domingo, 20 de janeiro de 2013

58º capítulo (daquela Série): Preso na copa

Primeiro capítulo: Páginas de vida: que me ensinaram a não gostar de nacionalismos 

Boeing 707, PP-VJJ, 15 de maio de 1995, Aeroporto Internacional de Miami, Flórida, Estados Unidos da América. Foto: KennyGanz
Como já sabem, comecei a voar em novembro de 1972, nos Boeings 707 (e dois DC-8 que haviam pertencido à Panair). Estes eram os equipamentos que faziam as rotas internacionais. Nova Iorque, Los Angeles, Miami… Lisboa, Madrid, Paris, Londres, Roma… Buenos Aires, Santiago do Chile, Montevidéu…
O voo para Miami era feito pelos DC-8. Detestava-os. Trabalhava na galley traseira (4º comissário), a galley era horrível para trabalhar, começando pelos fornos… Por dois anos tive trauma de Miami. Quando vinha na escala “810” ou “MIA” eu não conseguia dominar a ansiedade antevendo duas noites de “horror”.
Well, devo dizer que não apreciava nada a minha função. Não era nada daquilo que eu imaginava ser comissário: “fechado” num cubículo colocando comidas quentes e pães nas bandejas que os “comissários” colocavam no balcão, colocando um copo de água (ou de suco de laranja, no café da manhã), fazendo café durante a noite, colocando pães nos fornos, enfim, um copeiro mesmo. Cheguei a ir falar com o gerente do comissariado para me tirar de lá e me transferir para a cabine (2º comissário). Afinal, eu falava francês e inglês. Mas não teve jeito, fiquei preso na galley traseira durante dois anos, até dezembro de 1974, quando chegaram outros dois DC-10.
Os primeiros DC-10 foram entregues em maio de 1974.

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