quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Esquerda vigente: um conceito para entender porque Obama e Hillary jogam tão sujo quanto Lula e Dilma


Luciano Henrique
Você já parou para se perguntar como pode a esquerda norte-americana várias vezes apresentar comportamentos tão selvagens quanto aqueles da extrema-esquerda petista se eles são tão “limpinhos” na comparação com os extremistas daqui do Brasil? Vemos todos os dias pessoas repudiando o PT e, ao mesmo tempo, dizendo que “está tudo certo” com a campanha de Hillary Clinton. Campanha esta que, em termos de difamação de oponentes e lançamento de mentiras, fica no mesmo tom que a campanha petista. Mas como podem ser ao mesmo tempo “tão diferentes” quanto iguais em método?

Para resolver este problema, é melhor estudarmos o padrão comportamental, que tem algo a ver com o que já abordei previamente (e preliminarmente) em meu livro “Liberdade ou Morte”: quando lutamos contra a esquerda genérica dos Estados Unidos e Europa e a extrema-esquerda do Brasil nos defrontamos praticamente com os mesmos truques, mesmo que os contextos e contingências sejam diferentes, e até os tons de esquerdismo variem consideravelmente. Mas mesmo sendo diferentes em tom de esquerdismo, eles acabam sendo iguais em termos de métodos e padrões morais. A pergunta é: por quê?

Antes de responder à pergunta, é preciso compreender a esquerda como ela é, e não com ela diz ser. Em coerência com o comportamento apresentado por essa gente, o esquerdismo significa unica e exclusivamente: aquisição de poder excessivo através do controle do estado. Para que o poder seja considerável, o estado precisará ser inflado. É somente isso e nada mais. E a extrema-esquerda, por sua vez, significa quase a mesma coisa, com a seguinte diferença: aquisição de poder tirânico através de um controle totalitário do estado. A diferença fica apenas no uso de poder em nível tirânico e no controle estatal em grau totalitário. Se os objetivos sempre são tão pouco nobres, é esperado que o pior tipo de gente vá se juntar a eles.

Sabendo disso, basta entender que os estímulos que os arquitetos de narrativas destes sistemas geram não são muito diferentes. Não que eles acreditem nestas narrativas, mas as elaboram e propagam para gerar estímulos similares, incluindo a formatação de zumbis acreditando participar de guerra de classes, tendo, com isso, todas as suas barbáries previamente justificadas. É por tal razão que, sejam eles eleitores de Hillary ou de Dilma, todos irão apoiar jihadismo, retórica de ódio a policiais e apoio a diversos inimigos da civilização.

A questão pode ser resolvida com o seguinte termo: esquerda vigente. Em suma, é o tipo de perfil esquerdista que mais agrega poder e, consequentemente, verbas estatais, em uma dada nação. E com isso, esse perfil de esquerda vai adquirir todo o apoio do pior tipo de gente que, em troca destas verbas (e desse poder), irá retribuir com serviços sujos. Nos Estados Unidos, a esquerda vigente tem todo o jeitão da social-democracia. No Brasil, a esquerda vigente é bolivariana, ou seja, é a extrema-esquerda, representada por PT, PCdoB e PSOL. Mas o que importa é saber que sempre existirá uma esquerda vigente.

Nos Estados Unidos, o socialista Bernie Sanders era claramente de extrema-esquerda. Hillary Clinton não pertence à extrema-esquerda, mas à esquerda radical, de tons alinskianos. Bernie foi quase um bobão na comparação com a tropa de Hillary. Isso porque, com mais poder em mãos, os principais (e nesse caso, mais sujos) jogadores foram para o lado de Hillary, que tinha muito mais poder para retribuir do que Sanders. Logo, Hillary faz parte da esquerda vigente nos Estados Unidos. No Brasil, quem tem muito poder para retribuir (em troca de militância) é a tropa do PT, PCdoB e PSOL. Alguém dirá: mas Dilma já não está afastada? Certo, mas quem comanda as verbas da Ancine? Quem tem os professores doutrinadores fazendo campanha política diariamente ao invés de dar aula? Recursos deste tipo mostram que a esquerda vigente, no Brasil, é a extrema-esquerda do PT, PCdoB e PSOL e teremos que lidar com isso por um bom tempo.

Mas o que importa é que, independentemente se você se defrontar com gente como Barack Obama ou Dilma Rousseff, tenha em mente que você tem que estar preparado para lidar com os abismos mais profundos da depravação humana. Não importa se a social-democracia de Obama é preferível ao socialismo de Dilma. O que importa é que, se eles te encontrarem pela frente em ato de oposição, vão lutar para te destruir com os truques mais sujos que a perversidade humana pode conceber. Entender o conceito de esquerda vigente ajuda a não “relaxarmos” os controles mentais na hora de lidar com um obamista, por exemplo.

Nossa social-democracia hoje em dia não pertence à esquerda vigente. É por isso que em 2014 a campanha de Paulo Vasconcelos (para Aécio Neves) fez papel de criancinha de colo frente à campanha de João Santana (para Dilma). Dilma fazia parte da esquerda vigente e tinha os melhores jogadores – e também os mais sujos, e não necessariamente por isso – do seu lado. Também é por isso que podemos lutar por alguns anos junto aos esquerdistas mais moderados do Brasil, pois, por não estarem na esquerda vigente, ainda podem nos brindar com algum diálogo saudável. Mas vale tomar cuidado nos Estados Unidos: pois Bernie Sanders é socialista, e absurdamente extremista (portanto é difícil para alguém de direita fazer aliança temporária com ele). A única coisa que Sanders não possui são os jogos no mesmo nível que Hillary possui.

Há quem queira protestar dizendo que “não é justo tratar ambos os grupos de forma similar”. Mas qual foi o grupo que está apoiando o jiharismo terrorista pela Europa? E que grupo apoia a retórica que induz ao assassinato de policiais nos Estados Unidos? E que grupo se juntou para criar mecanismos de censura de opositores na Internet? Está certo que os petistas defendem essas coisas por aqui. Mas os defensores de Obama defendem estas coisas por lá também. Assim, não há motivo para deixarmos de encarar o problema de frente e de observar o padrão comportamental como um fenômeno mais amplo.

O que importa, no fim das contas, é que o conceito de esquerda vigente resolve o enigma: porque Obama e Hillary, mesmo sendo esquerdistas mais moderados que Lula e Dilma, jogam tão sujo quanto os dois últimos? É porque eles são o perfil de esquerda que mais agregam o poder, e, com isso, tem como bancar os jogadores mais sujos que o poder adquirido via estado pode comprar. Logo, sempre que você estiver diante da esquerda vigente, prepare-se para o pior e mantenha-se alerta.
Título e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 3-8-2016

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