terça-feira, 17 de julho de 2018

"Não têm por Portugal, onde fazem fortuna, qualquer sentimento de carinho."

Ricardo Lima

Seleção de Portugal, 1966
Mamadou Ba, rosto da SOS Racismo e assessor do BE (Bloco de Esquerda), lançou-se ontem contra a decisão, por parte da RTP, de convidar a Nova Portugalidade, que este apelida de velhacaria, para um debate. O comentário é próprio de um bom facho. O senhor já se havia referido ao movimento como sendo de “extrema-direita salazarento”, “fascista”, “colonialista” e “racista”, tendo ficado bastante incomodado com os africanos que partilhavam o que ele classificava como sendo uma merda.

Em outro mimo chamou a NP de nazi, mimo esse que lança no Facebook a qualquer um que não subscreva a sua dialética marxista, que bem podem ouvir nas suas intervenções disponíveis no Youtube, e o ódio que vai destilando em relação ao ocidente e à sua história.

Não há debate possível com esta gente, que tanto se esforça para o vedar ao outro. Passeiam-se impunes pela praça pública, defecando impropérios e preceitos. Não têm por Portugal, onde fazem fortuna, qualquer sentimento de carinho.

Pretendem abrir fronteiras à imigração em massa, implodir qualquer vínculo histórico e cultural que ainda ligue os povos da Europa e em nada se esforçam para esconder esta agenda. Não se lhes conhece nenhum vestígio de respeito pela democracia ou pela comunicação livre, que só invocam quando se sentem retraídos na menoridade mais que justa para a sua parca representação. São os jacobinos de 89, os bolcheviques de 17 e só não nos cortam a cabeça a todos por não serem mais que meia dúzia de gatos pingados com um megafone na mão e demasiada atenção. A África e as Américas conhecem-lhes o paternalismo neo-colonialista com que lá vão despejar pareceres e lições, falando em nome de povos, raças, nações inteiras com uma autoridade julgam advir do acumular de pós-docs, como quem, num restaurante aleatório, se senta sem convite à mesa duma família que mal conhece, impingindo lições a pais e filhos. Veem racismo em tudo menos num espelho onde poderiam encontrar o ódio racial e cultural com que encaram a Europa. E quando não é o racismo é o capitalismo, é o heteropatriarcado, é a heteronormatividade, é o cristianismo, é o sacana do estado policial. Mas importa assinalar que o ponto de base não são eles.

O ponto de base é uma direita que anda a brincar às modernices e lança vivas ao progresso, enamorada dos corredores de Bruxelas e dos tecnocratas que por lá deambulam, com complexos patológicos que a inibam de embaraços que lhe tornem o caviar indigesto. Uma direita que aceita que toda a novidade é meritória e todo o passado é bafiento não se nos mostra em melhor estado que as que pregam o inverso. Essa direita demitiu-se de o ser e vai deixando um discurso que seria naturalmente seu a bandos de mentecaptos, esses que também buscam um homem novo, ainda que num passado que leram em meia dúzia de romances e planfletos, que correspondem vírgula a vírgula aos insultos que o senhor Ba entrega a qualquer moderado com bom senso. Fui ao Congresso do meu partido alertar para esta situação. Entretanto, a líder resolveu aprovar a nova lei de quotas e ficar muda enquanto Catarina Martins nos insultava a história, o país e legitimava que agremiações de arruaceiros vandalizassem monumentos pelo país inteiro. Estamos conversados.

Nota: Tenho estado bastante atento aos debates sobre a negritude da selecção francesa. De facto, é inconcebível não desfalecer de saudade do puro sangue celta de um Hilário, um Coluna ou um Eusébio.
Título e Texto: Ricardo Lima [foto], Facebook, 17-7-2018

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