quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Derrota em Portugal, vitória na Argentina

Telmo Azevedo Fernandes

A Argentina já foi um dos países mais ricos do mundo. No início do sec. XX tinha um PIB per capita superior ao da Itália, Japão e de França. Teve um crescimento anual médio de 6% durante os 43 anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, acompanhado por um progresso social sem precedentes.

Mas estes anos de ouro aconteceram no tempo em que a Constituição da Argentina restringia a capacidade do governo em interferir na liberdade económica e nas liberdades individuais. Depois vieram os socialistas, introduziram o controlo de preços, nacionalizaram empresas, restringiram o comércio internacional, aumentaram os gastos públicos e subverteram a constituição.

A Argentina tornou-se uma sociedade corrupta, pobre, rentista, com uma inflação anual de 150%, quase metade da população a viver na pobreza e assistiu-se ao êxodo maciço de jovens para o estrangeiro.

Em Portugal a esquerdalha política do costume, os avençados comentadores das televisões e os colunistas dos jornais, que durante décadas não quiseram saber da Argentina, tentam agora esquecer a triste realidade que o socialismo e a agenda progressista trouxeram ao país, apelidando Javier Milei como louco, fascista e um perigoso ultraliberal.

Nada que não fosse expectável da habitual desonestidade intelectual dos socialistas e neomarxistas portugueses. O curioso, é que em Portugal também muita gente pertencente à Direita envergonhada e às elites urbanas ditas liberais, acham Javier Milei um irresponsável alucinado e menosprezam a sua vitória dizendo que ganhou apenas porque se apresentava como a alternativa à tragédia peronista e ao desespero dos argentinos por mudança.

Ora, Milei teve o maior número de votos e a percentagem mais elevada em eleições desde o regresso da Democracia à Argentina. A vitória de Milei é uma derrota da máfia política, de jornalistas comprometidos, de sindicalistas corruptos, de artistas parasitas, de homens de negócios amigos do poder, de ativistas da ideologia de género.

Mas Milei, com a sua grande consistência intelectual, académica e profissional criou um movimento libertário do nada num país coletivista até à medula. Não é, pois, verdade que as pessoas que o apoiam o façam principalmente porque rejeitam o sistema atual e querem que alguém radical o castigue. O fenómeno político de Milei parece ter conseguido uma verdadeira uma mudança estrutural na mentalidade de milhões de pessoas – especialmente dos jovens. É sobretudo a vitória da liberdade sobre o medo.

O socialismo trouxe o mal e o colapso à Argentina. Não há mais tempo nem lugar para o gradualismo. Salvar a Argentina exige mudanças drásticas. Os argentinos mais vulneráveis esperam agora que Milei tenha sucesso. Eu também.

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 22-11-2023

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