A obsessão antiamericana (V)

“No que respeita a Coreia do Norte, a inexatidão europeia vai ao ponto da mentira grosseira e desonrosa. Com efeito, depois do discurso de Bush sobre o ‘eixo do mal’, fez-se ouvir um cântico entoado por muitos líderes e jornalistas europeus: ao lançar o seu aviso brutal à Coreia do Norte, lamentavam-se esses bons apóstolos, o presidente punha perigosamente em causa o processo de paz e de reaproximação entre as duas Coreias. Ora este processo já tinha descarrilado muito antes, em junho de 2001, seis meses antes de Bush ser eleito para a Casa Branca. Foi imediatamente após a visita do presidente da Coreia do Sul, Kim Dae-jung, a Pyongyang, que Kim Jong-Il, o ditador da Coreia do Norte, começou a sabotar a política dita de ‘reaquecimento’ (Sunshine policy). O Norte, preocupado acima de tudo com a sobrevivência do regime totalitário, neutralizou praticamente todos os esforços do Sul, limitando-se a extorquir-lhe dinheiro sem nada conceder em troca. Os próprios Estados Unidos vinham há seis anos a incitar ao ‘reaquecimento’, prodigalizando ao Norte uma ajuda substancial, enquanto, por seu lado, os Europeus apoiaram e continuam a apoiar o regime totalitário de Pyongyang, com a credulidade simplória que lhes é habitual sempre que negoceiam com uma ditadura.

 

(…)

No auge da crise de fome, a Coreia do Norte comprou quarenta submarinos à Rússia.

Para mais, este Estado é, de todos os restos sobreviventes do comunismo, o mais cruel e o mais criminoso. É uma caserna totalitária, onde a repressão é absoluta e os campos de concentração estão bem guarnecidos, realizando-se neles frequentes execuções públicas. Os apelos suaves em favor dos direitos do homem sussurrados pelos obsequiosos visitantes sorridentes vindos dos países democráticos são rejeitados com um desprezo glacial por Kim Jong-Il e pela sua junta.” 

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