Amanda Lee Myers e Jacques
Billeaud/AP
As carreiras da maioria dos
políticos se desmoralizariam sob o intenso escrutínio que enfrenta o
autoproclamado chefe de polícia mais durão dos Estados Unidos.
Em que pese uma avalanche de
problemas legais, o xerife do condado de Maricopa, no Arizona, Joe Arpaio,
continua sendo popular entre os eleitores e tem mais de 3,4 milhões de dólares
no banco em doações para a sua campanha de reeleição em novembro.
O Departamento de Justiça
federal processou na sexta-feira o xerife acusando-o de que seus agentes
etiquetaram racialmente os hispânicos, uma medida que segundo seus críticos
fará co que se cale, mas que, de acordo com seus partidários, elevará sua popularidade.
“É o novo Wyatt Earp”, disse
Tom Morrissey, diretor do Partido Republicano do Arizona, em referência ao
legendário xerife do estado do Arizona. “O que ele apoia tem repercussão em
todo o país”, afirmou Morrissey, chefe de polícia aposentado. “Centenas, e às
vezes milhares de pessoas o aclamam onde quer que vá. Isso é algo muito
eloquente”. O Republicano acrescentou que a posição estrita de Arpaio frente à
imigração ilegal (não autorizada) o tem tornado popular.
Enquanto o Departamento de
Justiça interpunha a ação judicial contra Arpaio, aduzindo que ele tenha
abusado de seus poderes e violado a Constituição, o chefe de polícia dava uma
conferência de imprensa numa atitude desafiante. “Lutarei até o final”, disse
visivelmente aborrecido, e acrescentou que nada afetará sua possibilidade de
triunfar nas eleições de novembro. “Sabem que eu serei eleito. É uma questão
nacional”, afirmou.
Arpaio obteve notoriedade em
parte por fazer com que os presos tivessem que trabalhar com correntes e bolas
de ferro atados uns aos outros, se acomodassem em barracas de lona e, em dias
muito quentes, usassem calções cor-de-rosa. Depois buscou exercer um maior
papel da polícia para fazer cumprir a lei de imigração aprovada no estado do
Arizona e que Washington considera conflitante com a lei nacional e desde
janeiro de 2008 tem lançado cerca de 20 patrulhas em busca de imigrantes sem
autorização para residir no país.
A ação judicial de sexta-feira
é parte dos esforços para fazer cumprir a lei federal que proíbe a polícia de
violar sistematicamente ‘os direitos constitucionais dos presos’. O
Departamento de Justiça acusou inicialmente Arpaio em dezembro, por considerar
que em seu departamento prevalecia um ambiente de ‘desconsideração pelos
direitos constitucionais básicos dos detentos’. Arpaio nega qualquer
irregularidade e subestima o caso como uma campanha politicamente motivada por
parte do governo de Barack Obama.
O departamento de polícia de
Arpaio é acusado de castigar os presos hispânicos por falarem espanhol e de organizar
patrulhas com base em denúncias não de delitos específicos, mas pelo simples
fato de ver, reunidas, pessoas de pele morena ou que estejam a falar espanhol.
Título e Texto: Amanda Lee Myers e Jacques Billeaud/AP, El Nuevo Herald
Tradução: Francisco Vianna
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