Reynaldo Rocha
A Casa Vil foi suplantada em importância emblemática com esta nova face do cleptolulopetismo. Agora ladras e ladrões escondem-se no próprio Gabinete Presidencial.
A Casa Vil foi suplantada em importância emblemática com esta nova face do cleptolulopetismo. Agora ladras e ladrões escondem-se no próprio Gabinete Presidencial.
É desnecessário dizer que
nunca antes neste país o poder chafurdou em tanta lama ao mesmo tempo. Navega
nas ondas dos esgotos que transborda.
Gostaria de ressaltar dois
pontos que ficam, dia a dia, mais definidos pela História. Lula foi somente
conivente? A oposição oficial e uma envergonhada e subserviente imprensa
brasileira (parte dela) jamais admitiram, sequer como hipótese, o envolvimento
do Imperador de São Bernardo nas falcatruas descobertas. Era ofensa tocar neste
assunto. O endeusamento do nordestino-pobre-ignorante não permitia críticas. O
que dizer das suspeitas?
Se Pedro Caroço convoca a
militância para defendê-lo (lembrando o “colocar as tropas nas ruas” da
ditadura militar), o que haveria se Lula for apanhado nesta teia indecente e
abjeta? E se vazarem as gravações das conversas entre Lula e Rose? Seriam
telefonemas fortuitos? Afinal, o jornalista Policarpo Júnior foi denunciado
pelo relator da CPI da Delta por ter conversado, ao telefone, DUAS vezes com o
Cachoeira. Lula conversou com Rose, A Primata de SP, em 122 ocasiões.
Seria esta a prova final que
tanto exigem os milicianos que, acostumados com antolhos, escoiceiam com o
furor de mulas amestradas?
A crítica ia no máximo à
inocência derivada da ignorância (lato sensu). Como se o crime maior fosse o
absoluto despreparo de quem se julgava (e ainda se julga) infalível e
estadista. Mesmo este já seria um comportamento reprovável sob qualquer ângulo:
política, de saúde mental ou de projeto ditatorial.
Mas há mais. E quem prova são
os fatos. Fartos, repetitivos e cada vez mais consistentes. Seriam vergonhosos
se o lulopetismo tivesse vergonha. Não é o caso.
Em quais atos de corrupção não
houve o envolvimento do PT e da base alugada, que prestava reverência (e
obediência) a Lula?
Tudo foi feito escondido do
chefe supremo, das ladroagens que incluíam o “capitão do time” até a secretária
que o acompanhou em 32 viagens internacionais?
Usando a lógica miliciana, o
“cara” não é o novo gênio da raça? O fazedor de postes? A quintessência do
animal político de Aristóteles? O analista brilhante que não precisou sequer
ler Robert Dahl para entender uma moderna análise política, preferindo
construir uma “muderna falsidade ditatorial”?
É este gênio idolatrado o
imbecil que nunca soube da absolutamente nada? Mesmo insistindo (com a ajuda do
inefável José Quadrilheiro Dirceu) para que se tivesse um dos irmãos metralhas
da Rose de SP como diretor da ANAC? O Senado rejeitou o nome por duas vezes:
precisou uma manobra de Dirceu e Lula ─ com o apoio de Sarney ─ para emplacar
tão querido afilhado da esfomeada Rose.
Haverá ainda alguém a
protestar a inocência de Lula? Seria uma agressão aos fatos. Todos os
recentemente afastados do Governo Federal no governo Dilma são remanescentes do
governo Lula. E lá continuaram a pedido do co-presidente. Esta figura tão
brasileira como a jabuticaba implica certos riscos.
Um deles é receber uma herança
maldita (e podre) e sequer poder reclamar. Postes não falam. E muito menos
reclamam. É da natureza dos postes.
Outro aspecto elucidativo é a
tentativa de criar um novo mito: a Dilma faxineira. Elogios à presidente que
teria agido com presteza ao demitir aos corruptos do dia me soam como ironia.
Ou revelam um primarismo mental próximo das amebas. Seria uma desonestidade
intelectual? Mais uma?
Os corruptos demitidos ─ pelo
papel da imprensa e da Polícia Federal e nunca de moto próprio! ─ foram antes
nomeados pela mesma Dilma.
A caneta que os demitiua mesma
que os empossou.
Caso tenha aceitado ─ sem
questionamentos ─ a ordem imperial para que fossem mantidos no novo-velho
governo, isso só agrava a opção feita por Dilma. Parece ser marca da
personalidade de quem late com subalternos e ronrona com superiores.
Se ao fazer a análise dos
“indicados” achou-os aptos a continuarem no governo, neste caso reforça-se a
incompetência que não condiz com a figura da “gerentona” dura e perfeccionista.
No oposto (não viu predicados para a continuidade) somente assumiu a
roubalheira como padrão governamental.
Alguém ainda tem a mais leve
dúvida de que outros escândalos virão? E que estarão cada vez mais próximos de
Lula?
Acredito que tudo na vida ─
até os pesadelos e males ─ tem um valor didático, por menor que seja. Até para
quem se recusa a viver o real. Neste caso a primazia da HISTÓRIA ─ a real e
jamais aquela do Brasil registrado em cartório ─ mostra-se inexorável.
Só os ignorantes e os que
desprezam a cultura poderiam imaginar-se impunes. A história costuma ser cruel
para com os mentirosos.
Os milicianos que exigiam o
julgamento de FHC ─ por motivos jamais esclarecidos ─ agora têm de procurar
argumentos para defender quem efetivamente deve ser julgado. Pela história já
foi. E condenado.
Pela Justiça, alguns já
começaram a escolher acomodações mais próximas de suas atuais residências.
Falta um.
Será necessário registrar em
cartório? Não. As certidões positivas da Justiça Penal são gratuitamente
registradas em todo o Brasil.
Poderá fazer parte da outra,
aquela que está em um cartório de Brasília como exemplo maior do achincalhe de
um megalômano que perdeu o sentido da própria existência. E que nunca acreditou
na História.
Está tendo que aprender. Mesmo
contra a vontade.
Título e Texto: Reynaldo Rocha, Coluna do Augusto Nunes, 29-11-2012
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