Francisco Vianna
Numa conferência na cidade do
Cairo, ontem à noite, com a participação da Secretária de Estado americana,
Hillary Rodhan Clinton, e o Primeiro-Ministro egípcio, Mohamed Kamel Amr, foi
anunciado um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista travestido de partido
político, o Hamas.
![]() |
Hillary Clinton e o Presidente
do Egito, Mohamed Mursi, num encontro ontem no Cairo, após a conferência que
manteve com o Primeiro-Ministro egípcio.
|
Com o Primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, declarando ao presidente americano, Barak Obama,
que Israel quer “dar uma chance” ao cessar-fogo promovido pelo governo do
Egito, todos os envolvidos nesse esforço diplomático esperam que a suspensão
das hostilidades tenha de fato começado a partir das 21 horas de ontem.
Todavia, acredita-se que essa
trégua será tênue e que Israel somente concordará com um armistício mais amplo
caso obtenha uma garantia convincente por parte do Egito – com a supervisão dos
EUA – de que o arsenal de mísseis de longo alcance do tipo Fajr-5, de
fabricação e fornecimento de graça pelo Irã ao Hamas e aos demais grupos
jihadistas de Gaza, seja totalmente “neutralizado” e que, também, outras
medidas sejam tomadas para evitar futuras remessas, por contrabando através da
fronteira egípcia, de armas para a Faixa de Gaza.
![]() |
Mísseis iranianos de longo
alcance são disparados de Gaza pelos jihadistas em direção a Tel Aviv e outras
cidades de Israel, ao por do sol de segunda-feira passada.
|
Ficará para a continuidade das
negociações o esclarecimento mais detalhado dessa exigência israelense,
especialmente em face da negação por parte de Tel Aviv de aceitar a exigência
do Hamas de que o bloqueio israelense de Gaza para a detecção de armas seja
suspenso.
Disse ainda que a marcha das
operações militares – pela qual Israel estava prestes a desencadear uma
importante incursão terrestre de ocupação do território – continuará se o Hamas
ou qualquer outro grupo de Gaza ou de fora dela não respeitar o cessar-fogo.
Como sabe, há uma destacada participação do Irã, país que é acusado por Israel de ser “o centro de gravidade do conflito”. O regime islamofascista e antissionista de Teerã, que fabrica os mísseis Fajr-5, tem promovido e facilitado a chegada desses foguetes à Gaza e às mãos dos grupos terroristas jihadistas, como o Hamas e outros, sem qualquer custo para eles. O Irã pode ter interesse em prolongar o conflito e poderá tentar utilizar manobras que alavanquem a guerra (como o disparo de mísseis contra Israel por agentes seus sem o conhecimento ou a participação direta do Hamas e outros) com a finalidade de inviabilizar o cessar-fogo e fazer com que Israel dê prosseguimento à invasão terrestre. Paralelamente, Israel tem também que enfrentar o dilema de futuras tentativas iranianas de contrabandear armamentos avançados para Gaza e é aí que a cooperação egípcia com Israel na fronteira se tornará crucial.
Caso o cessar-fogo se
mantenha, o Hamas terá a seu alcance uma importante vitória simbólica, pois
terá evitado uma devastação do território que poderia simplesmente exterminá-lo
e poderá alardear a sua capacidade de atacar o coração do Estado de Israel. O
mundo inteiro, agora, estará de olho para ver se o Hamas e outros grupos
jihadistas, como a Jihad Islâmica Palestina, irão “honrar” o cessar-fogo, algo
que vai contra a natureza e os objetivos desses grupos.
Até que Israel tenha uma
garantia sobre a neutralização dos Fajr-5 e que surjam as demais medidas
citadas, é improvável que o estado judeu renuncie à opção de uma operação
terrestre militar na Faixa de Gaza.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia
internacional), 22-11-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-