O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso foi indicado vencedor do Prêmio John W. Kluge, concedido pela
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e que premia figuras destacadas nos
estudos da humanidade, por seu trabalho acadêmico como sociólogo.
Eduardo Simões
O ex-presidente, que governou
o país entre 1995 e 2002, receberá o prêmio em um cerimônia em Washington no
dia 10 de julho. A distinção, cujo nome homenageia o benfeitor da Biblioteca do
Congresso norte-americano, também dá ao vencedor 1 milhão de dólares.
"A análise acadêmica (de
FHC) das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no
Brasil estabeleceram a estrutura intelectual de sua liderança como presidente
na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma
democracia vibrante, mais democrática e com forte crescimento econômico",
informou a Biblioteca do Congresso dos EUA em comunicado.
O Prêmio Kluge, como é
conhecido, começou a ser concedido em 2003 com o objetivo de reconhecer pessoas
que se destacam em disciplinas que não são agraciadas pelo Prêmio Nobel.
O ex-presidente, de 80 anos,
afirmou que recebeu a notícia do prêmio com "surpresa e satisfação".
"Surpresa porque o prêmio
foi dado sem que eu o esperasse e sem ter a mais vaga ideia de que ele seria
concedido a alguém cujas obras acadêmicas principais foram escritas há tanto
tempo", disse o ex-presidente à Reuters por email.
"Satisfação por ver no
prêmio o reconhecimento do esforço intelectual que fiz e, especialmente, como
foi ressaltado no anúncio, porque o prêmio se deu também em função da coerência
entre o que escrevi e minha ação política."
Considerado "pai" do
Plano Real, Fernando Henrique foi ministro da Fazenda do falecido ex-presidente
Itamar Franco na mesma época em que foi criado o plano que colocaria fim a
décadas de hiperinflação no país.
Impulsionado pelo sucesso do
plano, elegeu-se presidente em 1994 ao derrotar Luiz Inácio Lula da Silva ainda
no primeiro turno. Após a polêmica aprovação da emenda constitucional que
permitiu a reeleição presidencial, voltou à Presidência em 1998.
Antes de ser presidente, FHC
foi senador e ministro das Relações Exteriores. Após deixar a Presidência criou
um instituto com seu nome sediado em São Paulo.
Atualmente mais afastado da
cena política, Fernando Henrique tem encampado bandeiras como a
descriminalização da maconha. Ele também participa do grupo "The
Elders", que reúne líderes globais, como o ex-presidente dos Estados
Unidos Jimmy Carter, o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas
Kofi Annan, e o cardeal-arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul) e vencedor
do Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu.
Texto de Eduardo Simões com reportagem de Brian Winter; edição de Anna Flávia
Rochas/Reuters,
13-05-2012
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