Aparecido Raimundo de Souza
“Um dia todos nós partiremos para a viagem sem
volta, cujo destino e ponto de chegada só o GRANDE CRIADOR DE TUDO sabe a hora
precisa do embarque“.
Cabelo (Morador de rua – Praça da Sé, São Paulo).
MULTIDÕES A SE PERDER de vista visitarão, neste dia, os cemitérios, ao
mesmo tempo em que os sentimentos serão variáveis, desde a piedade profunda até
a mais irrefletida e leviana futilidade. A maior parte das pessoas,
infelizmente, cuidará do passado, de como eram seus extintos, da afeição
perdida e das separações que deixaram marcas indeléveis.
A igreja católica, com esta comemoração, visa, antes de tudo, lembrar
a situação presente dos que já partiram.
Recentemente, um documento da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé
(SCDF), reafirmou clara e energicamente os ensinamentos sobre os chamados
“novíssimos”. Vejamos, em rápido escorço, um pequeno trecho desse diploma
encíclico:
“Em adesão fiel ao Novo Testamento e à tradição, acredita a Igreja na
felicidade dos justos que ‘estarão um dia com Cristo’”. Ao mesmo tempo ela crê
numa pena que há de castigar para sempre o pecador que for privado da visão de
Deus, ainda na repercussão dessa pena em todo o ‘ser’ do mesmo pecador. E, por
fim, acredita existir para os eleitos uma eventual purificação prévia à visão
de Deus, a qual é, no entanto, absolutamente diversa da pena dos condenados.
É isto, caros leitores, o que a Igreja entende quando fala do ‘Inferno
e do Purgatório’. O trecho acima pode ser visto na íntegra, na Carta Circular
Papal Roma 1995 em sua versão revista e aumentada Edições Paulinas 2017.
Em paralelo, vamos tentar definir, em rápidas pinceladas, o que venha
ser ‘Inferno e Purgatório’.
INFERNO é para onde seguirão todas as almas depois que acabar a vida
terrena. É o chamado suplício eterno, ou castigo sem fim, ou, ainda, a pena
capital, notadamente para aqueles (homens e mulheres) que cometeram
transgressões imperdoáveis.
Já o PURGATÓRIO seria um ‘meio inferno’, ou seja, um espaço próprio para a santificação dos virtuosos que não foram acometidos pelo ‘Pecado Maior’.
Deste patamar, em conclusão, as almas retas partirão em direção a um
estágio superior, onde deverão ser admitidas na bem-aventurança do Altíssimo.
Inúmeras são as passagens sobre a morte citadas nas Escrituras. Vejamos alguns
exemplos: Pv. 14.32 (Pela malícia será lançado fora o ímpio, mas o justo até NA
SUA MORTE tem esperança). Ec. 3.2 (Há tempo de nascer, e tempo DE MORRER).
Ao passar para a eternidade, encontra-se o falecido, sejam quais forem
suas ideias e crenças, em uma destas três situações:
a) Reprovado definitiva e irremediavelmente afastado de Deus ou da
visão d’Ele;
b) Na Boa Sorte perfeita ou;
c) Num estado de purificação dos pecados.
No primeiro caso, não poderemos fazer nada pela criatura, pois está
definitivamente nas garras de Lúcifer. No segundo, não necessita do nosso
auxilio em hipóteses nenhuma. Está com o Senhor vivendo em mansões
celestiais. No terceiro, exige e espera
por nossa ajuda. É o ‘PURGATÓRIO’.
Para se tirar alguém dai teremos que contar com o sufrágio constante das
orações por meio das quais concorreremos para apressar a entrada deste sofredor
no que se denomina de ‘CÉU’. Todavia, se aquele por quem oramos já estiver
junto do Criador, nossas preces aproveitarão a outros, nunca desperdiçadas.
Por essa razão, o dia 2 de novembro é dedicado exclusivamente aos
queridos e amados que não se acham mais aqui.
A Igreja reservou o dia 2 de novembro para, num primeiro passo, pararmos
para um breve momento de introspecção, ou seja, refletirmos com um pouco de
seriedade em nós, que estamos VIVOS e com a saúde perfeita. Mesmo assim, é bom
ficarmos prevenidos, até porque, talvez, não ande muito longe o momento de nos
defrontarmos com os que já enterramos.
Próximo passo, após esse breve balanço de nosso cotidiano, atentarmos
para o fato de amanhã, quem sabe depois, ou a qualquer momento, seja provável
que estejamos de malas prontas para o embarque, cuja estação fica do lado de
lá, esperando, ansiosamente, pelo socorro dos amigos e parentes, bem como dos
cristãos devotados que por aqui fatalmente deixaremos a chorar por nós.
Por essa razão, nesse dia dedicado a todos que não estão mais entre nosso meio, se faz mister que, desde agora, permanecemos em estado de alerta, procurando a Tranquilidade e a Esperança. É bom darmos uma pausa no corre-corre das horas, dos atrapalhes, das afobações, das agonias de todos os instantes, para pensarmos com mais acuidade e carinho na PAZ com todos os que nos cercam, e, sobretudo, devemos estar ‘linkados’ e em SINTONIA MERIDIANA COM DEUS.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, jornalista. Do saguão do Aeroporto de Congonhas, em São
Paulo. 2-11-2017
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Considerações à galinha de Hitler, adaptáveis aos consanguíneos desta pútrida pátria desamada e sem lei
O Muro dos ventos uivantes
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FINADOS
ResponderExcluirE o tempo inexoravelmente passa,
Cobra-nos a continuação da vida.
Uma Vida “capenga”!
Mas… vida!
Sabemos, (embora difícil aceitar) que o nosso destino é comum.
Voltar à matéria original. Incorporar à natureza.
Desidratar, evaporar, voltar como chuva espalhando fertilidade.
Um conceito budista diz que nossa matéria volta ao mundo físico como gotículas evaporadas de nossos líquidos evaporados.
E chovemos!
E como chuva visitamos aqueles que amamos em vida.
Talvez por isto eu goste de sair à chuva!
É como reencontrar velhos amigos, que agora “chovem” carinhosamente sobre nossos corpos, nossas casas, nossas plantas, nossas vidas, nossas…
Acredito num Deus maior do que estes “vendidos” nos templos.
Meu Deus une tudo num único ser, embora o sentimos e vejamos por partes.
O Deus é a união da água com o ar, com a terra, as nuvens, o vento, os animais, as estrelas, o vazio, etc.…
Tudo isto somado cria um ser maior do qual também fazemos parte.
Todos nós!
Inclusive… eu e você!
Nós também fazemos parte deste grande Deus.
E tem que ser grande, para que inclusive eu faça parte!
E um dia ele nos cobrará. a devolução da matéria que nos emprestou do universo, e ficaremos por aí… talvez chovendo sobre o mundo.
E o espírito?
Bom! Este é reservado para fins que não nos cabe (em nossa ignorância) explicar ou entender.
Um dia todos choveremos juntos, desaguando nos rios e mares, num ciclo interminável.
PAIZOTE
Textos longos demais.
ResponderExcluirAJS