sexta-feira, 3 de abril de 2015

Você é “Gabriela”?

Luiz Carlos Prates
Aprendi na escola marista que quando você tem consciência de um problema não deve rezar a Deus pedindo ajuda. A ajuda você já recebeu, que é a consciência do que lhe aflige, seja o que for. Quando alguém não tem ideia de onde vem o sofrimento, o sufoco na vida, sim, vale orar, afinal, essa fé se bem não faz mal não há de fazer. Combinado?

– Ah, é bom não esquecer, nunca pedir em oração que o “santo” resolva o problema, o que se deve pedir é forças para agir. Os vagabundos pedem milagres…

Quando uma pessoa tem um problema e boa consciência dos alicerces, origens e possíveis soluções do problema, a saída, a melhor oração, é agir, suar, molhar o chão com água benta, isto é, suor…

Fico irritado, por exemplo, quando ouço pessoas falando de uma característica pessoal desagradável, um vício, um modo errado de ser, a pessoa tem consciência disso mas vive dizendo que não pode fazer nada, que é assim, que sempre foi assim e que não vai mudar. Espere, não vai mudar por quê? – Ah, Prates, porque não posso, está acima de mim mudar, deixar de ser como sou!

Aí está, leitora, leitor, a frase favorita das “Gabrielas” da vida. De quem, por favor, Prates? Das Gabriela (s) da vida, você não conhece a Gabriela, do Jorge Amado? Exatamente, a Gabriela, aquela que cantava – Eu nasci assim/ eu cresci assim/ eu sou mesmo assim/ vou ser sempre assim…

Tudo bem que na novela a moça possa dizer isso, mas é bom não esquecer que novelas reproduzem a vida, tipos humanos, dos tipos mais comuns… Dar-se conta de um defeito, incomodar-se com os resultados colhidos na vida por esse defeito e ainda dar-se por vencida a pessoa, incapaz de mudar, é estupidez elevada ao quadrado.

Resumindo a ópera bufa da vida, leitora: Não rezemos para pedir soluções diante de algo que nós já bem sabemos o que é e temos plena certeza do caminho para mudar. Não queremos mudar, isso sim. E nesse caso, não há santo que ajude! 
Título e Texto: Luiz Carlos Prates, Blog do Prates, 3-4-2015

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