quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Regresso de Portugal aos mercados nos prazos previstos é possível

Eva Gaspar
Os técnicos que prestam apoio técnico ao Parlamento em matéria orçamental acreditam que, a manter-se a evolução recente das “yields” da dívida pública, Portugal poderá regressar aos mercados nos prazos previstos.
“Se a redução das ‘yields’ se continuar a verificar de uma forma sustentada, conjugando factores internos e externos mais favoráveis, o regresso ao mercado primário poderá suceder de acordo com o plano delineado pelas autoridades portuguesas”, lê-se no último boletim mensal da UTAO, divulgado em 14 de Janeiro.
A unidade técnica que fornece apoio aos deputados em matéria orçamental assenta esta expectativa com base na evolução dos “juros” da dívida portuguesa no mercado secundário até ao fim de Dezembro. Considera valores e um período de referência nos quais as “‘yields’ das Obrigações do Tesouro (OT) com uma maturidade de 10 anos decresceram para valores inferiores a 7%, atingindo um mínimo de 6,93% no dia 27 de Dezembro”, concluindo que “desde o início do mês de Fevereiro de 2011, não se observavam ‘yields’ abaixo daquela taxa”.
A UTAO lembra que a última emissão de OT em mercado primário com um prazo de 10 anos sucedeu em Novembro de 2010, tendo nessa data sido colocados 686 milhões de euros a uma taxa média de 6,8%.
Portugal tem feito operações no mercado, e progressivamente melhor sucedidas, mas de curto prazo. Ainda esta manhã, o IGCP, que gere o crédito público, colocou a totalidade dos 2.500 milhões de euros pretendidos no primeiro leilão de dívida de 2013, tendo os custos baixado de forma acentuada em todas as linhas, com Portugal a pagar menos de 2% para se financiar a 18 meses. (Leia aqui)
O IGCP tem previsto a realização de mais operações de troca de obrigações do Tesouro, semelhante à feita em Outubro, mas também diz que “será explorado” o regresso aos mercados de dívida de longo prazo no decurso deste ano, embora o Orçamento do Estado para 2013 não se comprometa com a emissão de dívida de maturidade longa, num ano em que as necessidades de financiamento do Estado ainda estarão essencialmente cobertas pelo empréstimo externo da troika.
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 16-01-2013, 14h20

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