Para que os sorvetes fossem servidos no Rio de Janeiro foram trazidas de Boston (EUA), pelo navio americano Madagascar, 217 toneladas de gelo
Felipe Lucena
O sorvete nas praias, nas praças, nas ruas. Super comum no Rio de Janeiro de hoje em dia. Mas nem sempre foi assim. Há quase 200 anos essa história começou. E foi bem diferente dos tempos atuais.
Foto: Rio das Antigas |
No dia 23 de agosto de 1834, o
empresário Lourenço Fallas inaugurou na cidade do Rio de
Janeiro dois estabelecimentos – um no Largo do Paço (atual Praça XV) e outro na
Rua do Ouvidor – especialmente destinados à venda de gelados e sorvetes.
“Na época, não havia como
conservar o sorvete gelado, por isso ele tinha que ser consumido logo após o
preparo. Por isso, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo“,
conta o pesquisador Alirio Nogueira.
Para que os sorvetes fossem
servidos no Rio de Janeiro, foram trazidas de Boston (EUA), pelo navio
americano Madagascar, 217 toneladas de gelo. Essa grande quantidade foi
conservada em serragem e enterrado em grandes covas, mantendo-se por quatro a cinco
meses.
Ao maior estilo “em São Paulo não tem disso“, os vizinhos só foram ter sorvetes em sua cidade no dia 4 de janeiro de 1878.
“Em São Paulo, a primeira
notícia de sorvete que se tem registro é de um anúncio no jornal A
Província de São Paulo, que dizia: ‘Sorvetes – todos os dias às 15
horas, na Rua direita nº 14‘”, detalha Alirio.
A distribuição em escala
industrial em nosso país só aconteceu a partir de julho de 1941, quando, nos
galpões alugados da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, na cidade do Rio,
foi fundada a U.S. Harkson do Brasil, a primeira indústria brasileira de sorvete.
O primeiro lançamento, em
1942, foi o Eski-bon, seguido pelo Chicabon. Contavam com 50 carrinhos, quatro
conservadoras e sete funcionários. Dezoito anos mais tarde, a Harkson mudou seu
nome para Kibon.
Título e Texto: Felipe Lucena, Diário do Rio, 1-8-2024
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