Haroldo Barboza
Amigo não é apenas uma palavra
que começa pela letra “A”. Este rótulo define um sentimento que cultivamos por
outra pessoa no decorrer da vida e nem sempre é percebido ou reconhecido em
algum tempo de nossa existência. Ele se aprofunda com o tempo e se solidifica
nos momentos críticos, quando nossos espíritos estão frágeis. Como toda boa
relação, em momentos de divergência de opiniões ele se coloca à prova, quando
os envolvidos mostram o quanto são capazes de ceder para não estremecerem a
amizade conquistada pela troca de virtudes e aprimoramento mútuo de
características humanas defeituosas.
Não existe uma regra para
definir o que é um amigo. Não existe um tempo mínimo para determinar que tal
relação passe a existir. A amizade pode ser ilustrada pelo empréstimo de uma
quantia num momento de aperto, pela divisão de um pão dormido na hora da fome
comum ou numa caminhada pela acidentada trilha da vida. Nada impede que uma
pessoa tenha diversos amigos fiéis. Devido às diversas situações de nosso
cotidiano, é difícil definir com exatidão qual deles é o mais amigo de todos.
Mesmo depois de todas estas
considerações, ainda não consegui definir o que seja um amigo de fato. Existem
amigos em vários níveis. Alguns destemidos, capazes de correrem riscos da
própria vida para ajudar o parceiro. Outros que recuam num momento de alto
perigo. Será que nós também não recuaríamos? Se tivermos esta resposta
certamente vamos compreender o momento de fraqueza pelo qual nosso estimado
amigo foi envolvido. E saberemos perdoá-lo, superando o egoísmo.
Amigo não é aquele que dá
“cola” nos dias de provas. Amigo é aquele que mesmo sabendo mais, ajuda o
colega a estudar a tirar uma nota equivalente à sua. É aquele que em vez de rir
de sua calça manchada, empresta seu lenço para limpa-la. É o que ao invés de
esconder os cadernos do colega, ajuda carrega-los quando a mochila está mais
pesada. É o que divide a capa de chuva quando a mesma chega sem aviso.
Quando estiver frente a frente
com seu amigo, não se preocupe em dizer-lhe que sua amizade por ele é fraterna
e eterna. Deixe que o coração dele sinta isto e seu olhar reflita esta certeza.
Agora que me deparei com todas
estas confusões espirituais e mentais, mesmo sem possuir a fórmula que todos
procuram, cheguei à seguinte conclusão: quem não possui pelo menos um amigo,
tem uma vida sem sentido, pois não poderá desenvolver o fator de solidariedade
que cada um carrega em sua alma.
Olhe ao seu redor e observe as
flores que brotam do pântano que nos cerca. Elas trazem dentro do caule o nome
de cada amigo que você preza. Renove o adubo com regularidade para não perder o
que enfeita sua vida!
Seja sempre gentil com
qualquer pessoa. E mais ainda com seus possíveis futuros amigos. Mantenha
sempre um diálogo regular e sincero com eles. Lembre-se que seus pais são os
seus maiores amigos, pois eles sacrificaram grande parte de suas vidas para que
você estivesse aqui agora lendo estas frágeis considerações.
Perdoe falhas sem má fé.
Compreenda situações eventuais que furam um compromisso. Ajude a contornar
situações que se tornaram complicadas ao seu colega. Não critique simplesmente
quando ocorre um erro se você não estava junto no momento do fato e não conhece
as circunstâncias.
Se você tem ou já teve um cão
sabe do que falamos. Este pequeno peludo cria um enorme afeto por nós a ponto
de correr riscos para nos defender. E possui uma enorme capacidade em nos
perdoar. Se você sai de casa zangado pela manhã, ao retornar, encontrará o
amigo balançando o rabinho pela alegria de revê-lo.
Faça o mesmo com seus amigos.
Como não temos “rabinho” para balançar, abrimos os membros superiores para um
abraço fraterno bem apertado. Sendo um familiar, ainda tem um beijo de brinde.
Faça isto todo dia e sinta como cada vez mais seu coração vai inchar de tanta
felicidade.
Título e Texto: Haroldo Barboza – Autor do livro:
Brinque e cresça feliz – Rio de Janeiro, 20-7-2018
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