sábado, 6 de dezembro de 2014

Oração e adoração numa mesquita? Papa Francisco, mas por que faz essas coisas?

Antonio Socci 

Ainda hoje o Papa Francisco, na Mesquita Azul de Istambul, disse: “Não devemos apenas glorificar e louvar a Deus, mas devemos também adorá-lo. Esta é a primeira coisa”.

E, com efeito, ele orou E ADOROU…

O vaticanista do Le Figaro comenta que é algo inédito, porque nunca ocorreu de um Papa fazê-lo dentro de um local de culto muçulmano, sobretudo em direção à Mecca.

Subitamente, Andrea Tornielli, o guarda-suíço do Vatican Insider, correu para tentar reparar  – como de costume – usando Bento XVI para cobrir as “revoluções” do Papa Bergoglio. Mas tem razão o vaticanista do Le Figaro.

Primeiramente porque no caso de Bento XVI, em 2006, aconteceu uma simples visita e – surpreendentemente (foi um pouco uma armadilha) – clérigos muçulmanos começaram a orar.
Bento XVI, por comparação, permaneceu em silêncio. E o Vaticano nunca disse que ele orou. Certamente não se falou em veneração ou adoração lá ocorridas.

Diferente é o caso do Papa Francisco… O Pe. Lombardi falou de “adoração silenciosa”. Adoração? Em direção à Mecca?

Um leitor perplexo me escreve algumas de suas considerações. Não se deve estar necessariamente de acordo, mas certamente faz refletir seriamente:

A dúvida do dia de hoje é se o Papa Francisco apostatou ou não na mesquita em Istambul. Deixo de lado qualquer consideração sobre a oportunidade de se rezar com membros de outras religiões (muçulmanos, nda)… para focalizar atenção na terminologia usada hoje pelo Pe. Lombardi e pelo próprio Bergoglio: ‘adoração silenciosa’. Este foi um termo também usado pelo TG1. Eu entendo que a adoração é devida exclusivamente a Deus e se você vai a um lugar de adoração de outra religião e realiza uma ‘adoração silenciosa’, alguém irá questionar qual Deus está sendo adorado. Por que não foi usado o termo correto, a saber: ‘oração pessoal’? Adorar significa reconhecer que  local é habitado pela divindade. E isto seria apostasia.  É fácil enxergar que ninguém nunca viu um chefe de Estado muçulmano vir a Itália e rezar junto com o Papa diante do Santíssimo Sacramento. A cena de hoje é também um insulto a milhares de vitimas cristãs que morreram como mártires por negar qualquer tipo de sincretismo com o Islão… Estou bastante desconcertado e estou convencido de que Bergoglio mais cedo ou mais tarde fará qualquer declaração que abalará a doutrina”.

Diante das considerações deste leitor, acredito que existam grandes questões abertas, grandes como abismos…

Finja não ver isso como algo grave. Porque você pode fingir para si mesmo ou para outros, mas não para Deus.
Texto: Antonio Socci, Tradução: Thiago TellesFratres in Unum.com, 5-12-2014

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