Antonio Socci
Ainda hoje o Papa Francisco,
na Mesquita Azul de Istambul, disse: “Não devemos apenas glorificar e louvar a
Deus, mas devemos também adorá-lo. Esta é a primeira coisa”.
E, com efeito, ele orou E
ADOROU…
O vaticanista do Le Figaro comenta que é algo inédito, porque nunca ocorreu de um Papa
fazê-lo dentro de um local de culto muçulmano, sobretudo em direção à Mecca.
Subitamente, Andrea Tornielli,
o guarda-suíço do Vatican Insider, correu para tentar reparar
– como de costume – usando Bento XVI para cobrir as “revoluções” do Papa
Bergoglio. Mas tem razão o vaticanista do Le Figaro.
Primeiramente porque no caso
de Bento XVI, em 2006, aconteceu uma simples visita e – surpreendentemente (foi
um pouco uma armadilha) – clérigos muçulmanos começaram a orar.
Bento XVI, por comparação,
permaneceu em silêncio. E o Vaticano nunca disse que ele orou. Certamente não
se falou em veneração ou adoração lá ocorridas.
Diferente é o caso do Papa
Francisco… O Pe. Lombardi falou de “adoração silenciosa”. Adoração? Em direção
à Mecca?
Um leitor perplexo me escreve
algumas de suas considerações. Não se deve estar necessariamente de acordo, mas
certamente faz refletir seriamente:
“A dúvida do dia de hoje é se o Papa Francisco apostatou ou não na
mesquita em Istambul. Deixo de lado qualquer consideração sobre a oportunidade
de se rezar com membros de outras religiões (muçulmanos, nda)… para focalizar
atenção na terminologia usada hoje pelo Pe. Lombardi e pelo próprio Bergoglio:
‘adoração silenciosa’. Este foi um termo também usado pelo TG1. Eu entendo que a adoração é
devida exclusivamente a Deus e se você vai a um lugar de adoração de outra
religião e realiza uma ‘adoração silenciosa’, alguém irá questionar qual Deus
está sendo adorado. Por que não foi usado o termo correto, a saber: ‘oração
pessoal’? Adorar significa reconhecer que local é habitado pela
divindade. E isto seria apostasia. É fácil enxergar que ninguém nunca viu
um chefe de Estado muçulmano vir a Itália e rezar junto com o Papa diante do
Santíssimo Sacramento. A cena de hoje é também um insulto a milhares de vitimas
cristãs que morreram como mártires por negar qualquer tipo de sincretismo com o
Islão… Estou bastante desconcertado e estou convencido de que Bergoglio mais
cedo ou mais tarde fará qualquer declaração que abalará a doutrina”.
Diante das considerações deste leitor, acredito que existam grandes questões abertas, grandes como abismos…
Finja não ver isso como algo
grave. Porque você pode fingir para si mesmo ou para outros, mas não para Deus.
Texto: Antonio Socci, Tradução: Thiago Telles – Fratres in Unum.com, 5-12-2014
Texto: Antonio Socci, Tradução: Thiago Telles – Fratres in Unum.com, 5-12-2014
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