Aparecido Raimundo de Souza
NA MADRUGADA de ontem, terça-feira, 28 de novembro, morreu aqui em São Paulo, ou mais precisamente no Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouveia, na Rua Juventus, nº 562, Parque da Mooca, Zona Sul da Capital de todos os Paulistas, o músico, instrumentista e compositor ALEXANDER GORDIN conhecido mundialmente como “LANNY GORDIN.”
Por muitos anos tocou com maestria inaudita, para as cantoras Rita Lee, Gal Costa, além de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, além do “Brazilian Octopus,” com Hermeto Pascoal, seu velho amigo e parceiro de letras e poesias, nas inesquecíveis noitadas vividas na boate Stardust, uma casa noturna de propriedade de seu pai Alan Gordin.
Em sua trajetória, muitos outros nomes de peso do cancioneiro popular brasileiro se fizeram presentes. Para quem não sabe, Lanny nasceu em Xangai, na China no dia 28 de novembro de 1951. Filho de pai russo e mãe polonesa, veio embora para o Brasil aos cinco anos de idade.
Foi responsável direto pela direção e produção musical do disco “Arara Azul”, de Caetano Veloso. Seu passamento se fez anunciado publicamente pelo diretor de cinema Gregorio Gananian, seu amigo de longa data.
A causa da morte, todavia, não foi divulgada oficialmente, embora como tenha sido anunciado (a depois) por toda imprensa, Lanny se via acamado há mais de cinco anos, “fatalisado” por uma doença autoimune evidenciada por um surto com LSD descambando, em consequência, para as raias da esquizofrenia.
No ano de 2017, Lanny se viu homenageado no “INAUDITA”, uma produção artística que trouxe à baila uma série de pequenos detalhes relacionados à sua vida, não só particular, como, igualmente artística. Em várias partes dele, o versátil guitarrista falou sobre a sua relação com a música com destaques voltados para o processo de criação.
Apesar de muitas obras deixadas em prol da música brasileira, podemos bailar um trabalho que se tornou um clássico, “Fa-tal – Gal a Todo Vapor,” e “Meu nome é Gal,” Além destes, podemos mencionar, em igual patamar, “Build Up,” de Rita Lee em 1970, “Carlos, Erasmo,” com Erasmo Carlos, em 1971, Gilberto Gil, em “Expresso 2222,” em 1972, e Jads Macalé (mesmo ano), “Chocolate,” com Tim Maia, e “Nem sim, Nem não,” com Eduardo Araújo.
Apenas a título de explicação, a “Síndrome” acima citada tem início com uma espécie de formigamento nos pés e nas pernas que se espalham gradativamente para as partes superiores do corpo humano. Pode ocorrer, em sequência, paralisia. Existem tratamentos paliativos, mas não definitivos. Até onde se sabe, a doença em si é irreversível, ou seja, não tem cura pelo menos até agora, reconhecidamente eficaz.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Mooca, Zona Sul de São Paulo, Capital, 29-11-2023
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