Quando um jejum dominical faz ressurgir, na
CNBB, o anti-ecumenismo
O presidente da república convocou, para ontem, um jejum coletivo, pedindo a cessação da epidemia de coronavírus e a proteção de Deus para o Brasil. A ideia, naturalmente, brotou dos pastores neopentecostais – ou será que alguém imaginaria um bispo da CNBB sugerindo tal coisa ao presidente?…
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Culto típico da Igreja
Universal do Reino de Deus, no Templo de Santo Amaro, São Paulo. Foto:
Wikipédia |
Ora, apesar da inconveniência
da data escolhida, não existe nenhuma proibição formal da Igreja de que os
católicos jejuem aos domingos, mas a convocação do presidente causou surtos de
amor à tradição em bispos e padres que não vivem senão para pisoteá-la, e isso
no rimo mais frenético e carnavalesco que a imaginação humana possa conceber.
O amor ao domingo é tão
sublime na alma de nossos angélicos pastores que eles mesmos decidiram, até
mesmo antes das autoridades públicas, proibir missas, fechar igrejas e impedir
os católicos de receberem os sacramentos, especialmente a comunhão e a
confissão. Não faltam os cleaners que se apresentam com suas
teologias a posteriori para legitimar a “saída de campo”
justamente da “Igreja em saída”.
A controvérsia do jejum,
porém, raia à loucura, pela birra infantil ostentada por esses senhorzinhos de
cabeça branca. Houve regional da Conferência Episcopal que chegou a emitir nota
esclarecendo aos fiéis sobre a sublime relevância de encher o estômago no
Domingo da Paixão, salientando que “não é qualquer um” que pode convocar o
jejum, numa pose esnobada de clericalismo selvagem.
A Conferência Episcopal
brasileira está se parecendo cada dia mais com um manicômio, com a única
diferença de que está infestada de demônios e bajuladores que não cessam de dar
aos loucos aquele ar de solenidade e importância do qual eles mesmos dão um
jeito de desfazer-se diante da opinião pública.
O quadro é bem simples: de um lado, estão as igrejas pentecostais,
que ainda crescem em ritmo acelerado, sendo a maior força religiosa com atuação
política do Brasil, cujos pastores, a seu modo, consagram um dia de oração e
jejum, ao qual aderem pessoas de todas as confissões; de outro, um bando de
idosos enclausurados em suas casas episcopais, morrendo de medo de pegar
coronavírus, soltado notinhas nojentas, gravando vídeos ridículos,
transbordando arrogância, inveja, amargura, pedantismo por todos os lados.
Perguntamos: quem você acha que o povo simples vai querer seguir? Seja sincero!
O irrealismo da autoimagem do
nosso clero o faz passar por alto o fato de que o seu público é constituído, em
sua imensa maioria, de senhoras velhinhas que já estão cumprindo os seus dias
neste mundo.
É óbvio que sempre existirão
os cruzados de internet que, em nome de uma presumida causa católica, cometerão
suas gafes inconscientes, mais ou menos coordenadas. Este foi o caso de muitos
que deram a vida para fazer uma campanha de boicote ao jejum, que deu certo
apenas dentro de suas próprias cabeças.
Efetivamente, a esquerda
possui um senso de direcionalidade, do qual o católico normal simplesmente está
privado, por não ser suficientemente hegeliano. A esquerda capta instintivamente
qual a orientação geral que se deve tomar para autodefesa e promoção dos seus
líderes, sabendo articular contradições e discordâncias acidentais dentro do
mesmo propósito intencional. Os católicos em geral são obcecados por atos
pontuais, não conseguem relevar uma discordância desimportante, e terminam por
destruir-se mutuamente, pois padecem de visão estratégica: “todo mundo está
errado, a não ser o meu gueto!”
É assim que a esquerda
católica usa os idiotas úteis quando vende o seu anti-bolsonarismo numa
embalagem de amor à tradição, tão fingido quanto eles. Para opor-se “à
direita”, vale tudo: até apelar à disciplina eclesiástica, colocando nela o
peso de um dogma infalível.
Apesar do pastelão circense, a
situação tem uma nuance verdadeiramente interessante: semana passada, a CNBB
organizou um culto ecumênico e inter-religioso com a turma do CONIC (conselho
nacional de igrejas cristãs), mas agora torce o nariz para uma iniciativa que
seria, segundo os seus próprios cânones, ecumênica.
Está aí a mentira do
ecumenismo. Não existe ecumenismo. Existe é comunismo! Ou seja, para promover a
revolução socialista, valem todas as religiões, mas, quando elas se mobilizam
para socorrer um presidente “de direita”, então, tornam-se inimigas.
Está mais do que provado! A
CNBB não passa de uma filial do partido comunista, tenha ele o nome que tiver.
Acontece, porém, que o povo já percebeu o tamanho da sua impostura e não lhe dá
importância nenhuma. Eles podem convocar o que quiserem. O fiel católico já não
os escuta mais, percebeu que, no corpo sadio da Igreja, eles são o verdadeiro
vírus contra o qual todos temos de continuamente jejuar.
Título e Texto: FratresInUnum.com,
6-4-2020
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