Tavares Moreira
1. O novo ministro das finanças da Grécia parece
não estar ainda satisfeito com a inenarrável confusão que conseguiu criar em torno
da já muito difícil situação económica e financeira do seu País, tornando
indecifráveis as suas prioridades e objectivos – e dando mesmo a sensação de
estar sobretudo empenhado em indispor os seus credores aos quais,
paradoxalmente, vai apresentando exigências, com o falso rótulo de propostas,
para obter novos financiamentos.
2. Na verdade, para além desse trabalho tão
meritório como deletério, na frente interna, entretém-se agora a disparar
ameaças sobre a zona Euro, tendo ontem chegado ao ponto de afirmar que esta
zona será como um baralho de cartas: se lhe tirarem a carta da Grécia, a mais
vulnerável como se depreende das suas próprias palavras, a seguir cairão as
cartas Portugal, Itália, e assim sucessivamente…
3. Ao mesmo tempo, divulgou conversas que supostamente
(…) teria mantido em privado com responsáveis governamentais italianos, nas
quais estes lhe teriam afirmado que a dívida pública italiana seria também
insustentável e que isso só não era tornado público para não por em causa a
“tranquilidade” da zona Euro…
4. ... tendo obrigado a um rápido desmentido do
Ministro das Finanças de Itália, em termos bastante diplomáticos mas
suficientemente claros para se perceber quanto lhe “agradou” o deslize de
Varoufakis…
5. Curiosamente, a reacção dos mercados tem sido no
sentido de castigar a Grécia, com fortes subidas do juro implícito (yield) na
cotação da dívida grega e quedas de valor na bolsa de Atenas, com relevo para
as acções representativas do capital dos bancos… mantendo uma calma olímpica em
relação às dívidas dos restantes países do Euro…
6. Relativamente à inabilidade e ao evidente
amadorismo do Snr. Varoufakis na solução da complexíssima situação em que a
Grécia se encontra – quando esta recomendaria uma abordagem radicalmente oposta
ao estilo incendiário de Varoufakis – temos de reconhecer que é assunto que diz
respeito aos gregos, pois se foram eles que decidiram mandatar estes
especialistas para lhes tornar a vida ainda mais difícil do que já estava, só a
eles cabe avaliar o desempenho dos seus mandatários…
7. Mas, em relação às declarações claramente
insensatas dirigidas a Portugal e á Itália, já nos cabe, mais afoitamente,
recomendar ao Snr. Varoufakis um conveniente silêncio.
8. Que se limite a tratar mal os problemas da
Grécia, nós vivemos melhor sem os seus comentários apocalípticos e os seus
deslizes de linguagem… e, melhor ainda, dispensamos o seu amadorismo…
9. Todavia, se quiser insistir nesta senda de
profecias patéticas e de dislates do mesmo tipo dos atrás citados pode
prosseguir - quanto mais descrédito acumular melhor será para nós… e, em última
análise, para os gregos, também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-