José Manuel
"Os brasileiros têm
algo de paradoxal. Eles não têm dúvida de que os políticos e os partidos são
corruptos e, ao mesmo tempo, querem lhes dar mais poder para influenciar a vida
de todos os cidadãos.”
João Pereira Coutinho, em entrevista à VEJA, edição de 1º de outubro de
2014
Até algum tempo atrás, a
"Terra de Marlboro" era apenas fruto da
imaginação. Apenas a ficção e diretores como John Ford ou
Fred Zinemann conseguiam retratá-las nos filmes de western.
Entretanto, a passividade e a
docilidade dos cidadãos, associadas à falta de compromisso da classe
política fez com que o Estado brasileiro, com raríssimas exceções tenha passado
a ser a verdadeira, "Terra de Marlboro".
Na nossa muito peculiar "Terra", os
aposentados são tratados da forma que estão sendo, quando os seus salários
compram cada vez menos, os reajustes (5%) são menores em detrimento de
bolsas assistencialistas que consomem maior percentual (10%), sem
nenhuma explicação plausível a todos os seus anos de trabalho.
Na "Terra
de Marlboro", a corrupção consegue se infiltrar
nos fundos de pensão públicos, devastando-os.
Nos fundos de pensão privados
como o AERUS, por exemplo, a falta
de fiscalização técnica, profissional e ética, levou à
ruína as famílias de 1.050 participantes aposentados que já morreram ao longo
de quase nove anos.
Em nossa "Terra" os
aposentados desse fundo com idade já avançada e que sobreviveram a esse
holocausto vivem a duras penas após terem sido considerados vencedores em
instâncias máximas de justiça já por três vezes, mas o lema lá, é e sempre
foi "ganha mas não leva".
Na "Terra
de Marlboro", por exemplo, um micro empresário que deve
um pequeno empréstimo por sistemas econômicos perniciosos a ele imputados e
está tentando escalonar a sua dívida com um banco, é colocado
sumariamente em cadastro de pessoas inadimplentes, enquanto a dívida em
impostos atrasados, do próprio banco segundo pesquisa google que
qualquer um pode acessar, com a Receita Federal é nada
mais, nada menos, do que R$ 18,7 bilhões.
O micro empresário não tem
dívidas com a Receita Federal, mas é inadimplente segundo o referido banco. O
mesmo banco não se considera inadimplente, pois está acima do bem e do mal.
Coisas típicas da "Terra".
Na "Terra", a maior acionista desse banco, faz campanha junto com a candidata da esquerda a presidente, com o intuito de, pura e simplesmente, caso ela ganhe, abortar essa dívida, e todo o mundo sabe disso.
O micro empresário certamente
não pode e não quer fazer algo semelhante.
Na "Terra
de Marlboro", coisas clássicas em economia acontecem ao
contrário, como por exemplo o PIB caiu segundo os
últimos boletins para 0,7%, a inflação quase atinge o teto da meta para 2014,
as ações da Petrobras desabam 10%, o dólar não demora a atingir os R$ 2,50 e a
ainda presidente não conseguiu executar declaradamente 43% do que prometeu em
2010.
Só na "Terra", esses
índices são continuamente acompanhados por rombos nas
contas externas como, por exemplo, o atual, nos gastos no exterior pelos
brasileiros no valor de US$ 80 milhões de dólares.
E haja economia que consiga
explicar tamanha irresponsabilidade para com uma nação.
Não há a menor dúvida
neste momento, e as pesquisas o dizem claramente, de que os cidadãos dessa
terra, como diz o comentário título, querem continuar a pertencer a uma terra
sem lei, e a usufruir aquilo que não lhes
pertence, preferencialmente trabalhado com os suores dos outros.
Título e Texto: José Manuel, ex- tripulante Varig, 29-9-2014
Relacionado:
Coutinho chama a atenção para
a esquizofrenia do povo brasileiro ao considerar a classe política em geral
corrupta, enquanto defende mais estado como solução para todos os problemas,
como se o estado fosse administrado por seres celestiais, e não pelos próprios
políticos. Sobre nossa “presidenta” e o autoritarismo em geral, coloca o dedo
na ferida ao constatar ser um caso de narcisismo infantil:
Muito bom, teu texto, José. Eu li a reportagem de Coutinho na Veja. Esta dama petista não tem qualificação para estar à frente da nação. Estas barbaridades na Terra do Malboro, como bem retratas, é fruto da inexperiência dessa mãe-babá.
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