Neste tempo de pandemia, quando despertamos para o valor da vida e a
morte se apresenta como uma roleta russa a cada um de nós, nós nos vemos
assustados e projetamos mudanças de estilo de vida: a normalidade vigente exige
uma normalidade nova, um novo projeto ou novo estilo de vida… Aliás, nós nos
propomos muitos projetos ao longo de nossas vida.
Projetar significa lançar ideias que floresçam e se concretizem em algo
prático. Mas, em todos os nossos projetos que intentamos e realizamos entra o
fator moralidade. Dependendo do que projetamos para nossas vidas, podemos
incorrer na boa ou má moral, segundo nosso estilo de vida...
A boa moral se inclinará, sem dúvida, a idealizar projetos de vida que
realizam nossa humanidade, de vocação para a paz universal…
E, assim, ao longo da vida nós nos projetamos, nos lançamos a muitas
atividades. Escolhemos, por exemplo, uma profissão de nosso desejo que nos
garanta uma boa vida, com um bom salário para nosso sustento e constituir ou
não uma família etc.
Podemos não estar satisfeitos com a profissão que escolhemos e resolvemos
partir para outra… e mesmo dentro de nossas profissões podemos ter inúmeros
outros projetos que achamos convenientes e que possam nos dar um colorido a
mais à vida. Sempre que achamos que o que projetamos não nos serve, lançamo-nos
para outras iniciativas.
E resta nos questionar: estamos sempre preocupados com a boa moral
naquilo que projetamos realizar? E estamos conscientes de que há um projeto que
se nos impõe forçosamente do qual não podemos fugir? Que somos lançados a ele,
mesmo que não o queiramos?
Esse é o projeto que pode coroar nossas vidas se todos os nossos projetos
de nossas escolhas tiverem se alinhado moralmente (a boa moral) com este último
projeto do qual não podemos fugir: a morte. O homem é um ser para a morte, é o
seu projeto final mais autêntico de vida…
Então, os nossos projetos que nos propomos realizar livremente em vida
serão, ao final e ao cabo, interrompidos pela morte. Talvez, no ato da morte o
alívio da paz nos contemple com sua face se tivermos trilhado o caminho da vida
com bons projetos que nos propiciaram paz de espírito, se tivermos assumido
projetos incluindo a boa moral… e quem
sabe haja uma sobrevida após a morte da qual as religiões aludem....
O cristianismo, por exemplo, nos propõe um projeto de moralidade e com
ele a esperança de uma vida feliz que se desenha na morte…
Que a pandemia não nos assuste ao nos suscitar que sempre somos
projetados para a morte!
Título e Texto: Valdemar
Habitzreuter, 11-8-2020
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