Pe.
David Francisquini
Na sua labuta diária, o agricultor adquire habitualmente um grau de conhecimento e perspicácia que poucas pessoas em outros ofícios conseguem obter. Ele conhece a sua terra, sabe o que ela pode produzir ou não. No contato com a ordem estabelecida por Deus na natureza, o homem do campo conhece o tempo, as estações, o momento de semear e de colher, sabe tratar a terra como propriedade sua, pois a mão que semeia é a mesma que cuida.
A variedade do plantio obedece
a algumas regras claras, baseadas até há pouco na experiência. Mesmo cuidando
da terra, o agricultor é obrigado a ter os olhos voltados para o céu, pois se
guia pelas estrelas, pelo sol, pela lua, pelas nuvens ou a ausência delas. Ouve
e sabe interpretar o canto dos pássaros, a voz dos animais nas matas, o coaxar
dos sapos nas lagoas, o movimento das formigas. Sabe sentir a secura ou a
umidade do ar, a direção do vento. Os menores sinais emitidos pela natureza lhe
servem de orientação.
Em suma, o agricultor é um
sábio, como o confirma São Lucas. Ao ver levantar-se uma nuvem no poente, logo
ele poderá dizer: “aí vem chuva”; e assim sucede. E quando sente soprar o vento
do Sul, poderá dizer: “a temperatura vai subir”; e assim sucede. Assim como o
lavrador adquire a sua sabedoria pela experiência e perspicácia, chegando a
conhecer o caminhar da História, um povo verdadeiro — e não a massa manipulada
pela mídia — é capaz de reconhecer a saúde ou a doença da sociedade em que
vive, sobretudo, se assistido por graças especiais do Espírito Santo.
O que vem ocorrendo no Brasil
de hoje demonstra que muita coisa mudou. O brasileiro vem dando mostras de que
passou a conhecer melhor a terra onde nasceu. Por ter aprofundado sua análise
política, tornou-se capaz de fazer juízo de valor e agir em consequência.
Devido ao sofrimento, nosso
povo amadureceu e passou a colocar em xeque os meios de comunicação, que
procuravam pensar, interpretar e dar todas as soluções por ele…
Nestas eleições, as coisas
mudaram: o povo brasileiro vê e julga tais meios, os interesses que os movem e
a ideologia à qual servem, e os vem colocando na contramão da História.
Tudo se passou e vem se
passando como se a alma do brasileiro tivesse sido trabalhada por uma graça
divina, e o Brasil parecesse querer retomar seu verdadeiro rumo histórico
encetado por Nóbrega, Anchieta e os colonizadores que aqui aportaram.
Volta a aflorar nos corações
de nossa gente que a família deve ser preservada e os filhos educados na
moralidade dos princípios cristãos e ordeiros, pois Deus é o Ser supremo que
deve ser adorado, seguido e reconhecido acima de tudo.
Com as certezas revigoradas,
aumentou nos brasileiros a convicção de que a vida é algo sublime e inviolável,
devendo ser respeitada desde a concepção até a morte natural. Tornou-se claro
que o Estado não deve ideologizar as crianças como algo híbrido e indefinido no
seu próprio ser.
O brasileiro tem presente em
seu espírito estas palavras de Nosso Senhor: “Ai daquele que
escandalizar um desses pequeninos que crê em mim, melhor lhe fora que lhes
pendurassem ao pescoço a mó de um moinho, e que o lançassem ao fundo do mar. Ai
do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai daquele homem
por quem vem o escândalo!”.
Por tais razões, o brasileiro
não se sente representado pelos políticos de esquerda que procuram introduzir a
ideologia de gênero, o pseudo casamento homossexual, o aborto, as drogas e a
prostituição. Percebe que os políticos socialo-comunistas querem introduzir uma
ideologia nefasta que aniquile a nossa tradição e, sobretudo, a fidelidade do
nosso povo à doutrina e à lei de Jesus Cristo.
Introduzir num currículo
escolar erros dessa monta é romper com o nosso passado, é cavar a própria
sepultura para nela se cair num futuro próximo. Uma tirania irreverente, uma
crueldade satânica, desrespeitadora da própria natureza, a qual impõe a
diversidade estabelecida por Deus entre um homem e uma mulher. É a repetição do
“non serviam” de Lúcifer.
Trata-se de algo que contraria
a própria racionalidade de ser homem e mulher. E o povo brasileiro vem se
afirmando contrário a essa mentalidade impingida goela abaixo. Nosso povo é
religioso, temente a Deus, e mexer com os seus filhos é atingir os olhos da
nação brasileira.
As eleições estão aí, e o povo
brasileiro anela por um Brasil que respeite a lei natural e, sobretudo, as Leis
de Deus. Um Brasil profundo e real que diz não à ideologia de
gênero, não à destruição da família, não à
eliminação dos bons costumes e da moral, um Brasil que reconhece o casamento
entre um homem e uma mulher como fundamento de uma sociedade sadia.
Assistimos nestes dias de
eleições a algo de sintomático: um povo que se levanta contra certa mídia,
contra os políticos corruptos e desordeiros, contra os partidos de esquerda que
procuram utilizar todos os subterfúgios para tomar o poder e impor seus
nefastos objetivos para forjar um anti-Brasil.
Um povo que deseja o seu
Brasil de volta, um povo que afirma que a nossa bandeira jamais terá a foice e
o martelo, um povo que deseja um Brasil respeitador de suas mais belas
tradições. Ele rejeita o comunismo e o socialismo, que negam a Deus e a vida
futura.
Ainda que de modo meio
inconsciente, o brasileiro faz a sua profissão de fé, tornando-se apto assim a
ser contemplado por esta promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Todo
aquele, portanto, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei
diante do meu Pai que está nos Céus.”
Mas para aqueles que
infelizmente não professam essa mesma fé — aqueles que, por exemplo, colocam a
nossa atual Constituição acima dos preceitos de Nosso Senhor —, Ele também
deixou um ensinamento: “Aquele que me negar diante dos homens, também
Eu o negarei diante do meu Pai que está nos Céus. Não julgueis que vim trazer a
paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”.
É a luta pela fidelidade aos
princípios cristãos! É a luta dos brasileiros contra os corruptos, os poderosos
agentes de Satanás, que desejam eliminar da Terra de Santa Cruz a civilização
cristã.
Os valores da nação brasileira
estão impressos na alma do nosso povo. Nós os recebemos dos nossos
antepassados, cujo heroísmo impregnado de fé continua a latejar em nossos
corações. Que a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima. Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, continue a proteger o Brasil!
Título e Texto: Pe. David Francisquini, ABIM,
7-10-2018
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