segunda-feira, 14 de maio de 2012

Joe Arpaio segue desafiante frente à ação judicial federal

Amanda Lee Myers e Jacques Billeaud/AP
As carreiras da maioria dos políticos se desmoralizariam sob o intenso escrutínio que enfrenta o autoproclamado chefe de polícia mais durão dos Estados Unidos.
Em que pese uma avalanche de problemas legais, o xerife do condado de Maricopa, no Arizona, Joe Arpaio, continua sendo popular entre os eleitores e tem mais de 3,4 milhões de dólares no banco em doações para a sua campanha de reeleição em novembro.
O Departamento de Justiça federal processou na sexta-feira o xerife acusando-o de que seus agentes etiquetaram racialmente os hispânicos, uma medida que segundo seus críticos fará co que se cale, mas que, de acordo com seus partidários, elevará sua popularidade. 
“É o novo Wyatt Earp”, disse Tom Morrissey, diretor do Partido Republicano do Arizona, em referência ao legendário xerife do estado do Arizona. “O que ele apoia tem repercussão em todo o país”, afirmou Morrissey, chefe de polícia aposentado. “Centenas, e às vezes milhares de pessoas o aclamam onde quer que vá. Isso é algo muito eloquente”. O Republicano acrescentou que a posição estrita de Arpaio frente à imigração ilegal (não autorizada) o tem tornado popular.
Enquanto o Departamento de Justiça interpunha a ação judicial contra Arpaio, aduzindo que ele tenha abusado de seus poderes e violado a Constituição, o chefe de polícia dava uma conferência de imprensa numa atitude desafiante. “Lutarei até o final”, disse visivelmente aborrecido, e acrescentou que nada afetará sua possibilidade de triunfar nas eleições de novembro. “Sabem que eu serei eleito. É uma questão nacional”, afirmou.
Arpaio obteve notoriedade em parte por fazer com que os presos tivessem que trabalhar com correntes e bolas de ferro atados uns aos outros, se acomodassem em barracas de lona e, em dias muito quentes, usassem calções cor-de-rosa. Depois buscou exercer um maior papel da polícia para fazer cumprir a lei de imigração aprovada no estado do Arizona e que Washington considera conflitante com a lei nacional e desde janeiro de 2008 tem lançado cerca de 20 patrulhas em busca de imigrantes sem autorização para residir no país.
A ação judicial de sexta-feira é parte dos esforços para fazer cumprir a lei federal que proíbe a polícia de violar sistematicamente ‘os direitos constitucionais dos presos’. O Departamento de Justiça acusou inicialmente Arpaio em dezembro, por considerar que em seu departamento prevalecia um ambiente de ‘desconsideração pelos direitos constitucionais básicos dos detentos’. Arpaio nega qualquer irregularidade e subestima o caso como uma campanha politicamente motivada por parte do governo de Barack Obama.
O departamento de polícia de Arpaio é acusado de castigar os presos hispânicos por falarem espanhol e de organizar patrulhas com base em denúncias não de delitos específicos, mas pelo simples fato de ver, reunidas, pessoas de pele morena ou que estejam a falar espanhol.
Título e Texto: Amanda Lee Myers e Jacques Billeaud/AP, El Nuevo Herald
Tradução: Francisco Vianna

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