Gregório Vivanco Lopes

Grande guerreiro, ele ficou
famoso por sua oposição a Roma e pelas guerras que empreendeu na península
itálica. A mais célebre delas foi a batalha de Ásculo, em 279 a.C., na qual,
após esforços ingentes de seu exército, derrotou os romanos comandados por
Publius Decius Mus. Nessa vitória, arrancada a ferro e suor, Pirro perdeu 3.500
homens, incluindo vários oficiais.
Quando o parabenizaram por
ela, Pirro respondeu: “Mais uma vitória como esta, e estou perdido”.
Daí vem a famosa expressão “vitória de Pirro”, para indicar um triunfo
alcançado com tantas perdas que, sob certo ponto de vista, equivale a uma
derrota.
Não pretendo fazer aqui uma
análise das últimas eleições no Brasil. Nem teria espaço para isso, mas o
leitor já percebeu que estou me referindo ao resultado pós-eleitoral. Faço
apenas um breve comentário a respeito, sem entrar nos aspectos mais profundos
que o tema comporta.
O PT venceu, é verdade, mas
com quanto custo! Para utilizar a terminologia dos institutos de pesquisa, foi
uma vitória dentro da margem de erro.
E isto apesar de a oposição
ter sido muito branda, explorando pouco, ou quase não explorando, os aspectos
ideológicos do governo petista. Por exemplo, o favorecimento descabido à Cuba
comunista; o decreto instituindo os tais conselhos populares (ou soviets,
dá na mesma), descartado há pouco pelos parlamentares; uma política externa
assanhadamente anti-norte-americana, mesmo com prejuízos evidentes para o
Brasil; um inexplicável morrer de amores pelo governo Chávez e de seu sucessor;
e assim por diante.
E já que estamos falando da
pós-eleição, é bom lembrar que Maduro, depois de pronunciar um fogoso discurso
de regozijo pela vitória petista no Brasil, considerada por ele importantíssima
para a manutenção e desenvolvimento do tal “bolivarianismo” na América, mandou
para cá um de seus ministros, chamado Elias Jaua, a fim de fazer um acordo com
o MST.
Um acordo entre um governo e
uma associação de um outro país, a qual ademais atua fora dos parâmetros
legais, convenhamos que é inusitado. A menos que Maduro esteja considerando o
Brasil mera província de seu Estado totalitário bolivariano.
Qual a finalidade desse
acordo? Acelerar a implantação do socialismo (comunismo?) no Brasil, ou seja,
segundo declarou o próprio Jaua, “fortalecer o que é essencial para
uma revolução socialista, que é treinamento, conscientização e organização do
povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade
socialista” (“Yahoo Notícias”, 29-10-14).
Logo após a publicação do
resultado eleitoral, o PT se saiu com exigências para participar ativamente do
governo nos próximos quatro anos, intimando ainda que se faça uma reforma
política a seu modo, ou seja, muito pouco democrática.
Isso tudo nos leva de volta à
Grécia antiga. Vitória de Pirro ou ampliação e consolidação do socialismo no
Brasil, como quer Maduro?
O futuro o dirá. Convém
estarmos atentos.
Título, Imagem e Texto: Gregório Vivanco Lopes, ABIM, 5-12-2014
Título, Imagem e Texto: Gregório Vivanco Lopes, ABIM, 5-12-2014
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