1. É verdade que quando um governo,
antes de julho da campanha eleitoral, tem uma aprovação excepcional não precisa
de tempo de TV para mostrar nada. É verdade que quando um governo é um completo
desastre, antes de julho, nem todo tempo de TV na campanha eleitoral resolve.
2. Mas quando um governo tem uma
avaliação entre ruim e regular, um generoso tempo de TV na campanha eleitoral
pode construir virtualmente – por ficção televisiva- um bom governo, elevando
sua avaliação ruim a regular para boa e até ótima.
3. A possibilidade de construir
virtualmente um governo em campanha eleitoral é resultado de uma opinião
pública que não dá muita atenção aos governos. O que entrou – para a maioria
das pessoas- se parece com o que saiu, nos defeitos e nas virtudes. Só quando a
performance de um governo afeta muito as pessoas, para o bem ou para o mal, é
que a opinião delas é sólida e não muda com a campanha, apesar da ficção
eleitoral na TV.
4. Vejamos dois exemplos próximos.
Em meados de maio de 2008, o Datafolha avaliava o prefeito Kassab com 39% de
ótimo + bom. No início de outubro, depois da recriação de seu governo na TV,
Kassab passou a ter – segundo o Datafolha- 61% do ótimo + bom.
5. No início de julho de 2008, o
prefeito de Salvador João Henrique Carneiro -segundo o Datafolha- tinha 16% de
ótimo + bom. Entrando o mês de outubro – segundo o Datafolha- João Henrique já
era avaliado como ótimo + bom para 41% dos eleitores de Salvador.
6. Alguma coisa mudou em seus
governos nesses 3 meses de campanha? Não. O que mudou foi a ficção eleitoral
pela TV, para um eleitorado desfocado dos governos, mais os ignorando que os
avaliando, apesar das pesquisas.
7. Um jingle – exemplar – e que deve
ser registrado para a história dos governos virtuais exemplifica isso tudo em 2
minutos e 22 segundos. Quero Morar na Propaganda do Governo da Bahia.
Título e Texto: Cesar Maia, 02-06-2014
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