Carina Bratt
Minhas queridas leitoras e
amigas, atentem para estes dados. De 1970
a 1980, 1.100 casos de síndrome do choque tóxico (SCT) foram confirmados nos
Estados Unidos. No Brasil, mesmo período, 978. De 1980 a 2019, 3.700 e aqui,
4.000. Cem por cento das vítimas, setenta por cento delas sentiram seu início
durante a menstruação, e, de noventa e sete a cem por cento, tinham usado
IMAGINEM VOCÊS, tampões.
Os tampões, só para lembrar,
são aqueles absorventes internos inseridos no canal vaginal. A síndrome do
choque elétrico é identificada pelos sintomas que, em geral, começam nos
primeiros cinco dias da menstruação, popularmente entre nós, o famoso “Seu
Chico”, frequentemente no terceiro ou quarto dia. O aparecimento abrupto de
febre alta – 38.8 ou mais – é acompanhado de vômitos, diarreia, garganta
inflamada, dor de cabeça e dores musculares.
Em quarenta e oito horas a
vítima pode ter um choque hipotensivo. Aparecem erupções parecidas com as
provocadas por queimaduras de sol, principalmente nas palmas das mãos e nas
solas dos pés. À medida em que a doença progride, a pele das mãos e dos pés
descasca e a língua e as membranas mucosas ficam vermelho-forte. A vítima pode
se aproximar do colapso total e necessita de grandes quantidades de líquidos.
A SCT completa seu ciclo em
sete a dez dias. O índice de casos fatais dessa doença chegou a 9,7%, mas o
cuidado intensivo fez com que baixasse para 3,0%. Apesar disso, se estima que a
incidência dessa síndrome seja 7.2 casos por 100 000 mulheres por ano. O uso do
tampão aumenta o risco para 8.8 casos. A mulher de mais de trinta corre um
terço de risco daquela abaixo dessa idade.
Entretanto, se ela já teve a
síndrome, as chances de tê-la novamente são muito mais altas. Afinal, nessa
confusão toda, o que causa a síndrome do choque tóxico? As investigações
parecem indicar que a síndrome do tóxico é causada pela bactéria de nome meio
esquisito STAPHYLOCOCCUS AUREUS. O papel da menstruação e dos tampões ainda não
está suficientemente claro. Os tampões não estão contaminados: testes rigorosos
demonstram isso.
No entanto, o tampão ensopado
de sangue poderia agir como um “meio de cultura” para o crescimento bacteriano
de forma desenfreada. Os pesquisadores descartaram a frequência das relações
sexuais, “as trepadinhas” durante a menstruação e o número de parceiros sexuais
como fatores que contribuiriam para a permanência da síndrome. Houve um
relatório recente da OMS (Organização Mundial de Saúde), que associava ao uso
de diafragma (diafragma, à língua popular, nada mais é que um anel flexível
envolvido por uma borracha fina que impede a entrada dos espermatozoides no
útero).
A contribuição dele para a
síndrome se tornou rara vez que é quase sempre encontrado em mulheres com
infecções vaginais e, por consequência disso, passam muito tempo com esse meio
conhecido pelos ginecologistas como “contraceptivo”. Nesse caminho, a esponja
anticoncepcional Today pode prender as bactérias na vagina; casos de
choque tóxico foram anunciados e é recomendável não ficar com a esponja por
muito tempo. Mais sobre esse assunto, as
minhas amigas interessadas podem estar acessando o link.
A laceração da vagina ao
colocar o tampão e a assiduidade de troca do produto não tem influência sobre a
síndrome do choque tóxico. Um fator – uso contínuo de tampão – mostrou ter um
efeito. Qual seja? Mulheres que usam tampões durante toda a menstruação correm
mais risco que as que os empregam apenas de forma não contínua ou
intermitentemente, talvez os utilizando durante o dia e preferindo os
absorventes higiênicos à noite. Existe alguma forma de se tratar a síndrome do
choque elétrico? Sim evidentemente.
Vejamos em rápidas pinceladas,
como. A síndrome do choque tóxico é tratada com antibióticos. Uma vez
identificado o conjunto de sintomas, a mulher é hospitalizada e se inicia o
tratamento com antibióticos. Ela também será tratada sintomaticamente com
fluídos intravenosos e, se ocorrer o choque, com medidas antichoque intensivas.
A detecção precoce é vital, ou de suma importância. Quanto mais cedo começar o
tratamento, maiores as chances de evitar ou minimizar os efeitos sérios e, às
vezes, fatais, embutidos ou encastoados nesse problema.
Nós, mulheres, podemos
eliminar quase completamente o risco de contrair essa praga reduzindo o uso de
tampões. As minhas amigas leitoras que se viram vitimadas pela síndrome, não
devem usar tampões. As medidas mais importantes que me foram passadas pela
doutora Érica de Souza, infectologista são simples e corriqueiras: “devemos
conhecer os primeiros sinais da doença e evitarmos tampões, notadamente se
alguma vez sofremos de infecções vaginais crônicas”.
“Se durante aqueles dias da
chegada do “Seu Chico” ocorrer febre alta, vômitos e diarreia, devemos, ato
contínuo remover o tampão, se o estivermos usando e irmos ao médico ou a um
pronto-socorro imediatamente, jamais no dia seguinte”. E concluiu: “Informe
detalhadamente ao seu médico da possibilidade de síndrome do choque tóxico”.
Pegando o gancho da doutora, lembrem sempre, o reconhecimento dos sintomas e o
tratamento precoce (imediato, sem mais delongas) tem reduzido cabalmente o
índice de mortalidade entre nós.
Lado outro, precisamos estar
atentas. Ligadas, linkadas, de prontidão, dia e noite. As doenças, caríssimas,
não tem hora para chegarem. Não seguem um cronograma lógico. Sequer telefonam,
mandam mensagens via WhatsApp, Facebook, Instagram ou qualquer outro mecanismo
considerado moderno e altamente tecnológico existente à nossa disposição. Esses
malefícios (os mais diversos) não batem à nossa porta. Simplesmente entram sem
serem convidados e, se deixarmos, se permitirmos, FICAM E SE ABANCAM. Para mais
e melhores informações, sugiro visitarem esse site. Basta um clique.
Título e Texto: Carina
Bratt, de São Paulo, Capital.
15-3-2020
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