Cesar Maia
1. É bom que o Rio comece a
ficar atento às ações do governo Dilma em relação à Copa e aos JJOO. Todas as
atenções estão voltadas para 2014. Afinal, é esse o ano da campanha para
reeleição.
2. Dilma joga com sua imagem apenas
e deixa que a imagem negativa recaia apenas nos demais políticos, a começar
pelo PT. Tem dado certo. Até em relação a Lula. Isso tem um custo político, na
medida em que vem perdendo o controle do Congresso. Mas não tem custo
eleitoral, muito pelo contrário.
3. O cronograma das obras nos
estádios, que estava muito atrasado, começa a ficar em dia. E ainda há um fator
de segurança de 30% que pode ser usado, reduzindo o número de sedes, se for
necessário. As obras urbanas têm quase nada a ver com a Copa, pois não será com
2, 3 ou 4 jogos, para públicos acostumados com grandes audiências ou eventos,
que se afetará a normalidade da Copa.
4. Um levantamento feito junto
a grandes empreiteiras mostrou que a carteira de obras públicas está completa,
mas só até 2014 e, no máximo, início de 2015. Além disso, pouco ou nada foi
transferido para as obras em curso ou iniciadas com vistas a 2016. E, no caso
dos JJOO-2016 no Rio, as intervenções urbanas são importantes.
5. A comissão tripartite
(federal, estadual, municipal) ainda não foi constituída. Não há compromissos
firmados. Pouco ou nada foi transferido às obras em curso além de uma ou outra
autorização de financiamento. Enquanto isso vai se distorcendo o desenho urbano
do Rio com transferências de desembolso para o setor privado, com
generosíssimas compensações.
6. Os recursos do FGTS que
vieram para a área portuária nada têm a ver com os JJOO-2016. Estão fora do
quadrilátero olímpico, que é o mesmo do PAN. Como dizem as autoridades: é um
pretexto. Bem, pelo menos servem ao Rio.
7. No início de dezembro, os
governos estaduais e municipais interrompem a liquidação de despesas e só
reabrem, para valer, em março, depois do decreto de contingenciamento e
execução orçamentária. Ou seja, apenas 3 anos antes dos JJOO-2016. Muito pouco
tempo. A experiência do PAN-07, de menor complexidade, mostra que 3 anos podem
não ser suficientes.
8. Dilma só pensa naquilo:
2014!
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