Muitas vezes reclamamos até da
preguiça de levantarmos da cama, onde dormíamos com o ar condicionado e o
humidificador ligados, enquanto milhões de brasileiros não possuem sequer um
teto para se abrigar do calor ou das intempéries, ou dizemos que estamos até
indispostos por termos comido demais, sem sequer nos lembrarmos dos que estão
morrendo de fome.
Somente em nosso país, ainda
existem milhões de pessoas sem rede de esgoto em suas ruas, eletricidade em
suas casas ou acesso a uma escola digna, que as ensine o básico para sua
sobrevivência em uma sociedade cada vez mais culta, que exige mão de obra cada
vez mais especializada, mesmo para o trabalho mais simples.
Os que nasceram em lares mais
privilegiados – e talvez até por isso mesmo -, vivem em um mundo tão distante
dessas pessoas, que são incapazes de enxergar e valorizar todas as facilidades
que possuem, desde a água encanada até o transporte privado e, por isso, nem
percebem a diferença que existe entre esses dois mundos dentro de um mesmo
país,
Essa situação continuará assim
por no mínimo mais uma geração, pois as crianças que não frequentam a escola
hoje serão os trabalhadores subempregados que levarão sessenta e cinco anos,
para se aposentarem.
Analfabetos ou semianalfabetos
continuarão sendo facilmente conduzidos, como massa de manobra, pelos políticos
corruptos que aí estão e que facilmente os “compra” com os mais diversos tipos
de “bolsas” ou “vales” e, por constituir a maioria populacional, continuarão
decidindo as eleições como ocorre atualmente.
A maneira mais fácil de mudar
essa situação seria através do voto que promovesse uma faxina geral, excluindo
do país todos os políticos profissionais e corruptos que atualmente estão no
poder, coisa impossível com a maioria “comprada”.
Então, para que essa
transformação ocorra, o primeiro passo seria o de que os cidadãos brasileiros
conscientes, independente de sua classe social ou cultural, passem a lutar,
diariamente, para que essa maioria tenha pelo menos o básico, como educação, saúde
e moradia dignas.
E isso seria feito não só nas
eleições, com o voto dessa minoria, mas em todos os ambientes a que cada um
tenha acesso, como na conversa com seus funcionários, colegas de trabalho,
amigos, nos pontos de ônibus, no metrô, nas filas dos bancos, nas festas e
reuniões em geral.
Nessas ocasiões deve-se
divulgar, sempre, a quantidade de impostos que se paga, os descontados do
salário de cada trabalhador, cobrados em todos os mantimentos, contas de luz,
água, telefone, etc…, e a contrapartida obtida por cada cidadão nas mais
diversas áreas, como a de saúde, educação, transporte e outros que seriam de
competência dos governos municipais, estaduais e federais, que “evaporam” com
tanta corrupção.
É imprescindível que os
brasileiros criem climas de protestos diversos, exigindo a principal mudança
que será a responsável por todas as outras: a educação para todos, em todos os
rincões do país.
Só com educação aqueles hoje “manobrados” conseguirão um bom trabalho,
com o qual terão – e poderão proporcionar a seus filhos -, muito mais do que
hoje recebem através de qualquer tipo de “doação” dos políticos.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 12-09-2014
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