José Mendonça da Cruz
O povo. O povo são
os condutores que no passado fim-de-semana, na A12, perto de Palmela, fizeram
inversão de marcha na faixa em que seguiam de uma autoestrada porque viram
fumo: um bando ovino e medroso, a quem tudo sobressalta e perturba. A
plena assunção da condição ovina veio de um dos do grupo que,
em entrevista à Sic, se queixou de que não tinha informação, nem havia
«apoio».
O Estado. O Estado
é aquele corpo adiposo que deixa roubar armamento, deixa arder populações,
sorve mais de 50% da riqueza nacional, deixa deteriorarem-se todos os
serviços, não presta contas nem cumpre as leis, se engalana de modernidade promovendo
a eutanásia dos humanos enquanto proíbe a dos cães e gatos, e que
pesa sobre o ombro de quem tenha iniciativa, com o hálito fétido
regulamentador e a avidez babada de novos saques.
A Comunicação Social. A
comunicação social são as televisões comemorando a aterragem de um avião muito
grande no aeroporto de Beja, celebrando o que dizem ser o futuro
redescoberto da coisa -- sem memória, sem responsabilidade, sem juízo, sem
contas, com a habitual e abjeta complacência, o medular servilismo
por qualquer coisa de esquerda, mesmo que ruinosa.
A CS não existe, não comunica
nem é social, é pessoal nas causas, nos enviesamentos e no
consciente desprezo da notícia. O Estado é tão fiável que, à simples
vista de fumaça, o rebanho dispara tonto, aterrorizado, inimputável, e
para onde calhar. Mas, sendo este o Estado e esta a Comunicação Social, é este
o rebanho. E sendo este o rebanho, é mais deste Estado que ele quer.
Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas,
24-7-2018
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