A Gol anunciou nesta
sexta-feira (23) o encerramento das operações da Webjet em sequência ao
processo de aquisição da companhia no ano passado.
Dos 1.500 funcionários da
controlada em julho do ano passado, 850 estão sendo desligadas nesta
sexta-feira. Dentre os demitidos, 143 são pilotos, cerca de 400 são
comissários.
Os demais são da área de manutenção.
A Gol anunciou ainda que 450, a maioria funcionários de aeroporto da Webjet,
baseados no Rio de Janeiro, em Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e
Guarulhos, serão incorporados.
Os 200 restantes são
funcionários em licença ou fase de pré-aposentadoria e devem eventualmente
trabalhar na fase de integração das empresas.
Desde a zero hora de hoje, os
seis Boeings-737/300 da Webjet pararam de voar. Os voos da malha original, que
já havia sido integrada à da Gol no início de novembro, serão feitos com a
frota da Gol, de Boeings-737/700 e 800.
O presidente da Gol, Paulo
Sérgio Kakinoff, garantiu que nenhum passageiro ficará sem voar e que quem tem
passagem da Webjet vai voar no mesmo horário em um voo da Gol.
Kakinoff disse que todos os
voos que eram originalmente da Webjet serão operados com a atual frota de 128
aviões da Gol e que não haverá cortes de frequência ou de destinos.
"A atual taxa de ocupação
da Gol nos permite absorver 100% dos passageiros da Webjet nos mesmos destinos
e horários."
As malhas das duas empresas
foram integradas no início de novembro, pouco depois de o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) aprovar a operação.
A Webjet tinha 20 aeronaves:
14 alugadas, que estão em hangares de manutenção e devem ser devolvidas até o
final do primeiro trimestre de 2013; e as seis próprias que ainda estavam em operação
e que devem ser vendidas ou alugadas.
Kakinoff disse que a medida
vai permitir ao grupo operar com mais eficiência e rebateu críticas sobre um
possível aumento no preço das passagens com o fim da Webjet.
"A Gol oferecia tarifas
menores que a Webjet em muitos trechos", disse o executivo.
Segundo ele, a integração não
afastou os passageiros da Webjet, que foram 100% absorvidos pela Gol desde o
início de novembro, quando as operações foram integradas.
TRAJETÓRIA
A Webjet foi criada em 2005
por empresários cariocas para ser uma companhia aérea de baixo custo. Dois anos
depois, foi comprada pelo empresário Guilherme Paulus, então dono da agência de
viagens CVC. Paulus tentou reestruturar a companhia, mas não teve sucesso.
Em julho de 2011, a companhia
foi vendida à Gol por R$ 43 milhões com dívidas superiores a R$ 200 milhões.
Até outubro deste ano, as duas
companhias vinham operando de forma independente, por conta de um acordo
firmado com o Cade em 26 de outubro do ano passado.
No início de outubro de 2012,
o Cade autorizou a compra da Webjet pela Gol, com a condição de cumprir uma
meta de eficiência nos voos operados no aeroporto Santos Dumont, no Rio de
Janeiro, em razão da forte presença da Webjet nesse terminal.
Há cerca de um mês, o site da
companhia foi desativado, com as vendas sendo unificadas no site da Gol, por
preços mais altos.
Título e Texto: Mariana Barbosa, Folha de São Paulo, 23-11-2012
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