sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

[Aparecido rasga o verbo] Quando pequenas “Microfrases” dão o recado sem precisar escrever muito

Aparecido Raimundo de Souza 

ESSA HISTÓRIA DE ESCREVER minicontos, começou com Ernest Hemingway, autor de “O Sol Também se Levanta”, “Por Quem os Sinos Dobram” e “O Adeus às Armas”, entre outros. A ideia central do escritor se baseava em narrar um fato, produzindo um texto, usando apenas seis palavras, como num minimalismo.

Dito de forma mais abrangente: a nossa finalidade foi a de criar frases os mais diversos temas, deixando que os leitores quebrem a cabeça preenchendo as elipses faltosas, adaptando a imaginação e completando, a maneira de cada entendimento lido, o que o autor quis dizer, por detrás dos períodos aqui apresentados.

Um nanoconto famoso de Hemingway, que aparece em “Winner Take Nothing”. ‘NÃO DESCREVA UMA EMOÇÃO. CRIE UMA’. Perceberam? Apenas seis palavras. Nesse tom, trouxemos para nossos amados e queridos, pequenos contos empregando, nada mais, nada menos, que meia dúzia de palavras. Confiram. E se quiserem, retemperem dando asas às suas fantasias deixando no final do texto, seus comentários.

Em 4 de fevereiro de 2020, publicamos aqui na “Cão que Fuma” 27 frases enfaixadas num texto ao qual demos o nome de “Microfrases” – Parte Um. As 30 trazidas hoje (diga-se de passagem, todas inéditas,) seria, a nosso entender, a Parte dois. Sem, na verdade, sê-lo. Espero que gostem.

Paixão
Te quero entre braços e abraços.

A Bela e a Fera
King Kong se apaixonou por Ann...

Gosto não se discute
Entre Matemática e Biologia, prefiro Português.

Questão de gosto
Beiçola, meu cachorro, ama uma cadela.

Harmonia
Teu cheiro me embriaga de paixão.

Sonhador
O pôr do sol me encanta.

Sintonia
De pegada em pegada, pego você.

Melodia
Simplesmente você é minha canção favorita.

Definitivo
Seu adeus levou meu sorriso embora.

Cotidiano
Caminhadas na praia me deixam disposto.

Devaneio
A esperança secou as minhas lágrimas.

Momento
Amo estar com você. Sou feliz!

Fatal
A tristeza deixou minha esperança perdida.

Do nada
A velha cadeira de balanço “desbalançou.”

Letal
O machado chegou derrubando várias árvores.

Sonho realizado
Feliz, o passarinho fugiu da gaiola.

Amor bandido
Ao te ver, caí de quatro.

Natureza
Os pássaros não gostam de gaiolas.

Dia a dia
Um gole de café me anima.

História em quadrinho
O fantasma se casou com Diana.

Futurista
Passado não importa. Já o presente!...

Avassalador
Teus beijos me embriagam de amor.

Parquinho infantil
Sou como uma enorme roda gigante.

Abissal
O vento toca suavemente meus cabelos.

Em literatura...
Livro bom não lemos. Todavia, devoramos.

Sujou geral
Dentro do trem, um peido fedeu.

Gesto natural
Me livrei do cobertor. Sentia calor.

Era só o que me faltava
A quarentena me prendeu em casa.

Sem dúvida
Descobri: meu medo vem da solidão.

Que azar!
Saltei de paraquedas. Ele não abriu.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Magé, Rio de Janeiro, 6-12-2024

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