Fugitivos do ISIS na Turquia
já chegam a 139 mil
Francisco Vianna
Com tamanho fluxo de fugitivos
tendo crescido exponencialmente nos últimos quatro dias, as autoridades turcas
dizem que o governo de Ancara está pronto para “o pior cenário”...
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Várias centenas de refugiados da Síria aguardavam para
atravessar a fronteira turca em Suruc, domingo, 21 de setembro de 2014. Foto:
AP
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A agência de notícias AP
(Associated Press) relatou, no domingo, em Ancara, que o número de refugiados
sírios chegados à Turquia nos últimos quatro dias já chegou a cento e trinta
mil, depois de fugirem, deixando tudo para trás, dos milicianos do ISIS,
segundo afirmou o vice-primeiro ministro turco nesta segunda-feira. Numan Kurtulmus
disse que a Turquia está preparada para "um cenário pior ainda", na
medida em que o fluxo de refugiados vier a aumentar.
O grupo de terroristas
franqueado da Al-Qaeda, que se autoproclama como “Estado Islâmico, ou califado,
do Levante, um território que capturou abrangendo a fronteira sírio-iraquiana e
indo até próximo à fronteira do Irã, nos últimos dias, avançou para regiões
curdas AP norte da Síria que fazem fronteira com a Turquia, para onde rumam
milhares de refugiados”, informaram as atrocidades acrescentando que o grupo
vem matando por apedrejamento, decapitações e incêndio de casas.
Embora os números sejam altos,
a Turquia diz que está pronta para reagir: o conflito na Síria levou mais de um
milhão de pessoas a cruzarem a sua fronteira sul nos últimos três anos e meio.
O ISIS AFIRMA QUE DESTRUIU O MEMORIAL DO GENOCÍDIO ARMÊNIO
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O Complexo de Deir ez-Zor foi
frequentemente comparado ao campo de extermínio alemão de Auschwitz na Polônia
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Os guerrilheiros do Estado
Islâmico alegadamente violaram e destruíram o complexo memorial do Genocídio
Armênio na cidade do leste sírio de Deir ez-Zor, próxima ao local onde um
grande número de refugiados armênios foi forçado a marchar para a morte nos
anos iniciais do século XX, conforme relataram fontes da mídia libanesa. O
memorial contém os restos mortais das vítimas do Genocídio Armênio e é
frequentemente comparado ao campo de extermínio nacional-socialista de
Auschwitz, na Polônia, onde a Alemanha nazista de Hitler punha em ação sua
“solução final” para o genocídio dos judeus na 2ª Guerra Mundial.
Neste local, centenas de
milhares de armênios foram declarados mortos durante a marcha para Deir ez-Zor,
ordenada pelos soldados turcos otomanos. O Ministro das Relações Exteriores da
Armênia condenou a destruição da igreja e apelo para a comunidade internacional
para combater o Estado Islâmico (ISIS ou ISIL), organização terrorista radical
que “combate e ameaça a humanidade civilizada”, disse uma publicação armênia.
A igreja que servia de
Memorial do Genocídio Armênio era um local de peregrinação para os armênios que
vivem na Síria e, a cada ano, e, 24 de abril, cerimônias especiais de
comemoração são frequentadas por milhares de pessoas que para lá se dirigem. O
complexo abriga, além da igreja, um museu, um monumento e instalações de
arquivo.
O ISIS ALEGA TER TOMADO
MILHÕES DE DÓLARES DO VICE-PRESIDENTE DO IRAQUE
Um vídeo mostra muito dinheiro
e ouro supostamente saqueado da casa do político iraquiano Osama al-Nujayfi [foto]“para
ser redistribuído entre os pobres”...
O vídeo mostra maços de
dólares americanos bem como diversas barras de ouro supostamente capturadas em
11 de agosto de um palácio pertencente a Osama al-Nujayfi, um ex-porta-voz do
Parlamento iraquiano e atual vice-presidente do país. No vídeo uma voz diz:
“Vejam, oh Muçulmanos, todo este dinheiro...Vejam estes dólares, há centenas de
milhares deles aqui, talvez milhões, Alá seja louvado por ter capacitado os
muhajedins [militantes] do Estado Islâmico na Nona Província em capturar este
dinheiro”, em árabe, segundo uma tradução feita pelo MEMRI. "Este dinheiro
retornará aos seus proprietários de direito — os pobres. Este dinheiro pertence
aos pobres. Aqueles porcos costumam relevar a si mesmos com este dinheiro à custa
dos pobres. Alá seja louvado, por ter-nos dado a capacidade de restituir este
dinheiro para o tesouro do ISIS”, diz a voz.
A voz do narrador então afirma
que o dinheiro foi saqueado de “uma das residências do apóstata Osama
al-Nujayfi. Deixemos que este porco observe este dinheiro. Oh al-Nujayfi,
querendo Alá, assim como nós lhe tiramos seu dinheiro, tiraremos também a sua
cabeça”. Al-Nujayfi originalmente provém de Mosul, na Nona Província, uma área
ocupada pelo ISIS em junho último. Após ter servido como ministro da Indústria
e porta-voz do Parlamento, foi eleito como um dos dois vice-presidentes do
Iraque em 2014.
Síria critica coalisão contra o ISIS
Autoridade síria diz que “os EUA devem trabalhar
diretamente com o regime de Damasco para combater os jihadistas e não com os
estados que apoiam os terroristas”.
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Uma imagem que supostamente
mostra militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS ou ISIL)
dirigindo-se a um local desconhecido na província Salaheddin, no Iraque, de
2014. Foto: AFP
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O presidente do Parlamento da
Síria disse neste domingo que os EUA devem trabalhar com Damasco para lutar
contra o grupo extremista Estado Islâmico, em vez de aliar-se com as nações que
são acusadas de apoiar o terrorismo. O porta-voz Jihad Laham, aparentemente
referindo-se à Arábia Saudita e outros países que apoiam os rebeldes sírios que
tentam derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad.
Washington trabalha para
formar uma coalizão global contra o grupo ISIS ou ISIL que controla grande
parte da Síria e do Iraque, mas, no entanto, os EUA estão realizando ataques
aéreos contra combatentes o ISIS no Iraque desde agosto, com o presidente Obama
tendo autorizado, na semana passada, ataques contra o grupo dentro da
Síria.
As autoridades
norte-americanas, não obstante, descartaram a possibilidade de coordenação
direta com o governo de Assad, uma decisão que enfureceu as autoridades sírias
que dizem que, qualquer ataque aéreo sem o seu consentimento seria uma violação
da soberania do país. Damasco também parece estar preocupada com o fato de uma
coalizão contra o ISIS pode, em última análise, mudar suas metas para ajudar os
rebeldes a derrubar o regime alauíta de Assad.
Laham disse, numa sessão do
Parlamento, que "aqueles que realmente querem combater o terrorismo, devem
cooperar com a Síria, de acordo com planos de longo prazo e não através do
apoio a organizações terroristas com falsos títulos". O governo Assad tem
colocado repetidamente o conflito no país como uma batalha contra o terrorismo.
A rebelião armada contra Assad
tem tornado a Síria caótica e começou depois que as forças de segurança
reprimiram violentamente os manifestantes durante uma rebelião que teve início
em março de 2011. Os grupos rebeldes da Síria vão desde os extremistas ligados
à al-Qaeda, até os muçulmanos ultraconservadores em grupos relativamente moderados.
Os comentários de Laham vieram em concomitância à advertência do Ministério das
Relações Exteriores da Síria que, num comunicado, afirma que os combatentes da
oposição poderiam usar armas químicas, a fim de culpar as forças do governo e
criar um pretexto para pedir o envolvimento internacional.
No ano passado, o presidente
Barack Obama fez um discurso no qual se esperava o anúncio de ataques aéreos
americanos contra as forças de Assad como forma de punição pelo uso de armas
químicas por Assad num subúrbio de Damasco, que matou centenas de pessoas. O
anúncio americano não veio e Damasco culpou combatentes da oposição pelo ataque
químico.
O ministro das relações
exteriores da Síria, disse que "a República Árabe da Síria confirmou
repetidamente (...) que nunca vai usar armas químicas em qualquer circunstância
e adverte ao mesmo tempo a possibilidade de que alguns partidos regionais e
internacionais (...) podem fornecer a grupos terroristas essas armas
químicas".
Título e Texto: Francisco Vianna, 24-9-2014
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