Alberto José
Nas décadas de 70 e 80, eu achava que a pior tarefa a bordo era preparar o café para ser servido no café da manhã. Por deficiência de água quente na econômica, geralmente uma térmica de água quente era preparada na primeira classe e levada perigosamente pelo corredor até à galley da classe econômica.
O café era de marca tradicional, coado em filtro de papel e vertido em
outra térmica vazia mas aquecida.
Um dia, eu fiz um café tão bom que duas horas antes do café já havia fila
de passageiros para pedir uma "xícara"!
Muitas vezes, tínhamos que fechar todas as cortinas da galley para tentar
bloquear o cheiro gostoso do café fresco que se espalhava pela cabine. atraía
os passageiros e chegava até o "cockpit"! Algumas vezes, tive que
fazer duas "fornadas" de café fresco pois a primeira acabou antes de
começar o serviço.
Alguns colegas, atraídos pelo cheiro gostoso, vinham adicionar algum
componente para "incrementar" o sabor do café, como chocolate,
brandy, etc. Sempre o café era elogiado.
Com a chegada das máquinas de café no DC-10/11 o preparo do café perdeu o
charme e a qualidade. As máquinas, que não podem sentir o sabor e o cheiro do
preparo hoje injetam água fervente em um produto selado que parece "resto
de café usado", como se pode sentir nos aviões modernos. Acabou o charme
do café "feito à mão", que provocava filas de passageiros nos
corredores!
Título e Texto: Alberto José, 26-4-2019
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