quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Pá de cal para a Venezuela

Francisco Vianna (Da imprensa internacional)
Hugo Chávez radicaliza e aprofunda ainda mais sua “revolução bolivariana” e gera preocupação, numa Venezuela que está com sua economia destroçada, apesar de todo o petróleo que possui.

Depois de ter sido reeleito para mais um mandato, o caudilho venezuelano Hugo Chávez se apressa em aprofundar a sua revolução socialista apresentando uma proposta comunista sinistra para substituir o arco atual do estado que permitirá um acúmulo ainda maior de poder em suas mãos.
Analistas políticos dizem que o governo de Caracas planeja radicalizar o chamado “socialismo do século XXI” a partir do próximo ano e que a oposição, que já era débil e amedrontada, perdeu ainda mais força e ânimo depois da derrota de Capriles nas eleições do mês passado e estão praticamente incapazes de oferecer resistência.
O escritor e historiador Agustín Blanco Muñoz afirmou que na Venezuela hoje não há qualquer programa conhecido para deter a investida comunista de aprofundar e radicalizar o “Socialismo do Século XXI”. Não existe nenhuma planificação, nenhum programa de metas, nenhuma ação que se oponha aos desígnios de Chávez. A oposição venezuelana se limita a conseguir algumas prefeituras e governos estaduais.
Chávez, reeleito com diversas urnas sendo impugnadas pelo Tribunal Superior de Justiça, promete aprofundar sua revolução socialista e acelerar as mudanças políticas e econômicas “para estabelecer uma sociedade mais igualitária e justa”. Para isso, o caudilho quer acabar com as prefeituras e reduzir os governos dos estados a meros organismos de consulta, criando um novo ordenamento econômico em torno do governo central e das comunas, que ele chama de “economia comunal”, que, segundo o próprio Chávez, implicará em novas relações de trabalho e produção onde a única força capitalista será a do “estado comunal”, com base na renda do petróleo.
Tais conceitos começam a gerar alarme e pânico entre alguns setores da oposição, e não faltam avisos de que Chávez pretende desmantelar as instituições democráticas descritas pela constituição, uma vez que elas consistem nos últimos obstáculos que ainda separam o chavezismo de uma ditadura socialista plena no país.
A consecução dos planos de Chávez e seus seguidores irá, seguramente, aumentar em muito a dependência dos venezuelanos ao estado, um projeto que só serve para agudizar a polarização e acelerar o colapso econômico do país, cuja economia desce aceleradamente ladeira abaixo causando o empobrecimento mais intenso e rápido de um país sulamericano, conforme as declarações de uma deputada e ex-candidata presidencial Marina Corina Machado, que explica: “o socialismo chavezista é uma neoditadura que tem contado com recursos econômicos gigantescos para desenvolver uma campanha política sem precedente, pregando “a justiça e a inclusão social”, das quais se afasta cada vez mais. O resultado tem sido uma crescente dependência da sociedade ao estado, fuga de capitais produtivos privados importantes, a perda da capacidade de produção, a divisão pelo ódio, pelos preconceitos econômicos, raciais, geracionais e ainda religiosos. O poder se concentrou numa reduzida burguesia estatal, em parte graças a instituições prostradas e servis”.
Enquanto isso, as comunas se preparam para nivelar a todos por baixo, pelos mesmos padrões de pobreza e miséria existentes em Cuba, de onde Chávez importou do castrismo as bases de sua doutrina socialista ‘bolivariana’.
A população está apavorada e assustada pelo fantasma da fome, que já começa a se manifestar por um desabastecimento que lembra o de Cuba. Não será nenhuma surpresa se em breve o Palácio Miraflores mandar distribuir “libretas” de racionamento de comida como de há muito corre na ilha-cárcere dos irmãos Castro.
No réquiem pela Venezuela, a permanência de Chávez no poder pode significar a pá de cal final no sepultamento de um país outrora próspero e promissor.
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, 14-11-2012

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