Reinaldo Azevedo
Dois meliantes morais foram
presos porque faziam um site asqueroso, em que incitavam a agressão a negros,
mulheres, judeus, cristãos, homossexuais e a qualquer um que discordasse das
barbaridades que escreviam. No rol de suas boçalidades, que inclui a defesa da
pedofilia, também constavam alguns ataques à esquerda, o que bastou para que
alguns idiotas — que são nada menos do que o oposto complementar desses dois
delinquentes — os tachassem de “direitistas”. Não! Direitista era Winston
Churchill. Direitista era Charles De Gaulle. Direitista era Konrad Adenauer.
Esses dois são apenas candidatos a bandidos. Eles pertencem à mesma escória
moral que, num outro nicho de opinião, invade e depreda prédios públicos; prega
abertamente a agressão a adversários ideológicos; defende, como movimento organizado,
o assassinato de fetos; faz a apologia do consumo de drogas (embora elas sejam
hoje um flagelo, que destrói milhares de famílias pobres); defendem o
terrorismo — há gente escrevendo artigo em jornal afirmando a legitimidade do
terror — e, como vimos, já chega ao paroxismo de defender o infanticídio.
Os dois grupos certamente se
querem muito diferentes; um acredita que o outro é seu inimigo ideológico; um
pretende que o outro queira o avesso dos seus anseios. Mas essa é uma falsa
contradição. Agora como antes, eles têm a mesma natureza. Os dois grupos são
incompatíveis com um mundo que garante as liberdades públicas, os direitos
individuais e a vida. Igualam-se no culto à morte, na defesa do ódio redentor,
na certeza de que é preciso eliminar o outro para sobreviver. Eles estão
juntos! Como estiveram juntos fascismo e comunismo. Um atribuía ao Estado a
tarefa de eliminar os cidadãos, suas vontades, sua individualista; o outro, ao
partido.
NÓS, MINHAS CARAS E MEUS
CAROS, NÓS, SIM, SOMOS O PÓLO OPOSTO DESSES AMIGOS QUE SE DETESTAM. Eles querem
eliminar seus adversários. Nós queremos debater com os nossos. Eles querem usar
a morte como instrumento de regulação das demandas sociais. Nós só aceitamos
usar a vida. ELES QUEREM DEBATER QUANDO É LÍCITO MATAR O HOMEM E CRIAR AS
REGRAS DO BOM HOMICÍDIO. Nós acreditamos que o corpo humano é divino e dizemos:
matar é ilícito. E àqueles que não creem, então sugerimos que considerem o
corpo humano… humano! Mas de uma humanidade intransitiva, que não pede
complementos para ter direito de existir.
Se há ateus e agnósticos
dispostos a abraçar esse humano intransitivo — homem, mulher, bicha, preto,
branco, vermelho, com todos os seus defeitos… —, se há ateus e agnósticos
dispostos a abraçar esse “homem”, então nós, os cristãos, os chamaremos de
nossos “irmãos”. Porque o nosso compromisso é com a vida! Ainda voltarei a este
assunto muitas vezes.
Aqueles que nos atacam porque
defendemos incondicionalmente a vida haverão certamente de nos explicar o que,
afinal de contas, faz de um homem… um homem! Dizem eles: “É a sua história; o
conceito de humano é uma construção historicamente determinada”. Se é assim,
que miseráveis e precários nós somos! Entende-se por que os dois grandes
totalitarismos do século passado mataram, por baixo, 130 milhões de pessoas.
Naquele momento, “a construção histórica” dizia que os homens não tinham o
direito de viver como homem — na verdade, nem mesmo o direito de morrer como
tal.
Resistiremos em defesa da
vida. Resistiremos à cultura da morte.
Abaixo, vou lhes narrar um
episódio e publicar um vídeo que está no Youtube. Façam cópia. Na quarta-feira,
um grupo de católicos foi à praça manifestar-se contra a legalização do aborto
no país, que vários grupos pretendem implementar por via infraconstitucional,
desrespeitando a letra explícita da Carta que protege a vida. Pois bem. Uma
jovem chamada Elisa Gargiulo, identificada como vocalista e guitarrista da
banda feminista “Dominatrix”, resolveu, digamos, “trolar” o ato com um cartaz
em favor do aborto — e do erro de regência (uma gramática entre um solo e outro
não lhe fará mal).
Observem a tolerância dos
oradores com quem estava ali para fazer uma provocação — afinal, ela poderia,
em outro lugar daquela mesma praça, manifestar-se. Ninguém encosta a mão nela,
nada! E é assim que deve ser. Comecei cedo nesse negócio de protesto, e a regra
nº 1 é jamais ceder à tentação de reagir a agentes provocadores — ou estaremos
fazendo o que eles querem. Obervem que há uma silenciosa guerra de cartazes.
Nada mais do que isso! Um de nós que decidisse fazer um contramanifesto num ato
deles correria o risco de ser espancado. Vejam o filme — feito, como se nota,
pela turma dela, pra dar destaque à sua grande “coragem”. Volto depois para
lhes contar como essa moça relatou esta cena no Facebook.
Voltei
Muito bem! Lembram-se daquela estudante profissional da USP que provocava os policiais, ofrendia-os, e depois gritava: “Estou sendo agredida!”? Pois é… Assim agiu Elisa Gargiulo. No Facebook, ela narrou deste modo a cena que vocês acabaram de ver — e que ela própria ou algum admirador seu pôs no Youtube:
“Vejam no video. Foi muito agressivo o jeito que os pro-morte me intimidaram e me empurraram com seus cartazes horrorosos. Depois disso, ficaram nos perseguindo e intimidando, aos berros (…). Fiquei muito triste. Não só com a truculência mas com a quantidade ridícula de pessoas que estavam lá com a gente. No total eram 7 pessoas se posicionando a favor da legalização do aborto e contra a morte das mulheres. 7 pessoas. (…) Fico pensando na violência que sofri hoje e quantas mulheres morreram pra que tivéssemos o direito de protestar e senti certa raiva de quem não bota a cara nas ruas, ficam apenas nas redes sociais. A luta é difícil, eu sei, mas nada vai vir via tuitadas. Estamos lutando pelas vidas das mulheres.”
Muito bem! Lembram-se daquela estudante profissional da USP que provocava os policiais, ofrendia-os, e depois gritava: “Estou sendo agredida!”? Pois é… Assim agiu Elisa Gargiulo. No Facebook, ela narrou deste modo a cena que vocês acabaram de ver — e que ela própria ou algum admirador seu pôs no Youtube:
“Vejam no video. Foi muito agressivo o jeito que os pro-morte me intimidaram e me empurraram com seus cartazes horrorosos. Depois disso, ficaram nos perseguindo e intimidando, aos berros (…). Fiquei muito triste. Não só com a truculência mas com a quantidade ridícula de pessoas que estavam lá com a gente. No total eram 7 pessoas se posicionando a favor da legalização do aborto e contra a morte das mulheres. 7 pessoas. (…) Fico pensando na violência que sofri hoje e quantas mulheres morreram pra que tivéssemos o direito de protestar e senti certa raiva de quem não bota a cara nas ruas, ficam apenas nas redes sociais. A luta é difícil, eu sei, mas nada vai vir via tuitadas. Estamos lutando pelas vidas das mulheres.”
Elisa chama de “pró-morte” os
que se opõem ao aborto porque, segundo ela, está defendendo a vida das mulheres.
Se a gente lhe perguntar quantos abortos são feitos por ano no Brasil, é bem
capaz que diga: 1 milhão! É mentira! Caso perguntemos quantas mulheres morrem
em decorrência do aborto, aposto que dirá: 200 mil! É uma mentira ainda mais
escandalosa.
Não! Não houve empurrões, como
se vê. Se, depois daquilo, houve alguma manifestação violenta, por que ela
optou por filmar apenas a reação pacífica? Ora… Ao contrário: os oradores
apelaram à tolerância dos manifestantes. Sou capaz de apostar que essa moça
está entre aqueles que acreditam que os que se opõem ao aborto não deveriam ter
nem sequer o direito de se manifestar.
Moderação
Enfrentaremos as falanges do ódio, de todos os ódios, com a flama da convicção e a fleuma da temperança. Não permitirei uma só agressão verbal a essa moça porque o seu caminhar, registrado pela câmera, demonstra a sua disposição para ser uma espécie de “mártir”. De quem? Dos defensores da vida? Não será, não, menina! Você só é vítima de sua própria intolerância. Se alguém invadisse o palco quando a banda Dominatrix estivesse se apresentando para dizer que seu som não presta, Elisa certamente consideraria isso uma agressão a seus direitos. Mas não vê nada de errado em invadir a manifestação daqueles a quem se opõe e de incitar outros a fazer o mesmo.
Enfrentaremos as falanges do ódio, de todos os ódios, com a flama da convicção e a fleuma da temperança. Não permitirei uma só agressão verbal a essa moça porque o seu caminhar, registrado pela câmera, demonstra a sua disposição para ser uma espécie de “mártir”. De quem? Dos defensores da vida? Não será, não, menina! Você só é vítima de sua própria intolerância. Se alguém invadisse o palco quando a banda Dominatrix estivesse se apresentando para dizer que seu som não presta, Elisa certamente consideraria isso uma agressão a seus direitos. Mas não vê nada de errado em invadir a manifestação daqueles a quem se opõe e de incitar outros a fazer o mesmo.
Talvez Elisa aprenda um dia o
valor da democracia e da tolerância. Talvez não. Mas nós seremos para ela
professores exemplares. Que a paz uma dia chegue a seu coração, Elisa! E que
seu bonito rosto perca esse ar triste. Há causas, menina, que pesam no espírito
humano como uma condenação antecipada.
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