O Antagonista
O governo de Cristina Kirchner
perdeu a pouca vergonha que ainda lhe restava. O chefe de gabinete da
presidente argentina, Jorge Capitanich, rasgou em meio a uma entrevista coletiva o jornal Clarín, por causa de uma reportagem que deixou Cristina
Kirchner e o seu bando de macacos furiosos. A reportagem trazia a informação de
que o promotor Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento em Buenos
Aires, já havia esboçado a denúncia na qual ele viria a pedir a prisão da
presidente, pelo acobertamento dos terroristas iranianos que promoveram o
atentado de 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina.
Depois do espetáculo
proporcionado por Jorge Capitanich, o Clarín, que vem sendo cerceado
comercialmente e intimidado fisicamente pela Casa Rosada, divulgou uma nota em
que diz: “A decisão do chefe de gabinete, Jorge Capitanich, de rasgar duas
páginas do Clarín com artigos de profissionais reconhecidos, carrega uma carga
de violência imprópria a um funcionário da democracia. Que aqueles que exercem
as maiores responsabilidades no país – e, portanto, devem velar pela
convivência, o diálogo e a segurança das pessoas – exibam este tipo de conduta
é reflexo de uma profunda anomalia institucional."
A Argentina é aqui ao lado. A
Venezuela também. A Bolívia idem. As fronteiras brasileiras são permeáveis a todo tipo de droga,
inclusive o populismo autoritário que faz a desgraça desses países. Jorge
Capitanich fez aquilo que os petistas gostariam de fazer conosco, a imprensa
independente. Não nos iludemos.
Título e Texto: O Antagonista, 3-2-2015
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