segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Escolhas

Fitzjames Stephen
O que pensas de ti mesmo? O que pensas do mundo? (…) São questões com que todos têm de lidar como lhes parecer melhor. São charadas esfíngicas e, de uma maneira ou de outra, temos de lidar com elas (…) Em todo o comércio importante da vida, temos de dar um salto no escuro (…) Se decidimos deixar as adivinhas sem resposta, é uma escolha. Se hesitamos na nossa resposta, também isso é uma escolha; mas seja qual for a escolha que fazemos, fazemo-la por nossa conta e risco. Se um homem escolhe voltar completamente as costas a Deus e ao futuro, ninguém o pode impedir. Ninguém pode mostrar para lá da dúvida razoável que está enganado. Se um homem pensa o contrário, e se age tal como pensa, não vejo como alguém pode provar que ele está enganado. Cada qual tem de agir como acha melhor, e se está errado tanto pior para ele. Estamos num desfiladeiro, no meio de um turbilhão de neve e um nevoeiro denso, através do qual entrevemos de vez em quando caminhos que podem ser enganadores. Se ficamos quietos, morremos congelados. Se escolhemos a estrada errada, somos feitos em pedaços. Não sabemos com certeza se há ou não uma estrada certa. O que temos de fazer? “Ser fortes e corajosos”. Ajam pelo melhor, esperem o melhor, aceitem o que vier (…) Se a morte a tudo põe fim, não há maneira melhor de ir ao seu encontro.
Texto: Fitzjames Stephen, in “Liberty, Equality, Fraternity, p.353, 2ª edição. Londres, 1874. 
Citado por William James, in “A Ética da Crença”, p. 173/174, Editorial Bizâncio, Lisboa, 2010.

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