terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Forças daninhas ocultas...


Valdemar Habitzreuter
Não há explicação para tanto descaso. Desde o dia 11 de dezembro, quando o processo da ação de defasagem tarifária entrou em pauta para julgamento no STF, nada aconteceu. Era até compreensível, pela agenda lotada de processos naquele dia, pois o da Varig estava no final da lista. No dia seguinte, esperava-se que o processo viria à tona automaticamente, mas outra frustração. No início desta semana, novamente sem julgamento. Nem se sabe, agora, quando vai acontecer.

De frustração em frustração, nós, ex-trabalhadores e aposentados da Varig, sentimo-nos como joguetes nas mãos de autoridades sem senso de responsabilidade. Considero isto um massacre psicológico. Onde querem chegar? Deixar-nos na penúria para que definhemos lentamente sem que façamos jus aos nossos direitos? O Estatuto do Idoso parece ser mera formalidade de caráter pomposo, mas sem utilidade alguma. É uma balela. Por que prioridade para os idosos se é preferível que morram o quanto antes?

Infelizmente, nesta nossa democracia o povo não apita nada; nada, nadinha quando se trata de clamar por seus direitos. É colocado por escanteio, marginalizado, tripudiado em sua dignidade. Que democracia é esta? Presume-se que numa democracia os julgamentos num Tribunal aconteçam com eficácia e lucidez para que os direitos de alguém sejam garantidos, em caso de agressão às leis que o protegem. Mas, o que vemos é uma Justiça inerte, sem rumo, sem cumprir à risca seus deveres morais com a sociedade.

Portanto, eis-nos de novo na estaca zero. Não se entende o porquê de tanto adiamento desse julgamento. Que forças ocultas são essas que desde 2006 nos corroem os ânimos e a vontade de viver? Estamos sendo amaldiçoados, condenados e linchados por um sistema judiciário emperrado que nos desumaniza e nos trata como párias. Somos vítimas de uma dupla cilada: a defasagem tarifária e a defasagem judiciária. Esta não quer enxergar a premência de um julgamento que nos restitua o ânimo pela vida. Não vê ela a urgência de se pôr um fim ao caso, uma vez que se trata da saúde de muitos idosos que necessitam de remédios e afins?

A quem mais recorrer se a suprema corte desse nosso país é pusilânime e sem interesse nos assuntos que lhe são inerentes e obrigatórios, o dever de analisar e julgar os processos com a maior presteza possível? Bem que poderíamos apelar a um Tribunal Internacional para denunciar o descaso a que estamos sujeitos, e, talvez assim, afugentar as forças daninhas ocultas que dominam nossa Justiça brasileira.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 17-12-2013

Relacionados:

2 comentários:

  1. Maria Auxiliadora dos Santos18 de dezembro de 2013 às 00:32

    Os aposentados têm pressa!!

    ResponderExcluir
  2. Muito bom teu texto, Habitzreuter. Denúncia clara e objetiva do que sofremos.
    O tratamento escabroso que idosos recebem, depois de dezenas de anos contribuindo para suas aposentadorias e impostos vários pagos, de nada valem num país que se diz democrata.
    Ha alguns anos denunciei o caso Varig e as demissões em massa ocorridas em 2006 à OEA. Três meses depois recebi resposta dizendo que "nem todos os recursos jurídicos estariam esgotados". Devem ter consultado o Itamaraty ou outro órgão qualquer que forneceu esta informação. Maneira polida de dizer: - nos preocupamos, as ações seguem, virem-se!
    Mas, acho que o caminho é este sim, cortes internacionais. Nos sítios destas entidades, OEA, ONU, etc têm como fazer a denúncia, preenche-se alguns poucos formulários, tipo um cadastro. O caminho é este. Aqui no Brasil não tem mais o que fazer de forma civilizada. Vamos à luta!
    Forte abraço, amigo.
    Fernando Vieira Dutra

    ResponderExcluir

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-