Fitzjames Stephen
O que pensas de ti mesmo? O
que pensas do mundo? (…) São questões com que todos têm de lidar como lhes
parecer melhor. São charadas esfíngicas e, de uma maneira ou de outra, temos de
lidar com elas (…) Em todo o comércio importante da vida, temos de dar um salto
no escuro (…) Se decidimos deixar as adivinhas sem resposta, é uma escolha. Se
hesitamos na nossa resposta, também isso é uma escolha; mas seja qual for a
escolha que fazemos, fazemo-la por nossa conta e risco. Se um homem escolhe
voltar completamente as costas a Deus e ao futuro, ninguém o pode impedir.
Ninguém pode mostrar para lá da dúvida razoável que está enganado. Se um homem
pensa o contrário, e se age tal como pensa, não vejo como alguém pode provar
que ele está enganado. Cada qual tem
de agir como acha melhor, e se está errado tanto pior para ele. Estamos num
desfiladeiro, no meio de um turbilhão de neve e um nevoeiro denso, através do
qual entrevemos de vez em quando caminhos que podem ser enganadores. Se ficamos
quietos, morremos congelados. Se escolhemos a estrada errada, somos feitos em
pedaços. Não sabemos com certeza se há ou não uma estrada certa. O que temos de
fazer? “Ser fortes e corajosos”. Ajam pelo melhor, esperem o melhor, aceitem o
que vier (…) Se a morte a tudo põe fim, não há maneira melhor de ir ao seu
encontro.
Texto: Fitzjames
Stephen, in “Liberty, Equality, Fraternity, p.353, 2ª edição. Londres,
1874.
Citado por William James, in “A Ética da Crença”,
p. 173/174, Editorial Bizâncio, Lisboa, 2010.
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