![]() |
Imagem: Alécio Brandão |
Coincidindo com a aprovação do
orçamento, uma sondagem demonstra que 63,5 % dos portugueses defendem que
Portugal deve cumprir o acordo negociado com a troika e que 62,8 % afirmam que
Portugal não deve sair do Euro. Paralelamente, 84% querem que o memorando
assinado com os nossos credores seja renegociado.
O caminho das pedras do
Governo está definido: cumprir o acordo ao mesmo tempo que liberta os
portugueses da pressão fiscal e do nível de desemprego que lhes está a ser
imposta, por um lado diminuindo a despesa pública (os famosos 4 mil milhões),
por outro lado com incentivos fiscais e impondo à banca portuguesa instrumentos
financeiros que libertem a economia do “crash default” que efectivamente está a
atrasar a recuperação económica, impedindo liquidez ao investimento, à gestão
das PME’s e à revitalização da microeconomia. E, mais do que renegociar o
memorando (a que deve estar sempre atento, sobretudo pressionando na diminuição
acentuada dos juros e no retorno de parte substancial dos lucros obtidos em
juros pelos nossos credores), deve acabar com ele em 2014. Mais tempo para
pagar mais dinheiro é a política dos irresponsáveis.
Para este caminho o Governo
tem o apoio condicional de dois terços dos portugueses. Apoio condicional à
efectiva execução dos objectivos pretendidos.
Com 20% do seu eleitorado a
compreender que o Governo está num processo do que “tem de fazer” num exercício
de “real politic” que se sobrepõe aos chavões negacionistas da realidade
gritados todos os dias pela esquerda não democrática (a que 10 % do eleitorado
socialista ainda se submete), o espaço de afirmação dos socialistas enquanto
projecto governativo não existe (foi ridículo ver ontem Seguro fazer de conta
que era autor da deliberação do EuroGrupo de estender à Irlanda e Portugal a
revisão dos critérios de apoio financeiro à Grécia).
O PS tem de se defrontar a si
próprio: ou segue a maioria do seu eleitorado e opta definitivamente por um
modelo político de governação europeu, criando condições para com os outros
partidos democráticos obter consensos reformadores do regime que evitem que
Portugal volte à bancarrota, ou deixa-se continuar aprisionado pela coacção
ideológica de uma minoria companheira de estrada da extrema-esquerda e da
esquerda radical.
Título e Texto: Maurício
Barra, Forte Apache,
28-11-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-