Luiz Carlos Prates
Aprendi na escola marista que
quando você tem consciência de um problema não deve rezar a Deus pedindo ajuda.
A ajuda você já recebeu, que é a consciência do que lhe aflige, seja o que for.
Quando alguém não tem ideia de onde vem o sofrimento, o sufoco na vida, sim,
vale orar, afinal, essa fé se bem não faz mal não há de fazer. Combinado?
– Ah, é bom não esquecer,
nunca pedir em oração que o “santo” resolva o problema, o que se deve pedir é
forças para agir. Os vagabundos pedem milagres…
Quando uma pessoa tem um
problema e boa consciência dos alicerces, origens e possíveis soluções do
problema, a saída, a melhor oração, é agir, suar, molhar o chão com água benta,
isto é, suor…
Fico irritado, por exemplo,
quando ouço pessoas falando de uma característica pessoal desagradável, um
vício, um modo errado de ser, a pessoa tem consciência disso mas vive dizendo
que não pode fazer nada, que é assim, que sempre foi assim e que não vai mudar.
Espere, não vai mudar por quê? – Ah, Prates, porque não posso, está acima de mim
mudar, deixar de ser como sou!
Aí está, leitora, leitor, a
frase favorita das “Gabrielas” da vida. De quem, por favor, Prates? Das
Gabriela (s) da vida, você não conhece a Gabriela, do Jorge Amado? Exatamente,
a Gabriela, aquela que cantava – Eu nasci assim/ eu cresci assim/ eu sou mesmo
assim/ vou ser sempre assim…
Tudo bem que na novela a moça
possa dizer isso, mas é bom não esquecer que novelas reproduzem a vida, tipos
humanos, dos tipos mais comuns… Dar-se conta de um defeito, incomodar-se com os
resultados colhidos na vida por esse defeito e ainda dar-se por vencida a
pessoa, incapaz de mudar, é estupidez elevada ao quadrado.
Resumindo a ópera bufa da
vida, leitora: Não rezemos para pedir soluções diante de algo que nós já bem
sabemos o que é e temos plena certeza do caminho para mudar. Não queremos
mudar, isso sim. E nesse caso, não há santo que ajude!
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