sábado, 6 de abril de 2019

Não trato de número de votos nem de prazos, diz Rodrigo Maia sobre reforma da Previdência

Agência Câmara Notícias

Segundo Maia, pontos essenciais da reforma são idade mínima, aposentadoria especial para professores e polícia militar e alíquota progressiva para servidores

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia [foto], afirmou que a Casa não tem prazo definido nem ele trata de número de votos para aprovar a reforma da Previdência. Maia participou de evento sobre esse tema promovido pelo Fórum Empresarial Lide, em Campos do Jordão (SP), nesta sexta-feira (5). Participaram também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“A gente tem que trabalhar para ter um bom ambiente na Câmara, bons debates para que a gente consiga mostrar a sociedade que a reforma é fundamental”, disse.

Maia reafirmou que cabe ao governo a comunicação correta para convencer a população sobre a necessidade da reforma. Ele destacou a idade mínima, a aposentadoria especial para professores e para a polícia militar e alíquota progressiva para servidores como pontos mais polêmicos e essenciais da proposta.

“Esses temas que são os mais polêmicos, e vão sobreviver na reforma da Previdência, e a gente precisa que a sociedade compreenda a sua importância e esteja a favor. Sem esses itens não há reforma da Previdência e não haverá economia necessária para o estado brasileiro”, afirmou.

A reforma da Previdência prevê idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres e prevê a unificação das alíquotas de contribuição dos trabalhadores ativos dos setores público e privado. Além disso, professores e policiais continuarão tendo regras especiais de aposentadoria em função da atividade caso a reforma da Previdência seja aprovada (PEC 6/19). O governo, no entanto, propôs acabar com a diferença entre homens e mulheres na idade de aposentadoria.

Despesas públicas
Na palestra, Maia destacou que a sociedade espera que, com o crescimento econômico do País, ela possa ter acesso aos serviços públicos de qualidade, com a garantia de emprego e renda. Para isso, explicou o presidente, é preciso repensar as despesas públicas do estado brasileiro.

“Cuidar das despesas públicas é duro e trabalhoso porque há muitos interesses dentro disso, do setor público e do setor privado. A Previdência é um deles, o tamanho do estado é outro deles, por exemplo, o salário do setor público é 67% maior do que o setor privado”, disse.

“Nos últimos 30 anos, construímos uma estrutura do estado brasileiro onde as corporações públicas e privadas capturam o orçamento público”, afirmou.

Servidores
O presidente afirmou ainda que as corporações dos servidores públicos têm um viés de defesa do interesse da categoria.

“Eu brinco que sou o deputado que mais defende o servidor público, embora eles não acreditem, porque, se eu quero organizar a despesa e o pagamento em dia do salário deles, eu me considero um dos seus maiores defensores”, explicou.

Diálogo
Em entrevista coletiva concedida junto com o presidente da Câmara, Davi Alcolumbre destacou a disposição do presidente Jair Bolsonaro para dialogar com o Congresso para aprovar a reforma da Previdência. Bolsonaro tem recebido diversos líderes partidários e presidentes das legendas para debater o texto.

“O certo é que esse sinal de aproximação, de diálogo e entendimento é o que o Parlamento aguardava do governo federal e do presidente da República”, disse.
Reportagem – Luiz Gustavo, Edição – Wilson Silveira, Agência Câmara Notícias, 5-4-2019

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