sexta-feira, 29 de novembro de 2024

[Aparecido rasga o verbo] O que podemos aprender em dias de hoje com o “Juramento dos Horácios?”

Aparecido Raimundo de Souza  

PINTADA EM 1784, ou mais precisamente exatos duzentos e quarenta anos atrás, quando no limiar de uma revolução que iria transformar o mundo, a obra do francês Jacques-Louis David, captura o momento em que os irmãos Horácios, a saber, Horácio, o mais velho e líder, seguido de Tibério e Marcelus, juram vingar a morte de seus compatriotas. No fundo, as figuras femininas se destacam, representando a dor e a incerteza, enquanto os Horácios, fornidos e taludos, simbolizam a força e a coragem, ambas de mãos dadas. Esta dualidade, entre o dever patriótico e a fragilidade do coração humano, ecoa gritantemente até os nossos dias atuais. 

Jacques David o pintor herói, autor desse quadro famoso, não se limitou a criar uma obra de arte. Ele esculpiu ideais. No contexto da França pré-revolucionária, suas escolhas estéticas se tornaram armas na peleja contra a tirania opressora. O neoclassicismo, com suas linhas nítidas e composições rígidas, serviu como um pano de fundo perfeito para transmitir mensagens de moralidade e virtude cívica. Ele, talvez até sem saber, elevou a figura do cidadão comum ao status de herói, inspirando a população a se engajar na luta por liberdade e igualdade. A pintura foi recebida como um símbolo do novo tempo que se aproximava. “O Juramento dos Horácios” não é apenas sobre a luta entre duas cidades rivais; é acima de tudo, uma alegoria do pugilato interno que cada ser humano enfrenta ao se deparar com escolhas morais. 

O que significa ser leal? Até onde estamos dispostos a ir por aqueles que amamos? Jacques David, com seu pincel, nos força a olhar para dentro, a confrontar nossas próprias ambições e dilemas. Nesse tom, a tela se transforma, num piscar de olhos, em um monumento. As figuras imortais nos lembram de que, em meio ao caos da história, sempre haverá espaço para o heroísmo, mas também para a reflexão. “O Juramento dos Horácios” leciona e não só leciona, nos ensina que a grandeza não reside apenas nas conquistas externas, mas principalmente, na capacidade de amar e sobretudo, moldar dentro de nós, o sacrifício. 

Nos dias de hoje, duzentos e quarenta anos depois, a obra continua a ressoar. Em uma era onde o individualismo é frequentemente exaltado, a mensagem do pintor nos convida a reconsiderar o que significa ser parte de uma comunidade. Ele nos desafia a encontrar um equilíbrio entre o dever e o amor, entre a ambição e a empatia. Por conta disso, “O Juramento dos Horácios” transcende ao seu tempo e espaço, permanecendo relevante como um farol de ideais que nos conecta com nossa própria humanidade. A pintura não é apenas uma janela aberta para o passado; é um espelho que reflete nossas próprias escaramuças e aspirações, nos instigando a sermos, em nossos próprios contextos, os verdadeiros Horácios em dias de agora. 

Quando olhamos para “O Juramento dos Horácios”, somos imediatamente atraídos por sua grandiosidade e pela intensidade dramática que dele emana. A paleta austera e as linhas geométricas não só conferem uma estética poderosa, porém, criam um imensurável espaço cívico onde o espectador é convidado a refletir sobre temas universais: em tal contexto, a lealdade à pátria, o peso das escolhas e as consequências do sacrifício. O pintor Jacques David, um fervoroso defensor das ideias revolucionárias, utiliza a composição da sua pintura para enfatizar a importância do coletivo sobre o individual. A estoicidade dos irmãos Horácios contrasta com a fluidez das figuras femininas, que expressam vulnerabilidade e desespero. 

Essa dualidade é uma das chaves para entender a mensagem da pintura: o que significa realmente ser um herói em meio ao sofrimento? No contexto da França do final do século XVIII, “O Juramento dos Horácios” foi uma resposta imponente às tensões sociais e políticas que precederam a Revolução Francesa. A obra se alinha com os ideais iluministas que promoviam a razão, a cidadania e a participação ativa na vida pública. Jacques David, ao representar os Horácios como modelos de virtude, está propondo um novo tipo de heroísmo, um sério e leal que se fundamenta na ação coletiva em prol de todo o bem comum. 

O neoclassicismo, que buscava inspiração na Antiguidade clássica, é evidenciado na escolha das vestimentas, nas posturas rígidas e na cenografia austera. Essa estética não se fazia meramente uma questão de estilo; em contrário, nos passava de forma clara uma maneira de transmitir valores cívicos. Ao exaltar a antiguidade, Jacques David conectava o presente ao passado, propondo que o espírito de sacrifício e dever ainda se fazia relevante. A pintura não só imortaliza um momento; ela encarna uma filosofia. O juramento se torna um símbolo de um ideal que muitos na época aspiravam. Por conseguinte, a obra de Jacques David se transforma em um poderoso instrumento de propaganda, ou seja, um convite à reflexão e à ação, congeminando a urgência das questões políticas e sociais do seu tempo. 

A força da obra, como um todo, ultrapassa o seu contexto original. No nosso agora, “O Juramento dos Horácios” continua a inspirar debates sobre a identidade e pertencimento. Em tempos de crescente polarização, a pintura nos incita, ou melhor dito, nos desafia a pensar sobre até onde vamos em nome de uma causa. O conceito de lealdade à nação e ao grupo é frequentemente colocado à prova, e a obra de Jacques David serve como um ponto de partida para essa discussão. Lado igual, a forma como a sua criação representa o sacrifício feminino, através das figuras que assistem impotentes, também suscita questões sobre o papel da mulher na sociedade. A sua presença nas margens do juramento dos irmãos ressalta um bafafá silencioso que continua a ser relevante. 

A dor e o luto dessas mulheres nos lembram que, em qualquer destampatório, há sempre aqueles que sofrem em silêncio. Seja em momentos de crise ou de transformação social, “O Juramento dos Horácios” permanece como um espelho límpido e transparente que reflete as tensões e os desafios contemporâneos. O sacrifício e a coragem, o desvelo e a estima que a obra exalta não são meros relatos do passado; são questões que permeiam a vida cotidiana, o nosso dia a dia. O juramento que os Horácios fazem, ecoa retumbante nas promessas que fazemos a nós mesmos e aos outros em tempos de dificuldade. Jacques-Louis David não apenas pintou uma cena histórica. 

Ele criou sem saber, ou sem imaginar, sem, inclusive prever o futuro de seu trabalho, um legado que continua a nos instigar, a questionar e inspirar. Sobretudo, inspirar. A sua obra é um convite atemporal –, ou dito de maneira mais clara –, se tornou numa espécie de implosão do ser humano para a sua própria consciência, ou ainda, nos fazendo refletir numa visão mais ampla e acentuada, que segue além daquilo que só vemos, usque à real reflexão sobre o que significa ser humano em um mundo repleto de incertezas. Em cada olhar para os Horácios, somos todos, indistintamente chamados a confrontar nossas próprias escolhas e a lembrar que, mesmo em momentos de crise, a busca pela justiça e pelo amor pode nos unir de maneiras profundas e significativas. 

Jacques-Louis David foi e, a meu ver, continua sendo um dos principais pintores do neoclassicismo e tem no currículo, várias relíquias famosas, além de “O Juramento dos Horácios”. Vamos dar uma rápida “de visu” em algumas delas. Comecemos pela “A Morte de Sócrates” (1787). Esta pintura retrata o filósofo grego Sócrates em seu último momento, cercado por discípulos, antes de tomar a cicuta. A pintura destaca o valor da filosofia e do dever moral. Voltando ao “O Juramento dos Horácios” (1784), como colocamos acima, é uma representação dramática de lealdade e sacrifício. Destacamos, ainda, “A Lição de Anatomia de Dr. Tulp,” esta maravilha do ano de  (1632). 

Embora não seja de Jacques David, não saberia explicar teoricamente o motivo, ela é frequentemente mencionada no contexto do neoclassicismo. Jacques David, no entanto, foi além. Pintou outros quadros ou “obras” que dialogam com a anatomia e a ciência. Pois bem! “A Coroação de Napoleão” datada de (1807), no mesmo trilho do Juramento, se tornou também, sem sombra de dúvidas, uma das suas mais importantes criações. Pelo fato de retratar a coroação de Napoleão Bonaparte, enfatizando o poder e a legitimidade do novo imperador. Não podemos nos esquecer da “A Oath of the Tennis Court,” de (1791). Embora por motivos outros a tela não tenha sido completada, retratava um momento crucial da Revolução Francesa, quando os membros do Terceiro Estado prometeram não se separar até que uma nova constituição fosse estabelecida.  

“O Sacrifício de Bruto (1789). Outra pintura que destaca temas de patriotismo e moralidade, com Bruto tomando uma decisão difícil em nome da República. Devemos enfatizar sempre, para que nossos futuros filhos e netos, não se esqueçam: Jacques David foi um artista muito influente, e suas obras não só capturaram momentos históricos, mas também refletiram os ideais de sua época, influenciando gerações de artistas que se seguiram. Voltando, mais uma vez ao “O Juramento dos Horácios” carecemos de deixar destacado, de forma firme e profunda, que se trata, sem sombra de dúvida, de uma pintura incontestável do Neoclassicismo. Dentro desse contexto, “O Juramento dos Horácios” veio a se tornar uma das obras mais emblemáticas de Jacques-Louis David e um marco do neoclassicismo, tanto pela sua temática quanto pela sua execução técnica. 

Pintada em 1784, a sua beleza e originalidade retrata um episódio da história romana, onde os irmãos Horácios juram vingar a morte de seus compatriotas em uma disputa contra os Curiácios, ou seja, uma família tida como rival. A composição é organizada de forma triangular, com os três irmãos em primeiro plano, levantando as suas espadas em um gesto solene. A simetria e a rigidez das poses refletem a estética neoclássica, que buscava inspiração na arte da Grécia e Roma antigas. As cores são contidas, predominantemente nos tons de azul e vermelho, obviamente o que conferem, sem sombra de dúvida, um aspecto solene e dramático à cena. 

Os rostos dos irmãos traduzem determinação, enquanto no fundo, as figuras femininas, que representam as mães e irmãs, revelam tristeza e desespero. Essa dualidade é central à obra, mostrando que o heroísmo também tem um custo emocional. A obra não é apenas uma representação de um evento histórico. Ela toca em temas universais como lealdade, sacrifício e o conflito entre o dever cívico e os laços familiares. A cena provoca uma reflexão sobre até onde podemos ir por amor à pátria e quais sacrifícios somos capazes de fazer em nome de ideais maiores?  Entre tapas e beijos, safanões e beliscadelas, “O Juramento dos Horácios” em pouco tempo se tornou um símbolo do patriotismo e da guerra pela liberdade. 

Especialmente, em um período de grandes mudanças sociais e políticas, como, em repeteco, a Revolução Francesa. A pintura inspirou não apenas artistas, mas também pensadores e revolucionários, se tornando uma poderosa declaração visual dos valores republicanos. Em nossos dias, podemos dizer, sem medo de errar, a obra é reconhecida não apenas pela sua importância histórica, mas também pela sua capacidade grandiosa e de tocar questões complexas, não somente sobre moralidade, responsabilidade e a complexidade das relações humanas. É uma cena-mãe que continua a ressoar, desafiando cada geração a examinar seu próprio senso de dever e compromisso. 

Aliás, o que muitos de nós não fazemos hoje. Ao olhar para os Horácios, somos levados a questionar: quais são os nossos próprios juramentos? Jacques-Louis David, o renomado pintor neoclássico francês, morreu em 29 de dezembro de 1825. A causa de sua morte foi uma combinação de problemas de saúde, incluindo complicações de uma doença que o afetou nos últimos anos de sua vida. Veio a óbito em Bruxelas, onde havia se exilado após a queda de Napoleão. Os Horácios, para quem não sabe, ou nunca procurou saber, nasceram oriundos de uma antiga família romana, famosa por sua bravura e lealdade. 

O mais conhecido dos Horácios, sem dúvida alguma, o cognominado “grupo dos três irmãos”, ou como se fizeram conhecidos, como os "Horácios", que lutaram contra os "Curiácios" em uma batalha emblemática, descrita por historiadores como Lívio e por poetas como Horácio. Essa história toda, é frequentemente vista como um símbolo de patriotismo e dever familiar, refletindo as tensões entre o dever à cidade e à família. Além disso, a narrativa dos Horácios e Curiácios se perpetuou como um exemplo imorredouro de como a mitologia e a história romana se entrelaçaram ao longo do tempo. O “Juramento dos Horácios” é uma parte central do anagógico dos irmãos Horácios. 

Antes de entrarem em combate contra os Curiácios, os três irmãos fizeram um juramento solene de lutar bravamente até a morte para defender Roma. Eles prometeram não apenas vencer a batalha, mas também fazer o possível para garantir a vitória de sua cidade, refletindo valores de coragem e lealdade. Para nós, jornalistas, esse juramento é frequentemente visto como uma representação do ideal romano de sacrifício pessoal em prol do bem coletivo. A história termina, infelizmente, de maneira trágica, destacando as complexidades das relações familiares e do dever cívico, especialmente quando um dos irmãos sobrevive, mas deve lidar com as consequências de sua vitória. 

Jacques-Louis David pintou o inoxidável "O Juramento dos Horácios" entre 1784 e 1785. O processo de criação da obra foi meticuloso, levando vários meses, e ele se dedicou intensamente ao trabalho. A pintura acabou sendo exibida pela primeira vez no Salão de Paris em 1785 e rapidamente se tornou um ícone do Neoclassicismo, simbolizando valores como (sempre bom repetir), o heroísmo e o patriotismo, que naqueles idos se faziam relevantes no contexto da Revolução Francesa que se aproximava. Os Três Irmãos Horácios são personagens da lenda romana, conhecidos por sua bravura e lealdade. 

De acordo com livros e documentos, e através das redes sociais, esses caras eram três irmãos que representavam a cidade de Roma em um combate contra os Três Curiácios, que defendiam a cidade rival de Alba Longa. A luta desigual se fez num duelo decisivo, onde os irmãos Horácios lutavam para garantir a vitória de Roma. A lenda que hoje conhecemos, destaca temas como o dever, a honra e os conflitos entre lealdades familiares e patrióticas. Os Horácios, após vencerem os Curiácios, enfrentaram desafios internos, especialmente quando um dos irmãos, após a batalha, foi morto por sua irmã, que estava de luto por um dos Curiácios. 

Percebam, caríssimos leitores, que coisa interessante. Sempre existirá um rabo de saia no meio. Essa história, não importam os motivos, se fez um exemplo do ideal romano de coragem e sacrifício. Para que fique gravado, em nossas mentes, ad aeternum, os nomes dos três irmãos Horácios eram:  Horácio (o mais velho e líder), seguido de Tibério e Marcelus. Por derradeiro, algum leitor da enorme “Família Cão que Fuma” saberia dizer, em dias de hoje, quem poderia ser comparado ou melhor dito, equiparado aos irmãos Horácios? Penso, com tristeza, ninguém. Os que vivem neste século, saberiam sim, com toda convicção, escreverem e até partirem para as vias de fato, sobre times de futebol e filmes pornôs. 

Atrelado na mesma política suja e nojenta, quais os celulares mais caros e de última geração, o melhor carro, a moto mais possante, a casa mais bonita, o apê do Neimar, as fofocas quentíssimas dos artistas de televisão, com destaques para uma leva enorme de programas IMBECILIZADOS E RIDÍCULOS, tipo BBB (Boceta, Boca e Bunda), A FAZENDA e outras merdas e cagalhões que, aliás, são transmitidos de pais para filhos, o que torna ainda mais infame e oprobrioso, desonrante e degradante a nossa história idealizada com toques inesquecíveis e com pitadas de polpudos feitos heroicos advindos de um  passado inesquecível. Um ontem que, querendo, ou não, fez e faz parte ativa e integrante da nossa existência. 

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo, 29-11-2024

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A morte de Sócrates  

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3 comentários:

  1. Algumas observações importantes em vista do texto de Aparecido Raimundo de Souza sobre o que podemos aprender em dias de hoje com o Juramento dos Horácios.

    Sobre o contexto histórico e artístico, do pintor Jacques–Louis David, em seu texto Aparecido Raimundo de Souza brilhantemente acerta em cheio ao situar a sua obra no contexto da França pré-revolucionária, mostrando como Jacques David usou a estética neoclássica para inspirar uma revolta contra a tirania. A escolha das figuras e a composição do quadro’ que serviu de base-alvo do texto transmitem uma mensagem poderosa de moralidade e virtude cívica. Jacques-Louis David nasceu filho de Louiz Maurice e de Marie-Geneviève Buron. Sua família na época, se fazia próspera e, após a morte de seu pai, em um duelo, quando Jacques David tinha apenas nove anos, a sua mãe o entregou aos cuidados de seus tios ricos Em seguida, temos a simbologia e mensagens. A pintura não é apenas uma representação de uma luta física entre cidades rivais, mas uma alegoria do conflito interno que todos enfrentamos ao tomar decisões difíceis. A força e a coragem dos irmãos Horácios contrastam com a dor e a incerteza das figuras femininas ao fundo, simbolizando a luta interna entre dever e emoção. Relevância Contemporânea. O quadro de Jacques David, segundo Aparecido Raimundo de Souza, ecoa até os dias atuais, nos lembrando que a grandeza não está apenas nas conquistas externas, mas na capacidade de amar e sacrificar. Esse pensamento ressoa profundamente em tempos de crises e dilemas modernos, mostrando que os ensinamentos do passado continuam a ser relevantes. Inspirando reflexão e ação: A tela nos força a olhar para dentro de nós mesmos e confrontar nossas ambições e dilemas. O texto bastante denso e bem explicativo, nos incita, lado outro, a refletir sobre a lealdade, o amor e o sacrifício, questionando até onde estamos dispostos a ir pelos nossos ideais e pelas pessoas que amamos. Como um todo, Aparecido Raimundo de Souza de uma forma brilhante e magistral captura a essência da obra de Jacques David e nos desafia a aplicar esses ensinamentos em nossas vidas atuais, destacando a eterna relevância das lições de moralidade e virtude. E joga no ar a indagação: qual a diferença entre o Juramento dos Horacios e outros quadros do mesmo autor? A meu ver, Jacques-Louis David foi um dos maiores representantes do neoclassicismo e criou várias obras icônicas que refletem a sua maestria artística e suas convicções políticas. Vamos comparar O Juramento dos Horácios com algumas de suas outras obras mais conhecidas: Para início de conversa, usemos O Juramento dos Horácios datado de (1784). O Tema central, não outro, senão a lealdade patriótica e o sacrifício pessoal. Simbologia. A pintura representa a força e a coragem dos Horácios em contraste com a dor e a incerteza das figuras femininas. Estilo. Linhas nítidas e composições rígidas, características do neoclassicismo. Mensagem: Inspira, em alto relevo, a moralidade e a virtude cívica, destacando o conflito entre o dever e as emoções pessoais. A Morte de Sócrates (1787) Tema. Filosofia e martírio intelectual. Simbologia. Sócrates, aceitando a cicuta, perpetua a coragem e a fidelidade aos princípios até a morte. Estilo. Uso de luz e sombra para destacar a serenidade e a dignidade de Sócrates em contraste com a agonia de seus discípulos. Mensagem. Valoriza a virtude intelectual e a disposição de sacrificar a própria vida pelos ideais filosóficos. A Coroação de Napoleão (1807). Tema. Glorificação do poder imperial. Simbologia. A grandiosidade do evento, com Napoleão se auto-coroando, traz à baila a ascensão e a autoridade do novo imperador.
    https://www.youtube.com/watch?v=c5AI6y1U-Dg&ab_channel=TVCriaArte
    Pesquisa realizada em livros e mais especificamente nas redes sociais. Tatiana Gomes Neves do Sítio Shangri-Lá, ES/MG

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  2. Algumas observações importantes em vista do texto de Aparecido Raimundo de Souza sobre o que podemos aprender em dias de hoje com o Juramento dos Horácios. Parte 2
    Estilo. Detalhamento elaborado e realista, com uma composição que exalta a figura de Napoleão no centro da ação. Mensagem. Celebra o poder e a legitimidade do regime napoleônico, ministrando a relação complexa de David com Napoleão. A Morte de Marat (1793) Tema. Martírio revolucionário. Simbologia. Marat, morto em sua banheira, eterniza a pureza e o sacrifício revolucionário. Estilo. Composição simples e poderosa, com um foco dramático na figura de Marat. Mensagem. Transforma Marat em um mártir da Revolução Francesa, ressaltando os ideais de liberdade e justiça. Vejamos, as diferenças chave Temas. Enquanto O Juramento dos Horácios enfatiza o dever patriótico, as outras obras como A Morte de Sócrates e A Morte de Marat focam no sacrifício intelectual e revolucionário, respectivamente. Simbologia e Mensagens. As obras variam em suas mensagens centrais – do sacrifício pessoal à glorificação do poder – cada uma refletindo diferentes aspectos do neoclassicismo e dos ideais de David. Estilo e Composição. Embora todas as obras compartilhem a precisão e a clareza do neoclassicismo, cada uma utiliza elementos estilísticos distintos para reforçar suas mensagens específicas. Jcques-Louis David conseguiu, através de diferentes temáticas e símbolos, capturar a essência de sua época e influenciar profundamente a arte e a política do seu tempo. Quero chamar a atenção para um ponto que Aparecido Raimundo de Souza não trouxe à baila. Com quantos anos morreu Jacques-Louiz David? Jacques-Louis David faleceu aos 77 anos, em 29 de dezembro de 1825, na cidade de Bruxelas, na Bélgica. Antes de se tornar um pintor renomado, Jacques-Louis teve uma infância marcada por desafios e mudanças. Ele nasceu em uma família próspera em Paris em 30 de agosto de 1748. Quando tinha apenas nove anos, seu pai foi morto em um duelo, e ele se flagrou criado por seus tios ricos. Eles providenciaram uma excelente educação para o menino no Collège des Quatre-Nations, embora Jacques David nunca tenha sido um bom aluno exemplar, devido a um tumor facial que afetava a sua fala. Desde jovem, Jacques David demonstrou um talento excepcional para o desenho e sempre estava rabiscando, mesmo durante as aulas. Ele inicialmente queria ser arquiteto, mas seus tios e mãe queriam que ele seguisse essa carreira. No entanto, ele conseguiu superar a oposição e decidiu seguir o brilhantismo de se tornar pintor. Estudou com François Boucher, um dos principais pintores rococó da época. Foi enviado para aprender com Joseph-Marie Vien, um artista que já trabalhava em um estilo mais classicista. Jacques-David teve várias tentativas fracassadas de ganhar o Prix de Rome, um prestigiado prêmio que permitia um estudo na Itália. Finalmente conseguiu tal proeza em 1774. Essa condecoração foi um marco importante em sua carreira, lhe permitindo estudar esmiudando os mestres italianos e as ruínas de Pompeia, que tiveram uma grande influência em seu estilo artístico. Mais sobre Jacques David no vídeo abaixo.
    https://www.youtube.com/watch?v=c5AI6y1U-Dg&ab_channel=TVCriaArte
    Pesquisa realizada em livros e mais especificamente nas redes sociais. Tatiana Gomes Neves do Sítio Shangri-Lá, ES/MG

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  3. Aparecido Raimundo de Souza dispensa comentários. Excelente e inimitável, como sempre
    Carina Bratt de Magé Rio de Janeiro

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