Paulo Hasse Paixão
Os candidatos globalistas e de extrema-esquerda estão a unir-se estrategicamente antes da segunda volta das eleições legislativas francesas, a 7 de Julho. O objetivo desta aliança profana e contra natura é impedir que o Rassemblement National (RN), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, que ganhou a primeira volta, obtenha um maioria absoluta.
Mais de 200 candidatos
do Nouveau Front Populaire,
centrada no partido de extrema-esquerda La France Insoumise, de
Jean-Luc Mélenchon, e do bloco Ensemble, centrado no partido
globalista Renaissance, do Presidente Emmanuel Macron, retiraram-se
das corridas distritais para dar aos candidatos uns dos outros uma melhor
hipótese de derrotar o RN.
O Nouveau Front Populaire ficou em
segundo lugar na primeira volta, com os Macronistas a ficarem em terceiro
lugar.
Mélenchon tem feito um
trabalho melhor do que Macron para obrigar os seus candidatos que ficaram em
terceiro lugar a afastarem-se. O campo do Ensemble enfrenta divisões internas,
com alguns membros relutantes em apoiar candidatos de extrema-esquerda devido a
divergências económicas e de política externa. Que são mais que muitas.
Apenas os candidatos que obtiveram mais de 50% dos votos na primeira volta têm um lugar garantido na Assembleia Nacional. Três ou mais candidatos qualificaram-se para a segunda volta em mais de 300 dos 577 distritos, sendo que o número de candidaturas que serão reduzidas a disputas a duas voltas devido a desistências ainda não foi oficialmente confirmado pelo Ministério do Interior, mas deverá ser substancial.
A aliança entre globalistas e
radicais de esquerda diz muito sobre uns e outros, e sobre a febre de poder que
partilham, mas serve também de lição à direita e ao centro direita, que tendo
muito mais valores em comum não conseguem entender-se. A rapaziada do Les Republicans prefere
entregar o poder a chegavaristas do que entender-se com Le Pen, o que é
espantoso, considerando que a senhora tem moderado os seus pontos de vista
sobre tudo e mais alguma coisa, na expectativa de ser aceite pelas oligarquias
que guardam o acesso ao poder em França.
E assim, como também aconteceu com as eleições para
o Parlamento Europeu, a tendência populista manifestada nas urnas não vai ter
expressão nas estruturas de poder e nas políticas que estão a destruir a
civilização ocidental.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
4-7-2024
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