quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Espanha levanta-se, Portugal amouxa

Telmo Azevedo Fernandes

Portugal e Espanha estão a mostrar ao mundo um triste e pestilento forrobodó constitucional, a dar testemunho de uma profunda degradação das instituições democráticas e a pôr a nu a pequenez e raquitismo ético dos seus governantes e políticos.

Por cá, Marcelo, envolvido num caso de cunhas e patrocínio de privilégios no hospital Sta. Maria, manipula o calendário político e utiliza uma marosca que é uma fraude à Constituição ao aceitar a demissão do primeiro-ministro, mas anunciando que só a formaliza em dezembro. Todos os partidos são cúmplices nesta finta terceiro-mundista à Lei.

O primeiro-ministro, apesar de ele próprio demissionário, mantém em funções o arguido Galamba, um ministro com condições políticas putrefatas. Em pífio espetáculo de rua, Costa faz declarações em frente à sede do PS que destroem a réstia de credibilidade e independência do Governador do Banco de Portugal e expõe Centeno e Marcelo a manifestações de arranjinhos, mentiras e presunção. Entretanto Costa renega o melhor amigo numa manobra canalha a que a sua mulher assiste, poeticamente, sentada no chão.

Por seu lado o Ministério Público parece ter parido um rato com as suas suspeitas de prática de crimes, pedindo por defeito a prisão preventiva para grande parte dos visados na operação “Influencer”, medidas de coação essas que um juiz de instrução, sensatamente, recusou por manifesta falta de sustentação de prova indiciária e impreparação de magistrados preguiçosos. Isto, tendo por exemplo como dano colateral que um presidente de câmara tenha sido obrigado a dormir 5 noites nos calabouços da PSP na sua condição de arguido sendo-lhe imputado, porém, crime nenhum.

Este folclore de indignidades e comportamentos rasteiros ficam adicionalmente ilustrados com as cenas patéticas de um chefe de gabinete esconder na residência oficial do primeiro-ministro, entre livros e caixas de vinho, 75.800€ em numerário alegadamente provenientes de serviços de consultoria em Angola; ou escutas e transcrições de conversas com membros do governo num linguajar próprio de gunas.

Em Espanha, o socialista Pedro Sanchez coloca o país em ambiente de pré-guerra civil, ao subverter sem pudor e por completo a Lei e a Constituição, reclamando para si o poder de alterar decisões judiciais por conveniência política, fazendo pactos com terroristas, prometendo amnistia para criminosos e chegando ao requinte de dar proteção policial a foragidos à Justiça.

Mas em Espanha, ao contrário de Portugal, o povo sai à rua e manifesta-se contra toda esta pouca-vergonha.

A minha crónica-vídeo de ontem, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 16-11-2023

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