José Manuel
São tantos sufixos
"lhões", que já nem mais conseguimos distinguir entre Mi,
Bi,Tri e se a referência é em R$ reais ou em US$ dólares.
Provavelmente é em dólares,
pois normalmente o dinheiro fruto da corrupção generalizada é seguramente
depositado lá fora, naqueles paraísos fiscais que todo mundo já conhece.
O que acontece é que mais lá
atrás, e ainda na fase dos Mi, a nós mortais
e lesados por eles, restava apenas fazer as contas para ver o quanto eles
tinham rapinado.
O problema é que quanto mais
aparecem delações premiadas, as cifras vão subindo para os Bi, e
aí perdemos a noção do que já foi rapinado nestes últimos doze anos.
Tudo começou com a casa dos
três zeros, com as parcas, para eles, mas inimagináveis para nós,
quantias roubadas, que viajavam nas cuecas e nas meias dos
portadores pobres do esquema.
Como estava indo tudo muito
fácil e engrenando para cima, o milagre se fez novamente mas agora com
a multiplicação dos zeros e aí para a logística da "viagem" dessas
quantias tiveram que sofisticar, então foram criadas empresas com nomes
pomposos que ninguém da tropicália jamais viu nem
tampouco sabe o que significam, pois dá muito trabalho: OFFSHORE
Vamos lá, porque,
afinal, falar disso também é cultura:
Chamam-se popularmente de offshores as contas
bancárias e empresas abertas em paraísos fiscais,
geralmente com o intuito de pagar-se menos impostos do que no país de
origem dos seus proprietários. Como a grande maioria dos países que
permitem a criação desse tipo de empresa anônima — ou a abertura desse tipo de
contas bancárias anônimas — fica em ilhas, (tais como
as Bermuda, Jersey, Ilhas Cayman, etc.), por extensão de
sentido, esse tipo de empresa anônima ou de conta bancária anônima passou a ser
chamado de offshore, embora alguns países continentais, como
o Grão-Ducado do Luxemburgo ou o Principado de
Mônaco também as permitam, usando esquemas legais diferentes, porém de
resultados equivalentes. O termo vem dos tempos dos corsários que saqueavam
os mares e depositavam a pilhagem off-shore (fora da costa).
![]() |
Sir Francis Drake em 1591, o
maior corsário da história. National
Maritime Museum, Londres
|
Hoje não se chamam mais corsários, mas
continuam saqueando, não mais os mares, mas os cofres públicos usando o meu, o
seu e o dinheiro de todos, e continuam deixando-o, preferencialmente, fora da
costa.
Essa turma do status
quo alto, aqueles dos carros importados, dos aviõezinhos e
helicópteros, que só usam roupas de marca caríssima, que já passaram há muito
pelas cuecas e meias mas ainda estão na casa dos Mi e
que se casam em castelos na Itália, por exemplo, têm empresas offshores registradas
nas ilhas Cayman ou Bermudas.
Esses artistas da
criatividade, da engenhosidade fiscal e rapina pública vivem dando pulinhos ao
Caribe, para nas suas contas anônimas, é claro, banharem-se, ungirem-se com os
dólares do crime e depois dali viajarem em navios espetaculares de cruzeiro,
que os levam a Miami, logo ali, paraíso das compras e dos
gastos esplendorosos dos brasucas alucinados, no exterior.

Os mais espertos, porque todos
o são, mas os que conseguem rapinar mais e melhor, mandam os grandes
corruptores de estatais, colocar o seu quinhão em contas também anônimas na boa
e velha Suíça, que está no centro da Europa, com estradas
maravilhosas para todos os cassinos, joalherias famosas e grifes milionárias de
Milão, porque afinal é ali tão pertinho, que não dá para recusar mais um
passeio, pois está tudo pago mesmo, pelo povinho enganado.
Isso tudo, porque ainda
estamos na fase Bi, mas em mais 4 anos e possível
é, chegaremos fácil à fase Tri tão almejada, se bem que
certa figurinha carimbada, o mister X quase chegou lá, mas foi atropelado na
sala da sua mansão, pelos seus Miúra e Mercedes.
Que pena, foi a Glória perdida.
Esta semana, com os galpões de
Guarulhos e Rio abarrotados de muamba apreendida, e mais um rombo de 80 milhões
de dólares nos gastos dos brasucas high-society-fajutos no
exterior, a Polícia federal resolveu implantar de vez um chip nos
passaportes que doravante vão monitorar quem viaja muito e gasta "de
mais".
É tarde, pois a conta já foi
paga, o comércio arrebentado, a indústria quebrada, a economia no brejo, os
empregos sumidos e "o cara" Obama, com
um sorriso de dar inveja a qualquer outro presidente no planeta, continua
lindo, feliz e depois então da ONU, gozando fartamente, da nossa cara.
Quando chegarmos
definitivamente à fase Tri, vamos ter que criar alguma
nova tecnologia numérica para acompanhá-los, uma vez que as nossas maquininhas
e os nossos parcos neurônios não vão conseguir alcançar semelhantes cifras.
Enquanto isso, essa luxúria de cifras gastas, em contraste com os pibinhos apresentados,
estão deixando os investidores externos de cabelos brancos, olhos arregalados e
começando a abandonar o barco, e antes tarde do que nunca, porque boa coisa
isso não vai dar.
Por mais paradoxal que possa
parecer, hoje com a falta de água que assola 1 170 municípios, inclusive com
racionamento, os negócios que mais prosperam no país atualmente são os
lava-jato e as lavanderias.
Título e Texto: José Manuel, 29-9-2014
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