Montepio salienta que os últimos dados económicos, divulgados na semana
passada, reforçam a expectativa que a economia portuguesa tenha colocado fim ao
ciclo de dez trimestres consecutivos de quebra em cadeia.
Nuno Carregueiro
As estimativas do Montepio
apontam para que a economia portuguesa
tenha registado um crescimento de 0,4% no segundo trimestre, face aos três
meses anteriores. A confirmar-se, o PIB português irá interromper um ciclo de
10 trimestres sempre em queda.
A estimativa, obtida através
do indicador compósito calculado pelo banco, é reforçada pelos últimos
indicadores económicos divulgados pelo INE.
Os “últimos dados sobre a
actividade retalhista e industrial no segundo trimestre reforçam perspectivas
de regresso do país aos crescimentos”, refere o Montepio no seu relatório
semanal divulgado esta segunda-feira.
Destaca ainda a importância
“do consumo privado e do sector industrial para esse regresso do PIB aos
crescimentos”. As estimativas do banco apontam para um crescimento em cadeia do
consumo privado na ordem dos 0,2%, que compara com a queda de 0,7% no primeiro
trimestre, e um acréscimo do VAB da indústria de 0,7%.
Também a Universidade Católica tinha já estimado um regresso ao crescimento da
economia portuguesa no segundo trimestre, antecipando um crescimento do PIB de
0,6%. O primeiro-ministro e outros governantes têm também salientado os
sinais de que a economia portuguesa poderá estar a inverter o ciclo de quebra
em que se encontra desde o arranque de 2011.
A primeira estimativa do INE
para o PIB do segundo trimestre só será divulgada a 14 de Agosto.
Crescimento sustentado só em 2014
O Montepio adianta que a
evolução da actividade económica no segundo trimestre “poderá ter representado
a base para a saída do país da recessão”, antecipando para a segunda metade do
ano “uma relativa estabilização da actividade”.
Apesar desta estimativa de
recuperação da economia portuguesa, o Montepio alerta que “o regresso aos
crescimentos em cadeia de uma forma sustentada (mas também moderada)” só deverá
ocorrer em 2014, “uma vez que as perspectivas se mantêm naturalmente muito
condicionadas pela evolução da crise do euro”.
Quanto aos indicadores já
conhecidos relativos ao terceiro trimestre deste ano, o Montepio assinala que
estes se revelaram “resultados positivos e, pelo menos para já, consistentes
com o cenário de relativa estabilização da actividade económica”.
O banco destaca que as vendas
de automóveis atingiram em Julho níveis máximos desde Maio de 2012, registando
a quarta subida consecutiva e a sexta dos últimos sete meses.
Desemprego só atinge pico no final do ano
Outro dado positivo citado
pelo Montepio diz respeito à descida da taxa de desemprego em Junho, que de
acordo com o Eurostat caiu para 17,4%, naquele que “poderá constituir um dos
primeiros sinais de melhoria (ténue mas efectiva) da situação do país”.
“Apesar desta nova ligeira
redução da taxa de desemprego em Junho, estes dados persistem a revelar um
mercado bastante deteriorado, constituindo um dos principais constrangimentos
para a economia portuguesa, devendo continuar a agravar-se, ademais que este
ano de 2013 será particularmente difícil, tendo em consideração o conjunto de
medidas de ajustamento com que a economia se está a confrontar”, refere o
Montepio.
As estimativas do Montepio
apontam para que a taxa de desemprego atinja valores próximos dos 18% este ano,
contra 15,7% em 2012, “devendo o pico trimestral máximo ser atingido somente
entre o final deste ano e o início de 2014”.
Título, Imagem e Texto: Nuno Carregueiro, Jornal de Negócios, 05-8-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-