Felipe Melo
O expediente mais comum
utilizado para criticar ações israelenses contra seus inimigos, notadamente os
grupos terroristas palestinos, é efetuar comparações entre judeus e nazistas de
todas as maneiras possíveis: quando alguma ação militar é executada contra o
Hamas, centenas de vozes se erguem para denunciar o “Holocausto palestino”
perpetuado pelo “Estado sionista” (ou sionazista, em alguns casos), acusam o
Estado de Israel de limpeza étnica, de supremacismo judaico, de apartheid,
dentre outras coisas. Os tradicionais meios de comunicação de massa – canais
televisivos, jornais de grande circulação – e os não tão tradicionais – como os
blogueiros estatólatras de plantão – utilizam ad nauseam esse
expediente, seja de modo explícito ou sub-reptício. Abundam cenas e relatos de
destruição, dor, sofrimento e tristeza na Faixa de Gaza como se se tratasse, de
fato, de uma limpeza étnica, enquanto se ignora solenissimamente os milhares
foguetes palestinos que chovem sobre as cidades israelenses – provocando
destruição, dor, sofrimento, tristeza e, acima de tudo, terror.
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Capa da revista estatal egípcia October Weekly comparando Binyamin Netanyahu com Adolf Hitler. |
A raíz dos grupos terroristas
palestinos – OLP, FPLP, Fatah, Hamas – e de sua ideologia pode ser atribuída a
um homem: Hajj Amin al-Husseini. O pai de Hajj, Muhammad Tahir al-Husseini, foi
Qadi (chefe do Supremo Conselho Islâmico) em Jerusalém e primeiro Grão Mufti da
cidade. Nomeado ao posto pelas autoridades otomanas na década de 1860, Tahir
al-Husseini incitou a perseguição contra imigrantes judeus, chegando a
conseguir a aprovação de uma lei que proibia a aquisição de terras por parte de
judeus em Jerusalém e áreas circunvizinhas. Em 1908, quando Muhammad Tahir
al-Husseini morreu, o posto de Grão Mufti de Jerusalém foi ocupado por seu
filho mais velho, Kamil al-Husseini.
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Hajj Amin al-Husseini (1895 - 1974) |
No ano de 1921, com a morte de Kamil, Hajj assumiu o posto de Grão Mufti de Jerusalém e de líder do Supremo Conselho Islâmico. Adotando uma postura completamente diferente da do irmão, Hajj al-Husseini não apenas ressuscitou a agressiva política anti-semita de seu pai, Muhammad Tahir, como foi além e recrudesceu-a: viajou por todos os países árabes da região com vistas a formar uma grande liga anti-judaica. Seu objetivo não era garantir que houvesse Palestina para os palestinos, mas era a perseguição aos judeus que garantisse ou sua expulsão, ou seu extermínio.
O clima anti-judaico
alimentado diuturnamente por Hajj al-Husseini era um fator de grande
instabilidade na região, o que provocava confrontos diários entre judeus e
árabes palestinos. Em 23 de agosto de 1928, uma sexta-feira, três árabes foram
mortos no bairro judeu de Mea Shearim, em Jerusalém; durante o sermão na
Mesquita de Al-Aqsa, o Grão Mufti conclamou todos os fiéis islâmicos a atacar
os judeus de Mea Shearim. Após as preces na mesquita, uma grande multidão
afluiu para o bairro judeu e atacou seus habitantes, que não foram pegos de
surpresa. O saldo foi de 249 mortos (116 árabes, 133 judeus) e aproximadamente
600 feridos, judeus em sua maioria. Um ano depois, dois outros atos bárbaros
contra os judeus na Palestina tiveram lugar na região: o primeiro foi em 24 de
agosto na cidade de Hebron, onde 67 judeus foram assassinados e centenas
ficaram feridos – muitos deles mutilados; o segundo foi em Safed, onde 18
judeus foram mortos e 80 ficaram feridos. Esses pogroms foram convocados pelo
próprio Grão Mufti de Jerusalém, que vinha sustentando que os sionistas estavam
tentando tomar de assalto a Mesquita de Al-Aqsa. Não havia qualquer complô do
tipo.
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Árabes promovendo o pogrom de Hebron |
Zeloso por difundir e
amplificar cada vez mais seu espírito anti-judaico, Hajj al-Husseini mantinha
contato com diversos governos, inclusive na Europa. E foi um governante em
particular que, em 1933, atraiu a mais ampla e sincera simpatia do Grão Mufti
de Jerusalém: o recém-eleito chanceler alemão Adolf Hitler. Em 31 de março de
1933, Hajj al-Husseini enviou um telegrama oficial ao gabinete de Hitler
informando que os muçulmanos na Palestina e ao redor do mundo viam com
entusiasmo sua ascensão à chancelaria alemã. A partir desse ano, as relações
entre a autoridade islâmica de Jerusalém e o governo nazista só foram aumentando
e se fortalecendo. O Grão Mufti se tornou voluntariamente uma espécie de
garoto-propaganda do regime nazista no Oriente Médio, sobretudo junto às
autoridades e grupos islâmicos da região – em especial a Irmandade Muçulmana,
que hoje governa o Egito. Com a fundação do Comitê Pan-Árabe de Bagdá, em 1934,
o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de Hitler, montou um
escritório oficial na Palestina, onde passou a trabalhar em estreita cooperação
com as autoridades islâmicas do Oriente Médio.
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Edição árabe do Mein Kampf, de Hitler |
Hajj al-Husseini buscou apoio
formal dos governos do Eixo contra os judeus na Palestina e a favor do
movimento pan-árabe. Em 27 de outubro, encontrou-se pessoalmente com Benito
Mussolini, que declarou seu apoio à causa palestina. Uma declaração formal foi
rascunhada por al-Husseini e aprovada por Mussolini. Após esse encontro,
al-Husseini foi para Berlim, onde obteve também do governo nazista a aprovação
da declaração – aprovação que obteve diretamente de Adolf Hitler em 28 de
novembro de 1941.
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Hajj al-Husseini com Adolf Hitler, 28 de novembro de 1941 |
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Al-Husseini passa a Divisão SS-Handschar em revista. Atrás, à direita, o SS-Brigadeführer Sauberzweig |
A simpatia pelo nazismo não
sumiu do seio dos grupos terroristas palestinos. Ao contrário, ela ainda está
muito viva. Não são poucas as referências honrosas a Hitler e as tentativas de
negação do Holocausto – que ora é descrito como uma fantasia sionista, ora como
uma reação legítima ao complô sionista para dominar o mundo. Mahmoud
Ahmadinejad, um dos principais financiadores do Hamas, promoveu em Teerã um
encontro de revisão do Holocausto. Ekrima Sa’id Sabri,
Grão Mufti de Jerusalém de 1993 a 2006 por indicação Yasser Arafat, então líder
da Autoridade Palestina, argumentava que “Os Protocolos dos Sábios de Sião”
provavam cabalmente que os sionistas tinham capacidade para inventar uma
história como o Holocausto. Izz ad-Din al-Qassam – que, como vimos, também era
pró-nazista – é o nome que batiza as Brigadas al-Qassam, braço militar do
Hamas, responsáveis pelo lançamento diário de mísseis contra o sul de Israel.
Os ecos da influência nazista reverberam até hoje contra os judeus.
O principal objetivo dos
grupos políticos e terroristas palestinos jamais foi a fundação de um Estado
palestino soberano, independente e plenamente reconhecido, mas o extermínio dos
judeus da face da Terra. Esse sentimento existe de maneira inequívoca e
inconfundível desde meados do século XIX, e, com o passar do tempo,
sofisticou-se. O empenho do Terceiro Reich em apoiar essas iniciativas no
Oriente Médio prova-o além de qualquer dúvida. Chamar o Estado de Israel de
sionazista é ultrajante e despropositado, mas não seria equivocado chamar o
Hamas de nazislâmico.
Título, Imagens e Texto: Felipe Melo, no Blog Juventude Conservadora da UnB, 25-11-2012
ola. sou o marco antonio leite e digo, se é o que vc diz!!! isso não quer dizer que sejá verdade!! este povo de um Deus diferente luta por um pedaço de terra que juga lespertencer, espero uma resposta marco86leite@yahoo.com.br
ResponderExcluirLênin era judeu,seu cretino.
ResponderExcluirTROTSKI ERA JUDEU, LENIN NUNCA.
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