreendido com eles foram encontrados objetos levados do cemitério.

O cemitério do Araçá é um dos mais antigos de São Paulo. Ele foi inaugurado há 120 anos. No local estão enterradas personalidades com os jornalistas Assis Chateaubriand e Blota Júnior; as atrizes Cacilda Becker, Nair Belo e Cibele Dorsa - e o jogador de futebol Denner. Também há o mausoléu da Polícia Militar, onde são sepultados os PMs mortos em serviço.

Crimes desse tipo são complicados de entender, já que não há motivação aparente, segundo o sociólogo Sérgio Adorno.
— Muitas vezes fazem porque querem se confrontar com a lei. É um ato consciente, ou às vezes não, é um ato completamente irracional. É uma explosão de sentimentos e que muitas vezes fica muito difícil para nós cidadãos comuns entender por que as pessoas destroem cemitério.

Fora o prejuízo do cemitério, muitos familiares de mortos vão ter que gastar para recuperar lápides e até obras de arte dos túmulos. Além do custo financeiro, o ato de vandalismo ainda mexeu com o valor sentimental de parentes. 
Título e Texto: Domingo Espetacular, 12-01-2014, atualizado em 13-01-2014, 11h10

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