sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Enormemente

José Manuel
A palavra que é o título deste texto foi dita, gravada e filmada, quando do discurso da presidente brasileira na última assembléia da ONU, no dia 24-09-2014.
Fiquei intrigado, fui procurar no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa o seu significado e a resposta foi de que a referida palavra não consta em seus arquivos linguísticos.

Paulo Gracindo, como Odorico Paraguaçu, na novela "O Bem-Amado", 1973

Não conformado, fui ao dicionário da língua Portuguesa Michaelis, e a resposta foi semelhante mas de forma diversa, tal como nenhuma palavra encontrada.

Pode também ser um pleonasmo vicioso, que demonstra o desconhecimento do idioma, como uma repetição desnecessária de algum termo na frase. Essa não é uma figura de linguagem, mas sim, um vício de linguagem chulo como, por exemplo, subir para cima, entrar para dentro, etc

Bom, se a palavra dita pela presidente, não é palavra reconhecida no  idioma pátrio, então o que significará mesmo o uso indevido?
Neologismo puro e irresponsável com o idioma, sem saber o que está falando, inventa qualquer coisa que lhe vem à mente. Vejamos:

Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.


Luiz de Camões, o " Pai " da língua Portuguesa, deve ter ficado horrorizado com o uso indevido do idioma, principalmente  num fórum mundial de nações em que a diplomacia mundial, portanto, a elite dos idiomas, se encontrava presente. Além de outras conotações e discursos não conformes ao cargo e ao ato público, o uso de neologismos com o idioma, nos deixa perplexos diante de tal ocorrência.

As últimas três presidências, na república brasileira, têm usado e abusado de fatos esdrúxulos, completamente fora do contexto, como este, nos relegando a párias de um idioma falado em quatro cantos do mundo, nos tornando uma nação ridícula perante o mundo ao não preservar fielmente o que mais precioso tem: a sua identidade cultural, portanto, a sua língua.

E por falar em idioma, o acrônimo ou sigla, como queiram, AERUS,  designa uma instituição misto de captação de recursos e seguro social, está perfeitamente em acordo com a morfologia da língua Portuguesa, uma vez que a mesma o permite. Está portanto certo.

O que não está certo foi ter sido idealizado e fundado em um país onde assassinam as palavras de forma já conhecida.

Se contra o idioma pátrio se perpetram os maiores atentados, publicamente, o que dizer de atitudes contra fundos eminentemente  sociais, com resultados ultrajantes a cidadãos indefesos.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 26-9-2014

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