Enquanto meia dúzia de pessoas
de bem com a realidade ocupavam tanto o Santos Dumont quanto Congonhas, ontem, 3
de junho, cobrando e orando para que a reunião em Brasília fosse a resposta
final ao problema do AERUS, milhares ficavam em casa acreditando que o
governo fosse cumprir o que deve, e esperando para ver a bola rolar em um jogo
dificílimo contra o país do canal.
Pelo canal, ou melhor pelo
cano, entraram todos levando uma goleada, pois além da notícia da medida
provisória ser mais um devaneio do SNA/Fentac,
o tal ministro não estava nem aí para o fato, parecendo mesmo nada saber o que,
aliás, é marca registrada deste governo. Apenas concedeu um quebra-galho de
alguns minutos aos desafortunados colegas presentes.
Na rápida reunião, o Ministro não teve tempo hábil para fazer uma
análise do caso. Por conta disso, a FENTAC/CUT propôs a criação de
uma Medida Provisória, que correrá em caráter de urgência, para que o pagamento
da indenização aos beneficiários do Aerus seja feito
imediatamente. Mais de 20 mil participantes esperam uma solução do caso.
Por outro lado, no conforto de
suas casas e ainda com o pão que resta, todos tiveram a maravilhosa
sensação adrenalínica de ver a bola rolar e ser colocada
magistralmente e com requintes circenses na rede de um adversário extremamente
poderoso.
Ganhamos de QUATRO, somos os maiores e fechamos
ontem o país para férias coletivas, porque ninguém é de ferro e o serviço
público precisa de férias após cinco longos meses apenas com alguns pontos
facultativos em Miami.
Nós do Aerus, aqueles
poucos, mas que vivem a realidade e que estiveram presentes ontem nos
aeroportos Santos Dumont e Congonhas, ficamos de QUATRO, sem saber o que fazer e o que mostrar, atordoados e pasmos
até pela pouca presença em relação ao dia midiático anterior.
Pelo visto a falta de
holofotes causa muito mal-estar.
É um verdadeiro deboche.
E duplo.
Título e Texto: José Manuel, ex tripulante Varig,
04-06-2014
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A partir de hoje 04/06/2014, e de acordo com o resultado da reunião de ontem com o ministro das relações institucionais, acabou de vez a nossa maneira ELEGANTE DE VOAR, e partiremos de vez para manifestações um tom acima do habitual.
ResponderExcluirIremos aumentando o tom , na medida em que as nossas justas reivindicações não sejam de pronto atendidas
José Manuel
O Ministro Berzoini pediu mais tempo para "estudar" o nosso caso e deverá marcar mais uma reunião para a próxima semana. Realmente, parece ser um caso muito difícil descobrir uma fórmula para se chegar a um acordo. Para o governo, encontrar um procedimento que viabilize o pagamento homologado pela sentença do STF é mais difícil do que liberar bilhões para comprar uma refinaria sucateada, construir outra pelo preço astronômico aprovado como "conta de padeiro", emprestar dinheiro ao Eike Batista, construir um porto em um país estrangeiro, enfim, devolver o que foi desviado dos mais de 10 mil aposentados é um exercício de "matemática financeira" que pede muitas reuniões e deliberações dos técnicos do governo. Só nos resta pedir a interferência do super poderoso Joseph Blatter, presidente da FIFA! Garanto que um pedido dele vai sensibilizar (ou atemorizar) a Presidente Dilma.
ResponderExcluirAlberto José