segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Economia portuguesa terá crescido 0,4% no segundo trimestre


Montepio salienta que os últimos dados económicos, divulgados na semana passada, reforçam a expectativa que a economia portuguesa tenha colocado fim ao ciclo de dez trimestres consecutivos de quebra em cadeia.
Nuno Carregueiro
As estimativas do Montepio apontam para que a economia portuguesa tenha registado um crescimento de 0,4% no segundo trimestre, face aos três meses anteriores. A confirmar-se, o PIB português irá interromper um ciclo de 10 trimestres sempre em queda.
A estimativa, obtida através do indicador compósito calculado pelo banco, é reforçada pelos últimos indicadores económicos divulgados pelo INE.
Os “últimos dados sobre a actividade retalhista e industrial no segundo trimestre reforçam perspectivas de regresso do país aos crescimentos”, refere o Montepio no seu relatório semanal divulgado esta segunda-feira.

Destaca ainda a importância “do consumo privado e do sector industrial para esse regresso do PIB aos crescimentos”. As estimativas do banco apontam para um crescimento em cadeia do consumo privado na ordem dos 0,2%, que compara com a queda de 0,7% no primeiro trimestre, e um acréscimo do VAB da indústria de 0,7%.
Também a Universidade Católica tinha já estimado um regresso ao crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, antecipando um crescimento do PIB de 0,6%. O primeiro-ministro e outros governantes têm também salientado os sinais de que a economia portuguesa poderá estar a inverter o ciclo de quebra em que se encontra desde o arranque de 2011.
A primeira estimativa do INE para o PIB do segundo trimestre só será divulgada a 14 de Agosto.

Crescimento sustentado só em 2014
O Montepio adianta que a evolução da actividade económica no segundo trimestre “poderá ter representado a base para a saída do país da recessão”, antecipando para a segunda metade do ano “uma relativa estabilização da actividade”.
Apesar desta estimativa de recuperação da economia portuguesa, o Montepio alerta que “o regresso aos crescimentos em cadeia de uma forma sustentada (mas também moderada)” só deverá ocorrer em 2014, “uma vez que as perspectivas se mantêm naturalmente muito condicionadas pela evolução da crise do euro”.

Quanto aos indicadores já conhecidos relativos ao terceiro trimestre deste ano, o Montepio assinala que estes se revelaram “resultados positivos e, pelo menos para já, consistentes com o cenário de relativa estabilização da actividade económica”.
O banco destaca que as vendas de automóveis atingiram em Julho níveis máximos desde Maio de 2012, registando a quarta subida consecutiva e a sexta dos últimos sete meses.

Desemprego só atinge pico no final do ano
Outro dado positivo citado pelo Montepio diz respeito à descida da taxa de desemprego em Junho, que de acordo com o Eurostat caiu para 17,4%, naquele que “poderá constituir um dos primeiros sinais de melhoria (ténue mas efectiva) da situação do país”.
“Apesar desta nova ligeira redução da taxa de desemprego em Junho, estes dados persistem a revelar um mercado bastante deteriorado, constituindo um dos principais constrangimentos para a economia portuguesa, devendo continuar a agravar-se, ademais que este ano de 2013 será particularmente difícil, tendo em consideração o conjunto de medidas de ajustamento com que a economia se está a confrontar”, refere o Montepio.

As estimativas do Montepio apontam para que a taxa de desemprego atinja valores próximos dos 18% este ano, contra 15,7% em 2012, “devendo o pico trimestral máximo ser atingido somente entre o final deste ano e o início de 2014”.
Título, Imagem e Texto: Nuno Carregueiro, Jornal de Negócios, 05-8-2013

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