Ministro do STF direcionava ações contra apoiadores de Bolsonaro, modificando relatórios para justificar medidas repressivas
Allan dos Santos
Conversas obtidas entre o gabinete do psicopata Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e o órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que o ministro escolhia alvos específicos entre os apoiadores de Jair Bolsonaro e manipulava relatórios para justificar medidas como multas, bloqueios de contas e censura nas redes sociais.
As mensagens, trocadas entre
Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, Marco Antônio
Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE, e Eduardo Tagliaferro, chefe da
Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, mostram que os relatórios
eram ajustados conforme as ordens do ministro, muitas vezes sem que
houvesse base legal sólida para as ações determinadas.
Em uma das conversas, de 6 de
dezembro de 2022, Airton Vieira pediu a Tagliaferro que levantasse todas as
"revistas golpistas" para que fossem desmonetizadas nas redes
sociais. A solicitação foi acompanhada de um link da revista Oeste, uma publicação
de direita conhecida por seu alinhamento antipetista e simpatia ao
ex-presidente Jair Bolsonaro. Quando Tagliaferro informou que a revista apenas
continha "publicações jornalísticas", Vieira respondeu: "Use a
sua criatividade… rsrsrs."
Outro alvo das manobras de Moraes foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em novembro de 2022, Marco Antônio Vargas e Tagliaferro discutiram a necessidade de relacionar Eduardo Bolsonaro com o argentino Fernando Cerimedo, que havia propagado teorias sobre fraude nas eleições. Tagliaferro mencionou um vídeo em que Eduardo Bolsonaro aparecia com uma bandeira do jornal que transmitiu as lives de Cerimedo, o que foi considerado suficiente para justificar a perseguição ao deputado.
As mensagens revelam também
que Moraes estava atento a qualquer menção ao seu nome nas postagens de
influenciadores bolsonaristas. Em dezembro de 2022, Airton Vieira pediu para
que Tagliaferro alterasse relatórios que mencionavam diretamente o ministro,
orientando-o a focar em críticas ao TSE e às eleições.
Além disso, Moraes também
direcionou ações contra a juíza Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, conhecida por sua amizade com a família Bolsonaro. Em
dezembro de 2022, o gabinete do ministro mandou levantar as redes sociais da
juíza e preparar um relatório para oficiar o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Essas revelações deixam claro que as ações do tirano Moraes não eram meramente administrativas, mas sim uma perseguição deliberada contra apoiadores de Bolsonaro. Apesar das alegações de que todos os procedimentos foram "oficiais e regulares", as mensagens indicam uma manipulação dos relatórios e uma atuação parcial, que busca suprimir vozes conservadoras e consolidar o controle sobre o discurso político no Brasil.
Título e Texto: Allan dos Santos, Terça Livre, 14-8-2024
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