quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Anunciado um frágil cessar-fogo no conflito entre Israel e Gaza

Francisco Vianna
Numa conferência na cidade do Cairo, ontem à noite, com a participação da Secretária de Estado americana, Hillary Rodhan Clinton, e o Primeiro-Ministro egípcio, Mohamed Kamel Amr, foi anunciado um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista travestido de partido político, o Hamas.


Hillary Clinton e o Presidente do Egito, Mohamed Mursi, num encontro ontem no Cairo, após a conferência que manteve com o Primeiro-Ministro egípcio.
Com o Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarando ao presidente americano, Barak Obama, que Israel quer “dar uma chance” ao cessar-fogo promovido pelo governo do Egito, todos os envolvidos nesse esforço diplomático esperam que a suspensão das hostilidades tenha de fato começado a partir das 21 horas de ontem.

Todavia, acredita-se que essa trégua será tênue e que Israel somente concordará com um armistício mais amplo caso obtenha uma garantia convincente por parte do Egito – com a supervisão dos EUA – de que o arsenal de mísseis de longo alcance do tipo Fajr-5, de fabricação e fornecimento de graça pelo Irã ao Hamas e aos demais grupos jihadistas de Gaza, seja totalmente “neutralizado” e que, também, outras medidas sejam tomadas para evitar futuras remessas, por contrabando através da fronteira egípcia, de armas para a Faixa de Gaza. 


Mísseis iranianos de longo alcance são disparados de Gaza pelos jihadistas em direção a Tel Aviv e outras cidades de Israel, ao por do sol de segunda-feira passada.
Ficará para a continuidade das negociações o esclarecimento mais detalhado dessa exigência israelense, especialmente em face da negação por parte de Tel Aviv de aceitar a exigência do Hamas de que o bloqueio israelense de Gaza para a detecção de armas seja suspenso.

Disse ainda que a marcha das operações militares – pela qual Israel estava prestes a desencadear uma importante incursão terrestre de ocupação do território – continuará se o Hamas ou qualquer outro grupo de Gaza ou de fora dela não respeitar o cessar-fogo.

Como sabe, há uma destacada participação do Irã, país que é acusado por Israel de ser “o centro de gravidade do conflito”. O regime islamofascista e antissionista de Teerã, que fabrica os mísseis Fajr-5, tem promovido e facilitado a chegada desses foguetes à Gaza e às mãos dos grupos terroristas jihadistas, como o Hamas e outros, sem qualquer custo para eles. O Irã pode ter interesse em prolongar o conflito e poderá tentar utilizar manobras que alavanquem a guerra (como o disparo de mísseis contra Israel por agentes seus sem o conhecimento ou a participação direta do Hamas e outros) com a finalidade de inviabilizar o cessar-fogo e fazer com que Israel dê prosseguimento à invasão terrestre. Paralelamente, Israel tem também que enfrentar o dilema de futuras tentativas iranianas de contrabandear armamentos avançados para Gaza e é aí que a cooperação egípcia com Israel na fronteira se tornará crucial. 


O sistema de defesa antimísseis israelense, “Pilar da Defesa” tem conseguido interceptar em pleno voo mais de 90 por cento dos mísseis Fajr-5 lançados de Gaza, mas os poucos que conseguem passar já causaram cinco mortes do lado israelense, todas entre a população civil do país. Na foto dois mísseis sendo simultaneamente destruídos em pleno voo pela defesa israelense.
Caso o cessar-fogo se mantenha, o Hamas terá a seu alcance uma importante vitória simbólica, pois terá evitado uma devastação do território que poderia simplesmente exterminá-lo e poderá alardear a sua capacidade de atacar o coração do Estado de Israel. O mundo inteiro, agora, estará de olho para ver se o Hamas e outros grupos jihadistas, como a Jihad Islâmica Palestina, irão “honrar” o cessar-fogo, algo que vai contra a natureza e os objetivos desses grupos.

Até que Israel tenha uma garantia sobre a neutralização dos Fajr-5 e que surjam as demais medidas citadas, é improvável que o estado judeu renuncie à opção de uma operação terrestre militar na Faixa de Gaza.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 22-11-2012

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